Cuiabá, Segunda-Feira, 8 de Dezembro de 2025
ALVO DE OFENSAS
03.11.2015 | 08h20 Tamanho do texto A- A+

Polícia investiga se crime contra Taís Araújo foi racismo ou injúria racial

Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática abriu inquérito

Reprodução/Facebook

Atriz é alvo de comentários racistas em rede social

Atriz é alvo de comentários racistas em rede social

DO G1

Em entrevista ao Bom Dia Rio, Alessandro Thiers, o delegado que investiga as ofensas racistas contra a atriz Taís Araújo em redes sociais, afirmou que irá iniciar nesta terça-feira (3) a coleta de dados para descobrir se a pessoa responsável pela publicação irá responder por injúria racial ou racismo. 

 

 

 

"Nós pretendemos ouvir todos os envolvidos para saber, de fato, o que ocorreu. A injúria racial é com relação a uma pessoa, é individual. O racismo já é contra uma coletividade. Por exemplo, no caso de você impedir que a pessoal frequente um lugar por uma questão racial. Tudo o que é feito pela internet deixa rastro e a polícia tem condições de chegar até a pessoa, mas, para isso, as pessoas precisam ir até a delegacia e efetuar o registro", explicou Alexandre Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio.

 

 

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Ainda segundo o delegado, é importante que  não apenas pessoas famosas, mas qualquer um que for vítima de ofensas semelhantes procure a delegacia para que este tipio de crime não fique impune. Acusados de injúria racial podem pegar até três ano de prisão, já o de racismo, que é mais grave, pode chegar a cinco anos.

 

 

"A internet não é uma página em branco, você não pode publicar qualquer coisa de maneira irresponsável. Tudo o que é pulicado na internet gera uma responsabilidade. A pessoa pode responder não só pelo crime, mas por um dano moral ou qualquer outra coisa", disse.

 

 

O delegado completou ainda pedindo conscientização sobre o uso consciente da internet e para os usuários da web pensarem antes de publicar em redes sociais.

 

 

A foto da atriz que passou a receber comentários preconceituosos de diferentes perfis, datada do início de outubro, foi publicada quase um mês antes dos ataques. A hashtag #SomosTodosTaísAraújo, em defesa da artista, virou trending topic no Twitter na manhã deste domingo.

 

 

Taís desabafou na mesma rede onde foi ofendida e antecipou que vai recorrer à Polícia Federal (Leia o texto na íntegra ao final da reportagem). No Twitter, reproduziu o texto junto a hashtag "Não Passarão".

 

 

"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça", escreveu.

 

 

Em julho, a jornalista Maria Júlia Coutinho também foi alvo de internautas. Na ocasião, o Ministério Público solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhasse o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).

 

Reprodução/Faceboo

TAIS ARAUJO 2

Comentários contra Taís Araújo começaram no sábado (31)

 

 

 

Injúria


O crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal e consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém “na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.

 

 

A pena pode chegar a três anos de reclusão. Se o promotor entender que houve racismo, os acusados podem responder pelos crimes previstos na Lei 7.716, de 1989. Há várias penas possíveis para racismo, entre elas prisão e multa. O crime de racismo não prescreve e também não tem direito à fiança.

 

 

Confira o desabafo de Taís Araújo


"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar. Na última noite, recebo uma série de ataques racistas na minha página. Absolutamente tudo está registrado e será enviado à Polícia Federal. Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça.

 

 

Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu! Por ironia do destino ou não, isso ocorreu no momento em que eu estava no palco do teatro Faap com o “Topo da Montanha”, um texto sobre ninguém  menos que Martin Luther King e que fala justamente sobre afeto, tolerância e igualdade. Aproveito pra convidar você, pequeno covarde, a ver e ouvir o que temos a dizer. Acho que você está precisando ouvir algumas coisinhas sobre amor.

 

 

Agradeço aos milhares que vieram dar apoio, denunciaram comigo esses perfis e mostraram ao mundo que qualquer forma de preconceito é cafona e criminosa. E quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado.A minha única resposta pra isso é o amor!"

 

Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/11/policia-investiga-se-crime-contra-tais-araujo-foi-racismo-ou-injuria-racial.html




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