Cuiabá, Quarta-Feira, 9 de Julho de 2025
US$ 10 BILHÕES
18.06.2014 | 15h00 Tamanho do texto A- A+

GM sofre ação judicial por desvalorização de carros

Advogado quer que montadora indenize quem tem veículos da marca

DA REUTERS
Uma nova ação judicial diz que a General Motors deve indenizar milhões de donos de carros e caminhões por perda de valor de mercado, potencialmente superior a US$ 10 bilhões. O processo alega que o mega-recall nos Estados Unidos de carros com ignição defeituosa e o atraso para recolher esses veículos mancharam a credibilidade da marca.

Segundo uma queixa apresentada última na quarta-feira (18) no tribunal federal de Riverside, na Califórnia, a GM prejudicou clientes, escondendo defeitos conhecidos e priorizando corte de custo em detrimento da segurança, o que levou a cerca de 40 recalls envolvendo mais de 20 milhões de veículos só neste ano. A ação afirma que isso tem feito vários veículos mais antigos perder cerca de US$ 500 a US$ 2.600 em valor de revenda.

Mas o advogado Hagens Berman Sobol Shapiro quer forçar a GM a pagar a mais de 15 milhões de proprietários de carros e caminhões --e não apenas aqueles cujos veículos foram recolhidos-- por danos à marca e à reputação.

A montadora não quis comentar a ação. Segundo o porta-voz Greg Martin, muitos clientes e analistas reconheceram a força da marca GM, o que resultou em aumento de vendas, preços de transação e valores residuais.

Entenda o caso

O escândalo com recalls da GM envolve modelos vendidos nos EUA e no Canadá, fabricados entre 2003 e 2014. Nenhum deles chegou a ser comercializado no Brasil -apesar de um deles ser chamado Cobalt, o carro não é o mesmo vendido com esse nome no mercado nacional.

Foi detectada uma falha na ignição, que poderia fazer esses carros desligarem "do nada", comprometendo sistemas elétricos e também a abertura dos airbags. Há 13 mortes relacionadas ao caso, a maioria em função da não abertura do dispositivo de segurança. O jornal "The New York Times" relatou o caso de uma jovem que passou 10 anos achando que era a culpada pela morte do namorado, em acidente com um dos veículos envolvidos.

Os primeiros relatos de problemas surgiram em 2001, segundo a agência France Presse, mas a montadora só convocou um recall no início deste ano. Até o início de junho, quase 6 milhões de carros foram convocados.

O jornal britânico "The Times" identificou 12 pessoas que morreram em 10 acidentes separados em nove estados dos Estados Unidos e no Canadá. A primeira morte foi em 4 de julho de 2004 e a última, a menos de um ano atrás, em 22 de junho de 2013.

Segundo a publicação, as vítimas tinham entre 13 e 81 anos. Ainda de acordo com o jornal, com exceção de um dos acidentes, todos foram colisões de carros em que o motorista perdeu o controle e bateu de frente com um obstáculo. Em todos os casos, os airbags não abriram.

O caso resultou em uma investigação criminal e civil, um inquérito interno da GM e em audiências no Congresso. A montadora se desculpou: "Sentimos muito e estamos trabalhando para resolver esse problema o mais rápido possível", disse Alan Batey, presidente da GM na América do Norte, em comunicado divulgado em fevereiro passado.

A CEO Mary Barra afirmou que o recall foi causado por "incompetência e negligência". A empresa disse que demitiu 15 funcionários. Pela demora na convocação do recall, a GM levou uma multa recorde de US$ 35 milhões do governo americano.



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