O juiz que conduziu a audiência de custódia do fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro, 24, preso por espancar a namorada em São Paulo na última segunda-feira (14), classificou a agressão como covardia.
Diego de Alencar Salazar Primo citou o porte físico de Pedro.
"O modus operandi denota covardia, descontrole emocional e periculosidade concreta por parte do custodiado, homem fisiculturista de robusto porte físico, que teria socado intensamente o rosto de sua namorada, a ponto de causar fratura no quarto metacarpo esquerdo do agressor deixando a vítima desacordada e hospitalizada em estado grave".
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Juiz converteu prisão em preventiva e negou pedido da defesa para cumprimento em prisão domiciliar.
"Nada há nos autos que afaste peremptoriamente [de forma categórica] a imputabilidade do autuado, que impeça a decretação da prisão preventiva ou que sugira que os cuidados médicos de que o preso eventualmente necessite não possam ser prestados no âmbito do sistema prisional paulista".
Defesa alegou problemas de saúde de Pedro, como Transtorno Alimentar de Bulimia Nervosa. Um relatório psicológico anexado pelos advogados também cita abuso de anabolizantes, esteroides e medicamentos psiquiátricos. Documento diz ainda que o fisiculturista não continuou com o atendimento psicológico.
Juiz também alegou "astúcia" de Pedro em fugir para negar prisão domiciliar.
"A prisão domiciliar por razão de saúde somente é cabível quando o agente estiver extremamente debilitado por motivo de doença grave, requisitos que não se compatibilizam com a situação do preso, sua capacidade de viajar a São Paulo para lazer e sua astúcia em tentar escapar da polícia ao fugir do distrito da culpa".
Após o crime, fisiculturista fugiu com o carro da vítima em direção a Santos.
Qualquer manifestação sobre o caso é prematura, diz advogado do fisiculturista. Danilo Pereira argumenta que ainda faltam etapas burocráticas. "Deverá prevalecer o respeito às partes e seus respectivos familiares, de modo que toda e qualquer manifestação será realizada exclusivamente no bojo dos autos, após franqueada a íntegra da documentação".
'Saí de mim', diz fisiculturista
Fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro disse em depoimento que não lembro do que aconteceu.
"Não sei [como quebrei o braço], se foi na hora da confusão. Eu meio que saí de mim na hora. Não lembro exatamente", afirmou.
Momento em que ele deixa o apartamento foi gravado por câmeras de segurança do condomínio. Nas imagens, é possível ver que ele sai do local minutos após chegar acompanhado pela vítima. Ele fugiu do local sem prestar socorro.
A vítima, de 27 anos, foi levada em estado grave a um hospital de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Ela tinha muitos ferimentos no rosto, dificuldade para respirar e está intubada na UTI, segundo a polícia. O UOL não conseguiu até o momento atualizações sobre o estado de saúde.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
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