O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, afirmou nesta segunda-feira (31) que o governador Pedro Taques não sai enfraquecido das eleições municipais em razão do resultado em Cuiabá.
O candidato de seu grupo, Wilson Santos (PSDB), foi derrotado por Emanuel Pinheiro (PMDB), que teve 60,41% dos votos.
“Quando um candidato é derrotado, são derrotados o seu grupo político e as ideias que ele defende. Mas a história política de Cuiabá nos mostra, num passado recente, que de três a quatro governadores atrás, eles também não conseguiram eleger o candidato do seu grupo como prefeito da Capital”, disse.
“Por isso, eu não vejo o resultado como uma derrota política do governador. Nós entramos na eleição, apoiamos o Wilson Santos, e o candidato Emanuel Pinheiro ganhou. A democracia é assim”, completou.
O secretário destacou as vitórias que o grupo político de situação obteve no interior de Mato Grosso.
“Se for levar em contexto, o grupo do governador teve vitórias expressivas no Estado, e eu vejo essas questões próprias da democracia. É daí que vem o equilíbrio entre situação e oposição. Por isso, o governador não sai enfraquecido. Pelo contrário, sai muito forte pela quantidade prefeitos que fez”, afirmou.
Na entrevista, Paulo Taques relatou que é preciso respeitar a vontade das urnas, porém, na Capital, especificamente, ressaltou que alguns casos envolvendo o candidato vencedor precisam ser investigados.
Leia os principais trechos da entrevista:
MidiaNews - Como o senhor vê a derrota de Wilson Santos em Cuiabá?
Paulo Taques - O Wilson Santos foi um guerreiro. Ele mostrou o quanto é leal ao seu partido e ao seu grupo político. Ele foi chamado literalmente de última hora. Aceitou o desafio, começou com uma rejeição altíssima, diminuiu bastante, foi para o segundo turno e saiu da eleição com mais de 100 mil votos. Eu quero fazer esse agradecimento a ele, por ter sido leal. Infelizmente a lealdade é uma coisa que anda um pouco rara no meio político. E Wilson mostrou sua extrema lealdade ao seu grupo.
MidiaNews - Onde foi que o grupo político errou? O fato de ter lançado um candidato de última hora foi o mais determinante?
Paulo Taques - Eu acho que não foi só isso, mas isso pesou bastante. Nós sabemos que uma candidatura majoritária se constrói com tempo. O fato dele ter entrado de última hora, com certeza teve um peso considerável, sim. Até porque se o nosso grupo tivesse um candidato se preparando, desde o início do ano, eu tenho certeza que as nossas chances de vitória aumentariam e o resultado poderia ter sido outro.
MidiaNews - O quanto a discussão da Revisão Geral Anual (RGA) pesou no resultado?
Paulo Taques - Pesou bastante. Nós temos aqui em Cuiabá mais de 40 mil servidores públicos estaduais. Eu acho que a forma como Wilson defendeu o RGA na Assembleia, como líder do Governo - e foi uma maneira muito forte, convincente, leal, defendendo os argumentos do Governo - trouxe um pouco de desgaste para ele.
Mas parece que parte considerável dos eleitores votaram com um pouco de raiva, não com a racionalidade que a cidadania merece. Parece que ele quis descontar uma raiva que sentia. Eu não vejo isso com felicidade. O exercício do voto é uma coisa que foi tão duramente conquistada. E agora eu vejo alguma parcela do eleitor votando assim, dessa forma.
Mas não tenha dúvida: a defesa do Wilson sobre a RGA, e o tempo vai mostrar que ele estava certo, trouxe desgaste. Isso é inequívoco.
MidiaNews – Em qual sentido o senhor diz que o eleitor votou com raiva?
Paulo Taques – Eu vi algumas manifestações nas redes sociais de pessoas votando contra o Wilson por raiva. Eu não vejo isso como algo saudável. O exercício do voto é de cidadania. O eleitor tem que votar pensando na sua cidade, naquilo que será bom para ele. Eu vi muitas manifestação assim. E não estou dizendo só de servidor público. Estou dizendo de uma forma geral. Percebi isso em algumas manifestações. Eu acho que isso não é correto. O exercício do voto é uma coisa que deve ser feita de modo racional, tranquilo, e não com raiva, com ódio.
MidiaNews - A derrota de Wilson em Cuiabá também é a derrota de Pedro Taques?
Paulo Taques - Quando um candidato é derrotado, são derrotados o seu grupo político e as ideias que ele defende. Mas, a história política de Cuiabá nos mostra, num passado recente, que de três a quatro governadores também não conseguiram eleger o candidato do seu grupo como prefeito de Cuiabá. Por isso, eu não vejo o resultado como uma derrota política do governador. Nós entramos na eleição, apoiamos o Wilson Santos, e o candidato Emanuel Pinheiro ganhou. A democracia é assim.
MidiaNews - O senhor apoia a ideia da assessoria jurídica de Wilson, que vai pedir a anulação do pleito?
Paulo Taques - Eu só vi esse fato pela imprensa. Eu já fiz assessoria jurídica de dezenas de campanhas e sei que alguns fatos ocorridos na campanha tem condição de reverter o resultado depois, de um ponto de vista legal.
É importante ressaltar que acabou a eleição, mas o que foi feito na eleição continua, inclusive os processos judiciais originados. Eu vi pela imprensa a manifestação do advogado do Emanuel Pinheiro, e as considero de extrema gravidade, porque elas têm o condão de mexer com a vontade do eleitor. E tudo que mexe com a vontade do eleitor, que força, que induz o eleitor a erro, é passível de ser corrigido pela Justiça.
(Na véspera da eleição, quando foi anunciada uma ação do Ministério Público Eleitoral contra Wilson por compra de votos, o advogado de Emanuel teria dito que os votos dados ao tucano poderiam não ser computados).
Foi uma declaração absolutamente infeliz, e ela não condiz com a declaração de uma assessoria jurídica. Então, eu acho que o doutor José Antônio Rosa, coordenador jurídico de Wilson, tem que judicializar, sim, esse fato e deixar a Justiça Eleitoral se manifestar.
MidiaNews - O candidato Wilson Santos falou que Emanuel corre o risco de ser preso, diante dos fatos do caso Caramuru. O senhor também tem essa avaliação?
Paulo Taques - Eu acompanhei esse caso pela imprensa, pela forma como Wilson externou à toda sociedade. Eu reputo esse caso como gravíssimo. As provas ali são incontestáveis. Nós vimos pessoas que receberam mais de R$ 2 milhões para realizar serviços de consultoria, fato aparentemente estranho diante da realidade.
Eu não sei o que vai acontecer daqui para frente. Eu sei que esse assunto tem que ser esclarecido, não importa a quem atinja, não importa quem o tenha feito. Mas, como os outros casos de corrupção do Governo passado, esse também tem que ser esclarecido.
48 Comentário(s).
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Carmen ruiz 02.11.16 13h13 | ||||
Senhores governantes e legisladores, o povo nao é bobó xera xera kkkkkkk... prova disso está nas URNAS. Que venha 2018! | ||||
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Paul 01.11.16 16h59 | ||||
Credo!! Essa Ana Maria é veneno puro, da melhor qualidade!!! Rssss | ||||
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Ana Maria 01.11.16 15h33 | ||||
A avaliação feita pelo Chefe da casa Civil demonstra falta de uma análise mais consistente .Esta completamente errado está avaliação. Ora o Grande perdedor destas eleições foi o Governador Pedro TAQUES, o seu partido PSDB perdeu na maioria das grandes cidades de Mato Grosso ; para situar citaremos 4 cidades por ser mais representatva: CUiabá, Várzea Grande, Rondonopolis e Sinop.Isto demonstra a falta de liderança política de m governador e um vice sem forca para agregar o grupo . Com isto tão prematuramente Pedro TAQUES sepultou qualquer aventura política para o futuro..Morreuuuuu!!! | ||||
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welber 01.11.16 14h31 |
welber, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
Domingos Roberto Mesquita de Magalhães 01.11.16 14h26 | ||||
O pior cego é aquele que não quer enxergar............ | ||||
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