bombeiros mt brumadinho

Integrantes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso já ajudaram na localização de dois desaparecidos, além de oito fragmentos de corpos de vítimas da tragédia em Brumadinho (MG). O município do interior foi tomado pela lama após o rompimento da barragem da Vale no dia 25 de janeiro deste ano.
Até a última quinta-feira (25), quando a tragédia completou três meses, a Defesa Civil havia confirmado 233 mortes, enquanro outras 37 pessoas seguem desaparecidas.
Os bombeiros de Mato Grosso dão apoio às buscas por desaparecidos desde o final de março. Há um mês, a equipe formada pelo Sargento Everson Brandão Duarte, 41 anos, e dois binômios – dupla composta por um soldado condutor e um cão farejador – formados pelos soldados Lima e Luis Carlos e os cães Sheron e Luke, reforçou o time de buscas.
Eles retornaram para Mato Grosso no último dia 11 de abril, depois de duas semanas na área. Uma segunda equipe - formada pelo tenente Teodoro, soldado Almeira e Sargento Sá, juntamente com as cadelas Mel e Kiara - viajou no dia seguinte para Minas. Ao todo, quatro equipes do estado vão dar apoio aos resgates, ficando em média 15 dias na área.
Assessoria/CBM-MT
Primeira equipe do Corpo de Bombeiros de MT posa com cães e tripulação durante voo de volta para casa
Bombeiro há 21 anos e formado em medicina veterinária, o sargento Everson está há três anos no Núcleo de Busca, Resgate e Salvamento com Cães, que tem cerca de 14 animais treinados em todo o Estado. No primeiro dia de trabalho em Minas Gerais, ele disse já ter sentido o impacto do desastre.
“[Senti] a imensidão da tragédia, o impacto da destruição. Encontramos veículos de grande porte a mais de 3 km, 4 km [de distância]. Tratores que acabaram como se fossem feitos de metal frágil. Encontramos pontes, parecia que as vigas se desfizeram. A quantidade de pessoas que foram atingidas também”, relatou.
Apesar da área impactada ter sido menor que a atingida pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), a tragédia de Brumadinho impactou mais pessoas. Em 2016, foram contabilizados 19 mortos depois que a enxurrada de lama atingiu o distrito de Bento Rodrigues.
A corporação de Minas Gerais recebeu apoio dos bombeiros de outros estados no dia 30 de janeiro, recebendo cerca de 80 militares de São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Espírito Santo. Desde então, oficiais de várias partes do país se revezam para fazer as buscas por desaparecidos na tragédia.
Dificuldade nas buscas
O trabalho de campo acontece em várias frentes, com a ajuda de maquinários pesados. Os cães farejadores, que são treinados para localizar sobreviventes e corpos, são soltos na área. Os tratores ajudam na escavação dos rejeitos, abrindo caminho para localizar corpos, fragmentos e até veículos que foram soterrados.
Os maiores problemas nos trabalhos de busca são a instabilidade do terreno e o tempo, segundo o saegento.
“A área está com bastante lama, rejeitos e dificuldade de acesso. Tem também as condições climáticas, como a chuva, mas a logística está bem estruturada”, contou o bombeiro.
Nos poucos dias que ficou em Brumadinho, o sargento Everson disse ter notado o clima da cidade, que ainda se recupera do choque.
“Todo mundo tem um parente ou um amigo que foi atingido. Estão muito chocados ainda, reiniciando a vida”, disse.
A viagem para Brumadinho foi a primeira missão do sargento fora do Estado. “É muito emocionante e gratificante poder estar pronto e poder ajudar, dar uma resposta para as pessoas, encontrar um ente querido para a família, para dar uma resposta”, afirmou.
Devido ao contato com os rejeitos de minério durante as buscas, os oficiais e os cães passam por uma bateria de exames antes e depois dos trabalhos. Eles também recebem medicação para prevenir leptospirose. O acompanhamento médico durará cerca de seis meses.
Veja abaixo um trecho da participação dos bombeiros de Mato Grosso nas buscas em Brumadinho:
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