Chico Buarque está processando o apresentador Ratinho porque ele teria vinculado o engajamento político do cantor a um suposto favorecimento na Lei Rouanet —informação negada pelo compositor.
A declaração de Ratinho foi feita na rádio Massa FM, de sua propriedade, em 15 de setembro. Também foram acionados na Justiça os youtubers Thiago Asmar (Pilhado) e a suplente de vereadora de Teresina Samantha Cavalca (PP).
"Rico de esquerda é fácil. Chico Buarque ser de esquerda é fácil. Bebe champanhe, come caviar. O Caetano Veloso ser de esquerda é fácil, come caviar, mora no Rio de Janeiro, pega dinheiro da Lei Rouanet, aí é fácil", afirmou o apresentador.
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A fala de Ratinho viralizou após a participação de Chico e Caetano nas manifestações contra a PEC da Blindagem e contra a anistia aos condenados no 8 de Janeiro, realizada em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 21 de setembro.
Em decisão de quinta (2), o juiz Victor Agustin Cunha Jaccoud Diz Torres, da 41ª Vara Cível do Rio de Janeiro, deu um prazo de cinco dias para que os três réus se retratem dos comentários ou "demonstrem minimamente em juízo a veracidade [do que disseram] –notadamente quanto ao recebimento, pelo autor, de recursos públicos da Lei Rouanet ou das gestões do Partido dos Trabalhadores".
"Tudo sob pena de se configurar crime de desobediência, o que, em tese, justificaria a prisão em flagrante", acrescenta o magistrado.
Chico Buarque é representado pelos advogados João Tancredo e Maria Isabel Tancredo. Na ação inicial, o cantor pede que os réus paguem indenização no valor de R$ 50 mil cada.
"Chico jamais recebeu qualquer dinheiro oriundo de verba pública, de qualquer natureza. As premissas que norteiam o vídeo [de Thiago Asmar] são simplesmente falsas, gerando flagrantemente um conteúdo de desinformação e em abuso do direito de livre manifestação. Há que se dizer, não há no ordenamento jurídico pátrio qualquer proteção à mentira ou a propagação de desinformação, pelo contrário. Daí é que o vídeo propagado não se confunde com direito à livre manifestação, pois não existe o direito de mentir –em especial para violar a honra e ferir a reputação de terceiros", dizem os advogados no processo.
Procurados, Ratinho e Thiago não se manifestaram até a publicação deste texto. Já Samantha disse não ter conhecimento sobre a existência da ação e afirmou que está à disposição para "esclarecer tudo o que for necessário ao Poder Judiciário."
"O compositor de 'Cálice' tá querendo me calar? Típico da esquerda caviar que se diz a favor da democracia e adora censurar quem não pensa como eles. Quero aproveitar a oportunidade pra destacar que Chico Buarque provou que não precisamos regular as redes sociais, já estamos censurados mesmo. Triste fim pra um compositor que tinha no currículo a luta pela liberdade de expressão", afirmou ela.
Ivan Lins, Paulinho da Viola, Frejat, Lenine, Geraldo Azevedo, Jorge Vercillo, Maria Gadu, Marina Sena e o conjunto Os Garotin também cantaram em Copacabana. Em paralelo, nomes como Wagner Moura, Daniela Mercury, Chico César e Fernanda Takai participaram de protestos pelo país, em capitais como Salvador, Brasília e Belo Horizonte.
Chico cantou "Cálice" com Gil, simbólica composição da dupla feita durante a ditadura militar para o show Phono 73, no Anhembi, em São Paulo. Já em trio, com Djavan, cantaram "Samba do Grande Amor".
A atriz Bella Campos, nova embaixadora da L’Oréal Paris, e o CEO do grupo no Brasil, Marcelo Zimet, participaram da edição brasileira do "Le Défilé", promovido pela marca na segunda (29), no Palácio dos Cedros, em São Paulo.
O evento contou com show da cantora Liniker e presença da atriz Gabriela Loran. Também compareceram os influenciadores Marcela McGowan, Maju de Araújo, Andrea Schwarz e Allan Ribeiro.
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