A cerca de dez mil anos atrás, durante a pré-história, no período neolítico povos caçador-coletores notaram que alguns grãos coletados na natureza para a sua alimentação poderiam ser enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzirem novas plantas iguais às originais. Ademais mudanças climáticas e desenvolvimento de tecnologias humanas embora rudimentares, foram às razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura.
A partir de então os primeiros sistemas de cultivos agrícolas e de criação de animais domésticos começaram a aparecerem em algumas regiões do planeta. As primeiras formas de agricultura eram praticadas perto das moradias, em áreas de aluviões, vazantes de rios, ou seja, terras fertilizadas naturalmente. Essa descoberta-pratica permitiu o aumento da oferta de alimentos às pessoas, com isso evitava a perigosa procura por alimentos em ambientes abertos distantes, cheio de animais ferozes.
"A seleção de grãos selvagens que apresentavam e detinham características interessantes tais como tamanho, cheiro, cor, sabor, beleza, produtividade... Também foi de relevante significado para os agricultores"
Com o plantio e cultivo cada vez mais próximos das moradias e maior intercalação entre as plantas, permitiu-se produzir mais e colher frutos com facilidade e de melhor qualidade do que os colhidos em seu habitat natural. A seleção de grãos selvagens que apresentavam e detinham características interessantes tais como tamanho, cheiro, cor, sabor, beleza, produtividade... Também foi de relevante significado para os agricultores.
Foi assim que surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas no mundo, dentre as quais inclui o Trigo a Cevada... Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo no Egito, Tigre e Eufrates na Mesopotâmia=Iraque, Amarelo e Azul na China.
Com a evolução da humanidade evoluiu-se também a agricultura no mundo, passando de primária à moderna e hoje extremamente tecnificada. Com isso a seleção de espécies vegetais silvestres para alimentação a humana e de demais animais, foi e continua sendo um avanço extraordinário na melhoria da qualidade de vida de todos.
Hoje mais do que nunca centros continuam sendo importantes referenciais de pesquisas e evolução tecnológica, cumprindo papel fundamental para que possamos entender compreendermos e aperfeiçoarmos a produção e produtividade de alimentos sadios e saudáveis, com novas espécies, sem agredir ou impactar o meio ambiente.
Com geografia perfeita e condições de intempéries privilegiadas, estes importantes centros de pesquisas mantêm ricas e diversificadas variedades de espécies e espécimes da flora nativa, oportunizando aos cientistas e pesquisadores do mundo inteiro trabalhar em verdadeiros laboratórios a céu aberto.
Localizados em pontos estratégicos na China; África - Subsaariana; Mesoamerica; Andes Centro Sul; sudeste da Ásia e Pacifico Sul, eles cumprem primorosamente seus papeis, na preservação e continuidade da vida, com alta diversidade biológica natural, topografia perfeita, clima variado e cultura humana preparada para explorar seus benefícios, cultivando comida para a humanidade.
Hoje, melhor preparados e conhecimentos mais avançados a discussão sobre o aperfeiçoamento da agricultura continua cada vez mais evoluindo para o bem da vida. A busca por novas variedades sustentáveis capazes de produzir mais e melhor em menor espaço físico é a questão em foco.
Vale ressaltar que o objetivo desse esforço, vai muito além do que acontece nos limites de uma unidade agrícola de produção individual. Novas linhas de pesquisas, novas alternativas de viabilidade econômicas, novos modelos de produção e produtividade, novos instrumentos e ferramentais de manejo, sem agressão gratuita ao meio ambiente continuam sendo desenvolvidos e aperfeiçoados.
Nesse front despontam-se valiosa visão holística nas academias e centros de pesquisas intrinsecamente harmoniosa, envolvendo uma gama de jovens pesquisadores que sonham e torna realidade o desenvolvimento de novas cultivares para o bem da humanidade.
Como se vê a agricultura sustentável como a biologia da conservação orienta no sentido de manter a produtividade dos ecossistemas. Embora a primeira lide com sistemas manejados e a segunda, com sistemas naturais, a distinção entre os dois campos estão se tornando cada vez mais tênue.
Nesse viés precisamos entender que não é mais possível preservar a biodiversidade natural simplesmente protegendo ecossistemas naturais da influência antrópica. Ou seja, a preservação da biodiversidade natural é uma questão de manejo, tanto quanto o é a produção agrícola.
ROMILDO GONÇALVES é biólogo mestre em Educação e Meio Ambiente
Comentários (1)
Parabéns Prof. Romildo pela matéria.
enviada por: Luiz Carlos Data: 19/02/2014 18:06:34