A brasileira Mariana Marquini acaba de ser eliminada da seletiva para o time de modelos da Victoria’s Secret após três etapas bem-sucedidas e um ensaio fotográfico com temática da marca.
O motivo? Seu perfil nas plataformas de conteúdo adulto, onde publica fotos e vídeos sensuais e fatura cerca de R$ 60 mil por mês.
Mariana recebeu a notícia um dia após as fotos: sua participação foi cancelada por “ferir os valores da agência/marca e os bons costumes exigidos no casting”. A justificativa, enviada pela agência responsável pelo seu recrutamento, alegava que conteúdos +18 são incompatíveis com a imagem da Victoria’s Secret.
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“Não me vitimizo, mas isso é sim um reflexo do falso moralismo que ainda domina o meio da moda, esse universo artístico que dizem ser tradicional. Querem corpos perfeitos, mas não aceitam mulheres que se empoderam e ganham dinheiro com a própria sensualidade. O mundo mudou, mas algumas agências ainda vivem no século passado”, dispara.
A brasileira diz que não pretende excluir os perfis adultos em troca de uma boa posição na moda.
“Enquanto uma campanha publicitária me paga R$ 8 ou 10 mil, com muito esforço e burocracia, nas plataformas adultas eu faturo R$ 60 mil todo mês. E com total liberdade sobre meu corpo, minha imagem e minhas regras. Não tem por que eu abrir mão disso por conta de ‘valores tradicionais’ que só valem quando é conveniente para eles”.
Sem papas na língua, Mariana aproveitou a repercussão para expor o que ela chama de hipocrisia da indústria fashion. Segundo a modelo, não há coerência em uma marca e agência que historicamente exploraram corpos femininos em campanhas hiper sensuais.
“Eles querem vender sensualidade, mas punem quem se apodera da própria. É como se dissessem: ‘seja sexy, mas só do jeito que a gente manda’. Para mim, isso não é liberdade, é controle disfarçado de oportunidade. E mais, já é uma relação tóxica. Penso que a agência agiu de má-fé, me dando esperanças. Essa regra já deveria existir desde o início”.
Anitta e o tabu do +18
Mariana citou a cantora Anitta como exemplo de uma mulher que quebrou padrões sem perder prestígio.
“Ela foi uma das primeiras celebridades brasileiras a entrar no OnlyFans. Nem por isso ela virou menos artista, menos respeitada, menos gigante. Pelo contrário: ela abriu caminho para uma nova geração que não se curva a padrões ultrapassados. Se ela pode, por que eu não posso?”.
Inspirada na cantora, ela quer se aventurar em novos projetos e buscar outra oportunidade na moda. “Não estou triste. Estou mais livre do que nunca. Se uma agência ou marca me quer, que venha com respeito à minha trajetória e às minhas escolhas. Não estou à venda por migalhas. Já sou minha própria vitrine”.
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