Wilson: cunhada e irmão de Emanuel admitiram receber propina

O candidato a prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) acusou seu adversário Emanuel Pinheiro (PMDB) de ter recebido R$ 4 milhões de propina, por meio de um esquema de incentivos fiscais que teria beneficiado a empresa Caramuru Alimentos, com sede em Goiás.

Wilson disse que irá, nesta segunda-feira (24), às 14 horas, entregar documentos sobre a denúncia na sede da Delegacia Fazendária.

“Tudo faz parte de um grande esquema de desvio de dinheiro, na política de desvios de recursos públicos por meio de incentivos fiscais, do qual faziam parte o Silval Barbosa, o Marcel de Cursi e o Pedro Nadaf”, afirmou.

O que a dona Barbara falou, com aval do Marco Polo, é que houve um grande esquema de notas fiscais. E, aí, auferiu-se uma propina de R$ 4 milhões

O esquema teria sido articulado pelo ex-secretário de Estado Allan Zanata, que ocupou a Secretaria de Indústria e Comércio durante o governo de Silval Barbosa (PMDB), com o objetivo de beneficiar o deputado Emanuel Pinheiro.

Parte do dinheiro da propina teria sido depositado em uma conta corrente de Bárbara Pinheiro, cunhada de Emanuel, casada com Marco Pólo Pinheiro, conhecido como Popó.

Esse dinheiro teria sido usado para construir uma cozinha industrial, para atender a demanda da empreiteira Aurora Construtora, com sede em Cuiabá.

"Eles me procuraram sem avisar"

Segundo Wilson Santos, o casal lhe procurou, há trinta dias, em seu apartamento, pedindo que não usasse o caso na campanha.

"Eles foram à minha casa, eu fui surpreendido. Não avisaram, não passaram sequer uma mensagem via celular. Ambos estavam muito nervosos, e me trouxeram essa gravíssima denúncia. Eles achavam que eu tinha um áudio e um vídeo sobre o assunto, e abriram seus corações, me explicaram o esquema e pediram para eu não usá-lo em meu programa na TV, no horário eleitoral", afirmou.

Ednilson Aguiar/Midia News

O candidato Wilson Santos, que  formalizará denúncia nesta segunda

"O que a dona Barbara falou, com aval do Marco Polo, é que houve um grande esquema de notas fiscais. E, aí, auferiu-se uma propina de R$ 4 milhões", disse Wilson.

"Eu pedi para eles procurarem o Ministério Público Estadual. A Bárbara me disse que já tinha ido até o MPE, mas que o promotor que os atendeu pediu para eles voltarem depois das eleições", afirmou.

Silval na cadeia

O tucano lembrou que o ex-governador Silval está preso, assim como Marcel de Cursi, por esquemas com incentivos fiscais.

Queremos saber se o Emanuel é sócio, se é 'laranja' do irmão e da cunhada, qual o envolvimento dele nisso

"O governador Silval está na cadeia pelo esquemão de incentivos fiscais denunciado pelo empresário João Batista Rosa. E, agora, trago outra denúncia. Não fui eu que procurei, não fui eu que fui atrás. Houve uma propina de R$ 4 milhões e vamos averiguar isso”, afirmou.

Wilson reiterou que entregará documentos às autoridades, e que espera que o fato seja investigado e esclarecido.

"A denúncia é gravíssima. O Ministério Público Estadual, a Delegacia Fazendária esclareçam à sociedade essa denúncia, feita pelo próprio irmão e pela cunhada de Emanuel Pinheiro. Queremos saber se ele é sócio, se é 'laranja' do irmão e da cunhada, qual o envolvimento dele nisso. Vamos apresentar na Delegacia Fazendária um documento muito contundente, muito grave, e esperamos que os órgãos de controle externo façam o seu papel", afirmou.

Outro lado

"Meu adversário terá que responder na Justiça por calúnia, injúria e difamação. Ele jogou no ar, deixa ele fazer a coletiva, estou com a consciência tranquila. Não vou descer ao nível desse chiqueiro eleitoral", afirmou Emanuel.

Ele disse que não conhece a Caramuru Alimentos. "De denúncia mesmo não teve nada, apenas desespero de mudar o quadro eleitoral. Não tenho medo dele e vou até as últimas consequências em defesa do meu nome", disse.