Cuiabá, Quinta-Feira, 16 de Outubro de 2025
DAMA DO TEATRO BRASILEIRO
16.10.2025 | 11h00 Tamanho do texto A- A+

Fernanda Montenegro 96 anos: relembre vida e carreira

Atriz de cinema, teatro e televisão, a artista tem 80 anos dedicados à dramaturgia

Reprodução/Instagram

Fernanda Montenegro

Fernanda Montenegro

DA ISTOÉ

Nesta quinta-feira, 16 de outubro, Fernanda Montenegro está completando 96 anos de vida, sendo 80 deles dedicados à dramaturgia brasileira.

 

Atriz de cinema, teatro e televisão, ela é uma das nossas maiores artistas e é considerada “Dama do Teatro Brasileiro, além de ser membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

 

Para celebrar o aniversário desse grande nome da nossa dramaturgia, IstoÉ Gente relembra vida e obra da veterana.

 

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Vida e obra

 

Arlette Pinheiro Monteiro Torres, conhecida pelo nome artístico de Fernanda Montenegro, nasceu em 1929, no Rio de Janeiro. Sua primeira experiência no teatro foi aos 8 anos de idade, em uma peça da igreja. Em 1950, a atriz estreou profissionalmente nos palcos ao lado do marido, o também ator Fernando Torres (1927-2008), no espetáculo “3.200 Metros de Altitude”, de Julian Luchaire.

 

Foi uma das fundadoras da influente companhia teatral Teatro dos Sete, em 1959, também ao lado do marido.Antes, em 1951, se tornou a primeira atriz contratada da TV Tupi, onde passou dois anos, e participou de cerca de 80 peças, exibidas nos programas “Retrospectiva do Teatro Universal” e “Retrospectiva do Teatro Brasileiro”.

 

Sua estreia na Globo aconteceu em 1965, na série de teleteatro “Quatro no Teatro”, mas sua primeira novela na emissora veio somente em 1981, “Baila Comigo”, de Manoel Carlos, que escreveu a personagem Sílvia Toledo Fernandes especialmente para ela. 

 

A atriz fundou a companhia Teatro dos Sete junto de outros importantes nomes da cena teatral brasileira, e atuou em minisséries como “O Auto da Compadecida” (1999), entre outras.

 

Em seus diversos papéis em novelas estão: Chica Newman em “Brilhante” (1981), Charlô em “Guerra dos Sexos” (1983), Naná em “Cambalacho” (1986), Vó Manuela da minissérie “Riacho Doce” (1990), Olga em “O Dono do Mundo” (1991), Bia Falcão em “Belíssima” (2005), Mercedes em “O Outro Lado do Paraíso” (2017), entre outros. Além desses, Fernanda Montenegro interpretou Dona Picucha na série “Doce de Mãe” (2013), atuação que lhe rendeu reconhecimento internacional: se tornou a primeira brasileira a vencer o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz.

 

No cinema, atuou em “A Falecida” (1965), “O Auto da Compadecida” (2000), “Casa de Areia” (2005), “Olga” (2004) e “A Vida Invisível” (2019).

 

Vida pessoal

 

Fernanda Montenegro é sinônimo de união familiar profunda, duradoura e intimamente ligada ao mundo das artes.

 

Ela se casou em 6 de abril de 1953, aos 27 anos, com Fernando Torres, dois anos mais velho. A união durou até a morte dele em 2008, vítima de enfisema pulmonar, 56 anos após o casamento.

 

Ator, diretor e produtor, Fernando chegou a se definir como o “príncipe consorte” de Fernanda, optando muitas vezes por atuar por trás das câmeras e do palco, assistindo ao brilho da esposa.

 

O casal de artistas teve dois filhos, que também seguiram carreiras artísticas e ganharam destaque. O mais velho, Cláudio Torres, 63 anos, é diretor, roteirista e produtor de cinema. A mais nova, Fernanda Torres, 60, é atriz, escritora e roteirista.

 

Ela é avó de três netos: Joaquim e Antônio (filhos de Fernanda Torres com o diretor Andrucha Waddington) e Davi (filho de Cláudio Torres). Mãe, filha e netos costumam trabalhar juntos em projetos de cinema, consolidando o legado artístico da família.

 

Dama do teatro brasileiro

 

Fernanda Montenegro é o nome mais frequentemente associado ao título “Dama do Teatro Brasileiro” na atualidade, e é também conhecida como a “Grande Dama da Dramaturgia Brasileira”. 

 

“Dama do Teatro Brasileiro” é uma forma de reverenciar grandes atrizes que construíram legado na arte, refletindo a riqueza da dramaturgia nacional. Alguns nomes receberam essa reverência, como Cacilda Becker (1921–1969) e Bibi Ferreira, amplamente aclamada como a “Grande Dama do Teatro Brasileiro”, com um reconhecimento especial no teatro musical.

 

Premiações

 

Fernanda Montenegro foi vencedora do prêmio de Atriz Revelação da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, em 1952, por seus trabalhos em “Está Lá Fora um Inspetor”, de J.B. Priestley, e em “Loucuras do Imperador”, de Paulo Magalhães;

 

Ganhou um Urso de Prata no Festival de Berlim e recebeu indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar de melhor atriz por seu trabalho em “Central do Brasil” (1998), sendo a primeira mulher latino-americana, lusófona e brasileira a ser indicada nessa categoria;

 

Recebeu indicação ao Oscar na categoria “Melhor Atriz”, com o filme “Central do Brasil”, de 1999;

 

Montenegro foi condecorada com a maior comenda que um brasileiro pode receber da Presidência da República, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito “pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras” (1999);

 

Foi premiada no Emmy Internacional pela interpretação na série “Doce de Mãe” (2013), se tornando a primeira brasileira a vencer a premiação na categoria de melhor atriz;

 

Também em 2013, foi eleita a 15ª celebridade mais influente do país pela revista Forbes.

 

Academia Brasileira de Letras

 

Em março de 2022, Fernanda Montenegro teve a “imortalidade” oficializada em cerimônia de posse na Academia Brasileira de Letras (ABL). O evento celebrou a entrega da Cadeira 17 da Academia à atriz, que sucede o acadêmico e diplomata Affonso Arinos de Mello Franco.

 

Ao ser aplaudida de pé ao entrar no salão de solenidades, a veterana se emocionou ao discursar no púlpito do Petit Trianon.

 

“Agradeço muito, com meu coração e minha razão, estar sendo aceita por esse elenco que é protagonista referencial da nossa mais alta cultura, que é a ABL. Emocionada, tomo posse nesse momento da cadeira número 17, pedindo às senhoras e aos senhores acadêmicos, pela maneira como expressarei, esta minha pulsação de vida que trago comigo neste ato”, declarou ela na ocasião.

 

Vale lembrar que Fernanda é a primeira mulher a ocupar a Cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras. Antes, o posto foi ocupado por Sílvio Romero, um dos intelectuais que fundaram a ABL, em 1897.

 

Autora

 

Fernanda Montenegro é autora do livro “Prólogo, Ato e Epílogo”, uma autobiografia.

 

Aposentadoria

 

Fernanda Montenegro pretende continuar trabalhando e já declarou não ter planos de se aposentar.

 

Fonte: https://istoe.com.br/fernanda-montenegro-96-anos-relembre-vida-e-carreira-da-dama-do-teatro-brasileiro




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