26.05.2015 | 07h:50


Terremoto em Mato Grosso

Pergunta que não quer calar: será que nosso Estado está preparado para lidar com desastres naturais?

No último mês, o noticiário do mundo inteiro tem destacado a situação de calamidade que passa o Nepal.

Mas e nós, mato-grossenses, estamos imunes a estas forças da natureza? Não.

Há cerca de 60 anos, mais precisamente no dia 31 de janeiro de 1955, ocorria na Serra do Tombador, localizada na região Norte do Estado, a 100 km da cidade de Porto dos Gaúchos, o maior terremoto registrado na história do Brasil. O sismo teve uma magnitude de 6,2 mb na Escala Richter.

Na época do ocorrido, não se foi registrado grandes estragos, mas com certeza se esse terremoto ocorresse hoje poderíamos ter outras consequências, visto que nestes 60 anos a densidade populacional do estado aumentou muito.

Fica então a pergunta: Será que nosso Estado está preparado para lidar com desastres naturais?

"Há cerca de 60 anos, mais precisamente no dia 31 de janeiro de 1955, ocorria na Serra do Tombador, localizada na região Norte do Estado, a 100 km da cidade de Porto dos Gaúchos, o maior terremoto registrado na história do Brasil. O sismo teve uma magnitude de 6,2 mb na Escala Richter. "



Pois bem, vamos lembrar-nos de outros fatos históricos que tem uma intima relação com a natureza.

No final da década de 60, o Pantanal Mato-grossense passou por uma dura seca de aproximadamente de 4 anos, esse fato ficou registrado na memória dos pantaneiros e também nas poesias de Manoel de Barros.

Muitas das águas que formam a planície alagada, antes de chegar até lá começaram a correr pelos planaltos de nosso Estado.

Ou seja, se o Pantanal esteve seco nesta época é por que estava chovendo pouco na cabeceira dos rios da Bacia do Paraguai.

Hoje, nosso Estado possui como base da economia a agricultura. Será que conseguiríamos enfrentar uma seca prolongada?

Existem muitos fatores que afetam os ciclos hídricos e alguns destes ciclos duram décadas, séculos ou milênios.

Para compreendê-los, é preciso estudar a historia do nosso planeta ao longo das eras.

As perguntas colocadas acima e muitas outras intrigam a sociedade no dia a dia.

Mas, para que possamos ter respostas concretas sobre esses temas, é preciso que o Estado aprofunde os estudos geológicos, para assim, conseguir entender melhor as forças naturais que existem nosso planeta.

Neste mês de maio, comemora-se o Dia do Geólogo (dia 30), e a principal atividade que será realizada é um debate com toda a sociedade na Assembleia Legislativa, na sexta-feira, dia 29, às 13h, no Auditório Deputado Milton Figueiredo, onde ocorrerá uma Audiência Pública com a temática: “Geologia e políticas públicas e as perceptivas do setor mineral”.

Prever desastres naturais é algo quase impossível nos dias de hoje, mas podemos juntos debater como planejar as nossas ações para garantir que no futuro tenhamos um planeta cada vez melhor para se viver.

CAIUBI KUHN é geólogo e mestre em Geociências em Mato Grosso.
caiubigeologia@hotmail.com

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