LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O presidente regional do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, negou que esteja negociando com a deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) para que ela deixe o partido sem perder o mandato, conforme desejaria a parlamentar.
Devido à insatisfação com a proximidade entre o PSB e o PSD, partido liderado pelo seu inimigo político, o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, Luciane planeja mudar de sigla nas próximas semanas e estuda convites do PDT, PPS e PSDB.
Outro motivo para a provável mudança é que ela quer garantias de que estará no mesmo palanque que Pedro Taques (PDT), em 2014, apoiando sua possível candidatura ao Governo do Estado (Leia mais
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“Estamos trabalhando para que a deputada Luciane permaneça na sigla. Antes de cogitar a saída consensual, queremos esgotar todas as possibilidades de convencê-la a permanecer. Ela tem feito um trabalho importante na Assembleia, além de ser a única mulher no Legislativo Estadual. Seria uma perda muito grande para o partido; por isso, nem pensamos nessa possibilidade”, disse Valtenir.
O deputado observou, porém, que as articulações do PSB em nível nacional podem, de fato, levar à aliança rejeitada pela deputada.
“Estamos trabalhando as alianças para as eleições de 2014 de olho na aliança nacional. Aqui em Mato Grosso, estamos à disposição do presidente nacional do PSB , Eduardo Campos, para que ele negocie a composição partidária, conforme for ajudá-lo mais em sua possível candidatura à Presidência da República”, disse.
“Por isso, não posso garantir à Luciane que não vamos nos aliar ao PSD, ou a qualquer outro partido. Assim como não posso garantir a qualquer partido que vamos nos aliar a ele. Precisamos levar em consideração a conjuntura nacional e também consultar as bases do PSB nos municípios, antes de definir as alianças. Ainda está muito cedo”, completou.
A intenção da deputada Luciane é mudar de sigla em março, para ter tempo de construir uma base e trabalhar a estruturação do seu futuro partido, como a obtenção de novas filiações, visando às eleições de 2014. Ele pretende disputar novamente uma vaga na Assembleia Legislativa.
Porém, a lei de fidelidade partidária define que o mandato pertence ao partido e impede que um deputado troque de sigla e mantenha o mandato, a não ser que haja justa causa, como perseguição ou a criação de um novo partido.
Por isso, Luciane batalha por uma autorização formal do PSB, de modo a ter segurança jurídica para a migração.
Luciane e Valtenir já entraram em rota de colisão em outras ocasiões. Ela está em seu primeiro mandato e, logo após assumir como deputada, em 2011, reclamou de falta de espaço para articular em sua região, no norte e noroeste do Estado, e tachou o presidente de centralizador.
Luciane chegou a levar a reclamação ao diretório nacional. Após a polêmica, Valtenir abriu mais espaço para a correligionária e ela ganhou a presidência do PSB Mulher.