A hipertensão arterial sistêmica (HAS), popularmente conhecida como pressão alta, é definida por níveis elevados e sustentados da pressão arterial, quando os valores se encontram maior ou igual a 140/90 mmHg, em duas medidas diferentes, dentro do consultório médico. De acordo com dados do VIGITEL BRASIL de 2023, aproximadamente 28% dos adultos das 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal, relataram diagnóstico de HAS.
Habitualmente, a HAS surge pela associação de vários fatores de riscos, como o envelhecimento, excesso de peso, ingestão excessiva de sódio, sedentarismo, uso de tabaco, estresse, insônia e outros fatores. Quando o paciente apresenta esta condição, como consequência dos fatores citados anteriormente, denominamos o quadro de hipertensão essencial.
Não obstante, em algumas situações, podemos definir que a HAS é consequência direta de uma causa específica, e nesta situação, nomeamos o quadro de hipertensão secundária. A depender da referência e população usada para este diagnóstico, estima-se que 10-35% dos adultos sofrendo de HAS, tenham hipertensão secundária.
De acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2020, há doze possíveis diagnósticos para o quadro de hipertensão secundária, sendo que oito são de causas endocrinológicas! Portanto, em certas situações, é importante que você tenha sua pressão alta avaliada pelo médico endocrinologista, para avaliar se alterações hormonais são a raiz do problema.
Caso você esteja acima do peso, tenha quadro de potássio baixo, hipertensão sendo magro, necessite usar 3 ou mais remédios para a pressão, níveis de pressão acima de > 180/110 (principalmente naqueles com menos de 30 anos), pressão alta junto com dores de cabeça, palpitações e suor excessivo, é imprescindível marcar uma consulta com o médico endocrinologista!
A importância do diagnóstico de HAS secundária se deve ao fato que esta exige seguimento e tratamentos específicos. Quanto ao tratamento, este é individualizado, a depender da alteração hormonal presente e do órgão a ser avaliado (adrenal, tireoide ou hipófise) com a possibilidade de oferecermos o tratamento clínico (por meio de remédios) e cirúrgico. Em algumas situações, ainda é possível, a cura de hipertensão secundária com o tratamento cirúrgico, possibilitando a retirada dos remédios para pressão alta!
Portanto, alterações hormonais são causa de HAS, demandam seguimento e tratamentos específicos e o endocrinologista é um profissional capacitado para auxiliar o paciente nesta condição.
Felipe Moura Maia Pinheiro é médico formado pela Universidade de Cuiabá, com residência médica em endocrinologia e metabologia pela USP-SP.
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