Cuiabá, Segunda-Feira, 6 de Outubro de 2025
'ACEITAÇÃO'
28.04.2015 | 17h30 Tamanho do texto A- A+

Pais narram transição de gênero de filho de cinco anos 5; veja

O processo de transição começou dentro de casa, para só depois acontecer perante as famílias de origem de Mimi e Joe e nos ambientes que frequentavam.

Reprodução

Jacob Lemay nasceu uma menina e, aos dois anos, passou a dizer que era um menino

Jacob Lemay nasceu uma menina e, aos dois anos, passou a dizer que era um menino

DO UOL
O canal americano de TV NBC convidou Mimi e Joe Lemay, pais de Jacob, para narrar como foi a transição de gênero do filho, que nasceu como menina, em 2010. Em uma matéria em vídeo, eles contaram como lidaram com a situação —desde o período em que achavam que era apenas uma fase até a aceitação.

Jacob Lemay, 5 anos, chamava-se Mia e, segundo os pais, desde muito pequena, sentia "inadequação de gênero" e tinha um comportamento oposto ao que a sociedade associa ao sexo com o qual nasceu.

Na reportagem especial da NBC, o pai conta que, ainda sob a identidade de Mia, o filho trocava de roupa, pelo menos, 12 vezes ao dia e só parou quando ganhou um suéter azul, que usou por seis meses seguidos, sempre em cima de todas as peças femininas que colocava. Para Mimi, foi a forma que Jacob encontrou para marcar sua inadequação.

Mimi e Joe também notaram outros sinais da inadequação de gênero, já que a opção de Mia era sempre por cortes de cabelo masculinos. Na escola, não se entrosava nem com os meninos nem com as meninas.

Aos dois anos, Mia passou a dizer que era um menino. "Estava confusa e preocupada, e esperava que essa obsessão em ser um menino passasse, mas o coração de uma mãe sabe quando uma criança está sofrendo", diz Mimi no vídeo.

A aceitação veio após Mimi sofrer um grave acidente de trânsito, no ano passado. Ao pensar na possibilidade de perder a filha, a mãe imaginou que, se tivesse de morrer, a criança deveria ser feliz sendo quem realmente é.

Na reportagem da NBC, os pais relatam como episódio marcante quando compraram uma fantasia de príncipe encantado e, finalmente, viram o filho mais feliz do que nunca. "Ele ficou radiante, sendo visto da maneira como queria", afirma Mimi.

O processo de transição começou dentro de casa, para só depois acontecer perante as famílias de origem de Mimi e Joe e nos ambientes que frequentavam. Depois de assistirem ao vídeo de Ryland Whittington, um garoto transgênero, eles exibiram o material para o filho e perguntaram se ele gostaria de ser como o menino e ganhar um novo nome.

"Ele respondeu que não podia, que poderia ser quem quisesse em casa, mas que tinha de ser Mia na escola", fala o pai no vídeo. Mimi e Joe falaram que o garoto poderia trocar de colégio. A criança comemorou e disse que gostaria de se chamar Jacob.

Após a transição de gênero, o menino começou a fazer amigos, a dar risada e a encarar as pessoas de frente. "Percebi o quanto ele saiu de sua concha. Ele nunca foi Mia, aquilo era uma ilusão minha", afirma a mãe.

"Não poderia pedir por um filho melhor, ele é maravilhoso", diz o pai. "Quero que ele saiba o quanto tenho orgulho dele, o quanto acredito que ele é corajoso. Eu o amo, e sempre amarei", afirma Mimi, na reportagem do canal NBC.



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2 Comentário(s).

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Thiago  29.04.15 15h30
Walmir, seu comentário não contudente e sem fundamento. Os pais desta criança agiram corretamente, sem discrimina-la e entenderam toda a situação. Isso com certeza, ajudou esta criança a não ter traumas e ter uma propria aceitação. Os transgeneros devem ser sim respeitados e aceitos, infelizmente eles não tiveram opção de escolha, e sim, isso é real. Bem vindo ao século XXI.
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Walmir  29.04.15 08h35
Acho que os pais de hoje em dia estão se esquecendo do papel que tem, uma criança de 2 anos ou 5 anos de idade, precisa ser educada, precisa entender que criança é criança, antes de ser homem ou mulher. Uma criança que uma hora é menino e outra menina já nessa idade, tem grande possibilidade de crescer com alguma dificuldade social. É triste o posicionamento de alguns pais hoje em dia, a forma que eles se preocupam antes de tudo com o desejo de uma criança, isso vai nos trazer uma futura população que desconhece limites, limites que todos devemos ter para o bom convívio.
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