11.01.2021 | 08h:17

MARCELO AUGUSTO PORTOCARRERO


Um paradigma alimentar

Quadro mostra 20 municípios mais ricos da agricultura brasileira em 2019

Dia desses foi publicado um quadro apresentando os 20 municípios mais ricos da agricultura brasileira no ano de 2019. É um documento que impressiona pela quantidade de representantes de Mato Grosso nele presentes.

 

A metade para ser exato, dentre os quais estão Sorriso e Sapezal honrosamente ocupando os dois primeiros lugares. E tem mais, nos dez primeiros ainda estão Campo Novo do Parecis (4º), Diamantino (8º), Nova Ubiratã (9º) e Nova Mutum (10º), uma realidade de encher o peito de orgulho (a lista completa está inserida no final do texto) pela maravilhosa demonstração de pujança que por sinal é comentada nos quatro cantos do mundo inclusive por aqueles que combatem o verde das culturas mecanizadas.

 

Fato é que até o final dos anos 70 quase todos os matogrossenses pensavam que o que existia acima, abaixo e para os lados da Baixada Cuiabana eram florestas impenetráveis, cerrados pouco férteis e o pantanal com suas cheias sazonais.

 

Todas essas áreas eram consideradas como de baixo aproveitamento econômico devido estarem distantes dos mercados consumidores o que fazia com que seus valores estivessem relacionados a suas extensões e não a um outro potencial passível de ser explorado que não a mineração e a criação extensiva de gado.

 

Naquele tempo a borracha natural ou látex já era coisa do passado, as grandes serrarias ainda não haviam chegado e a agricultura era praticamente a de subsistência tendo como única exceção o cultivo da cana. Essa última atividade era voltada a abastecer as usinas de açúcar localizadas nas margens do rio Cuiabá e também foi sendo abandonada aos poucos assim como a própria navegabilidade do rio que a tudo e todos atendia.

 

Enquanto isso as pesquisas sobre a agricultura intensiva seguiam céleres e aos poucos foram chegando por aqui trazendo consigo sementes adaptadas às características dos solos do centro-oeste, novas técnicas de cultivo, a colheita mecanizada e a logística de armazenamento e transporte, procedimentos estes pouco considerados na matemática daqueles que aqui viviam. Foi quando a roda do desenvolvimento econômico começou a girar de forma acelerada em Mato Grosso.

 

No entanto, essas tecnologias demoraram um tempo precioso para serem levadas em conta pela maioria dos antigos proprietários de terras, mas principalmente pelos governos estadual e municipais. Poucos se utilizaram daquelas informações para planejar o futuro porque só davam atenção às questões de curto e médio prazos com o agravante de que no caso dos governadores e prefeitos esses prazos eram na maioria das vezes restringidos deliberadamente a seus mandatos.

 

Assim, nossos políticos foram pouco a pouco reduzindo o tamanho dos antigos municípios sem ter o cuidado de balancear as áreas remanescentes com a necessária equidade. Pensaram apenas nos benefícios de controlar politicamente o maior número possível de municípios com a partilha do que restou da ainda enorme vastidão territorial que pouco antes havia perdido quase a metade de seu tamanho. (Em 11 de outubro de 1977 o presidente Ernesto Geisel assinou a Lei Complementar nº 31 dividindo Mato Grosso e criando o estado de Mato Grosso do Sul)

 

Hoje os representantes eleitos da baixada cuiabana não dominam mais o cenário político razão pela qual seus municípios permanecem dependentes viscerais do progresso econômico daqueles que estão em seu entorno. Não existe outra maneira de interpretar o atraso perpétuo a que relegaram essa região ao considerarem que a capital e seus vizinhos, todos sustentados pelos cofres públicos federal e estadual, bastariam para manterem o controle sobre todo o estado.

 

Sem noção geopolítica foram abrindo mão das áreas produtivas da região pouco ou nada deixando para que os municípios divididos tivessem alternativas de arrecadação para eliminarem suas crônicas dependências financeiras. Sequer tiveram competência para transformar Cuiabá e outros municípios de menor potencial agrícola em polos industriais para processar parte do que o estado veio a produzir, e olha que a infraestrutura necessária para essa missão foi projetada e teve sua maior parte implantada com recursos federais em parceria com o governo estadual ainda no final da década de 70.

 

Deixando o passado para trás e voltando aos atuais municípios mais ricos da agricultura matogrossense é importante salientar que todos fazem parte do paradigma alimentar da sobrevivência e progresso da humanidade que forças antes ocultas agora estão tentando quebrar descaradamente.

 

Sem sombras de dúvidas, muitos dos habitantes do planeta dependem do crescimento da produção dessas e das outras áreas agricultáveis existentes.

 

Paralelamente, a taxa de natalidade mundial que vinha sendo reduzida naturalmente parece não mais estar sendo administrada através de programas de educação e de suporte ao desenvolvimento das regiões mais pobres do mundo.

 

Uma realidade cada vez mais difícil de lidar considerada a ganância desmedida dos países desenvolvidos na exploração das potencialidades daqueles mais pobres.

 

A eles, os mais desenvolvidos, interessa o controle das riquezas existentes no mundo sob a alegação de que os países onde elas estão não sabem, não têm condições e o mais absurdo, não querem protege-las, quando na realidade são eles mesmos os demandantes das explorações e degradações descontroladas pelas quais a maioria das áreas sensíveis do mundo estão passando.

 

Combater essa má-fé é a principal razão pela qual a agricultura e a pecuária estão em permanente pesquisa sobre novas tecnologias de cultivo e manejo de alimentos.

 

Essa é uma das razões pelas quais seus esforços precisam ser estimulados e não combatidos pelos que se dizem progressistas, mas agem como se o desenvolvimento dessas atividades fosse a causa do problema e não parte de sua solução mesmo sabendo que não existem outras formas de proceder sem que vidas continuem a ser colocadas em risco por desnutrição.

 

Se nada for feito de maneira adequada e com o consenso de todos o próximo conflito mundial será por comida e água potável. Essa é uma realidade que já vem sendo mostrada através das mídias livres e que aquelas controladas por grandes corporações procuram esconder. Também é a razão da China estar investindo agressivamente na aquisição de áreas privadas produtivas e subjugando países inteiros. No mesmo sentido, mas com estratégias diferentes França, Itália, Alemanha e outro punhado de países que já esgotaram suas capacidades de produzir alimentos atacam sistematicamente os que possuem áreas em estado natural.

 

Da mesma forma é notório que a Nova Ordem Mundial deixou de tratar o controle populacional como uma proposta a ser discutida nos foros bancados por milionários para pôr em prática sua estratégia de reduzir a população do mundo usando as pseudo diferenças dos cidadãos para promover conflitos entre eles quando deveriam estar pacificando as relações humanas através da exaltação de suas igualdades.

 

Como podem políticos, líderes e influenciadores mundiais estarem incentivando a adoção de medidas genocidas como o aborto de seres humanos e ao mesmo tempo defenderem práticas preservacionistas para outras espécies de animais.

 

E mais, neste exato momento estamos sendo expostos a outro procedimento abominável e em proporções catastróficas com risco de extermínio ao sermos expostos ao “corona vírus da vez” novamente gerado em um laboratório controlado pelo governo chinês.

 

Se essa é mais uma tentativa de controlar o mundo é bom alertá-los e a quem os apoia de que as grandes pandemias como a Peste Negra do século 14 (de 74 a 200 milhões de mortos), nem a Gripe Espanhola no início do século 20 (40 a 50 milhões de mortos), tão pouco as guerras mundiais com suas vítimas (1ª GM 18 milhões e 2ª GM 85 milhões), muito menos os expurgos praticados nos países comunistas com seus assassinados (100 milhões na Revolução Russa e 65 milhões na Revolução Chinesa) não foram capazes de reduzir o flagelo da fome, muito menos de promover qualquer domínio ideológico.

 

Não será agora com essa nova, macabra e virótica tentativa que conseguirão submeter o mundo. Sempre haverá lutas e vitórias contra imposições de qualquer natureza principalmente daqueles que a muito tempo procuram ser hegemônicos a força.

 

Municípios líderes no valor da produção em 2019

 

1. Sorriso (MT); 2. Sapezal (MT); 3. São Desidério (BA); 4. Campo Novo do Parecis (MT); 5. Rio Verde (GO); 6. Cristalina (GO); 7. Jataí (GO); 8. Diamantino (MT); 9. Nova Ubiratã (MT); 10. Nova Mutum (MT); 11. Formosa do Rio Preto (BA); 12. Campo Verde (MT); 13. Primavera do Leste (MT); 14. Maracaju (MS); 15. Petrolina (PE); 16. Lucas do Rio Verde (MT); 17. Campos de Júlio ((MT); 18. Sidrolândia (MS); 19. Barreiras (BA); 20. Ponta Porã (MS);

 

Marcelo Augusto Portocarrero é engenheiro civil.


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