Cuiabá, Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2025
GRIFE FAMOSA DOS ANOS 2000
13.08.2025 | 17h00 Tamanho do texto A- A+

Herdeira da Planet Girls busca reverter fama de 'fubanga'

Isabelle Restum usa as redes sociais para tentar renovar a imagem da empresa

Reprodução/Instagram

Isabelle Restum cresceu em meio aos tecidos e modelagens da Planet Girls

Isabelle Restum cresceu em meio aos tecidos e modelagens da Planet Girls

ANA CLARA COTECCO
DA FOLHAPRESS

Conhecida nos anos 2000 pelas roupas justas e calças de cintura baixa, a Planet Girls enfrenta uma crise de identidade.

 

Nos últimos anos, a marca foi associada às planetárias —estilo das periferias de São Paulo—, com peças como os moletons dupla face e as jeans flare com aplicações ou estampas de estrelas.

 

Mulheres periféricas se tornaram as principais consumidoras e a etiqueta passou a ser alvo de preconceito por parte de antigas clientes. A Planet Girls também ganhou o rótulo de "fubanga" —termo usado para descrever algo de gosto duvidoso ou exagerado.

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).

Essa percepção, alimentada por peças com brilho excessivo, estampas chamativas e uso ostensivo da logomarca, afastou parte do público.

 

Isabelle Restum, filha da fundadora e atual CEO, reconhece a existência dessa imagem e diz que a estratégia atual é manter a ousadia característica, mas incluir opções mais versáteis e atemporais.

 

Ela passou a usar o TikTok para mostrar lançamentos, ouvir sugestões de clientes e exibir bastidores. O desafio de Isabelle, que assumiu a marca aos 19 anos, é retomar o sucesso da marca e o propósito original idealizado por sua mãe —oferecer roupas que façam mulheres se sentirem confiantes.

 

"Não quero afastar as planetárias, mas mostrar que a Planet também é para patricinhas, fashionistas, mulheres ousadas ou mais discretas. É uma marca diversa", diz ao F5. "Quero que qualquer mulher, de 15 ou 40 anos, consiga se enxergar aqui", afirma

 

Mas a ampliação de público não significa abdicar da estética que marcou e sustentou a marca nos últimos anos. A ideia, ela conta, é ampliar o repertório e reforçar que a grife tem espaço para diferentes identidades e faixas etárias.

 

Essa mudança vem acontecendo desde que começou a se envolver diretamente na gestão. Isabelle passou a ouvir pedidos direto das clientes e seguidoras nas redes sociais. E elas pedem peças de cintura baixa, conjuntos inspirados na Juicy Couture, lingeries no estilo Victoria’s Secret e até pijamas.

 

Muitos lançamentos recentes nasceram dessas interações nas redes, que ela considera essenciais para manter a marca conectada com quem a consome.Hoje, Isabelle responde pelo marketing, estilo e posicionamento da marca, enquanto a mãe segue cuidando da parte administrativa e financeira.

 

A jovem reconhece que o mercado de fast fashion é competitivo e que manter relevância exige acompanhar tendências em ritmo acelerado.

 

"O setor muda o tempo todo. É difícil para qualquer marca estar sempre no topo", afirma.

 

O desafio, segundo ela, está em equilibrar pluralidade de estilos e identidade própria. Para isso, a empresária diz querer reforçar o sentido de pertencimento.

 

"Hoje o mercado está saturado. Muitas marcas, inclusive a Shein, fazem peças parecidas. Quero que, ao adquirir nossas roupas, as clientes encontrem também um sentimento de comunidade e empoderamento."

 




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia