Com dois anos, a filha do locutor Ricardo Schneider foi diagnosticada com leucemia e recebeu o tratamento na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Após ver a filha ser "curada" - fato que é confirmado após dez anos -, ele decidiu fazer um churrasco beneficente com arrecadação revertida para o Clínica Oncológica do hospital filantrópico - que encontra-se de portas fechadas desde o dia 11 de março, devido a uma grave crise financeira.
O evento acontece nesta quarta-feira (1º), na Paróquia Sagrada Família, em Nova Mutum (a 241 km da Capital), onde a família de Ricardo mora. As carnes que serão assadas no local serão vendidas por espeto, sendo que cada um custará R$ 70.
Durante o período em que precisou acompanhar o tratamento da filha, hoje com quatro anos, o locutor disse ter visto de perto as consequências dos problemas financeiros enfrentados pelo hospital.
"Há quatro meses, quando ela precisou ficar internada pela última vez, não tinham enfermeiros. Nós tivemos que pegar o soro e trocar por conta própria", lembrou.
Vivenciar a situação dos pacientes que dependem do setor oncológico fez com que Ricardo tomasse a iniciativa de fazer algo em prol da instituição.
Esta já é a segunda edição do churrasco, que tem como objetivo arrecadar dinheiro para a Santa Casa. Na primeira edição, Ricardo contou que cerca de R$ 62 mil foram doados à Clínica Oncológica.
Ricardo exaltou os profissionais e o atendimento realizado pelo setor da Santa Casa. De acordo com ele, cerca de 200 crianças dependem do tratamento disponibilizado no hospital filantrópico.
"É excepcional [o atendimento]. Os médicos estão há um ano sem receber, estão trabalhando por amor. Se eles tivessem abandonado, não sei nem dizer o que seriam dessas crianças. É vida ou morte", disse.
O locutor ainda contou que chegou a fazer uma doação para a Santa Casa no última semana, já que o hospital estava sem as agulhas necessárias para realizar a quimioterapia nos pacientes.
Crise na Santa Casa
A direção Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá finalizou um relatório, com um plano emergencial, com dados da real situação da unidade. O levantamento aponta uma dívida de R$ 118 milhões, entre fornecedores, funcionários e instituições bancárias.
À época do fechamento, a direção alegou a falta de repasse por parte da Prefeitura de Cuiabá em um montante de R$ 3,6 milhões para pagamento de salários e 13º atrasados dos funcionários, que não recebem desde novembro do ano passado.
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1 Comentário(s).
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vania 01.05.19 11h37 | ||||
Parabens pela iniciativa. não podemos so esperar do poder publico. mas os culpados precisam ser punidos e se for o caso devolver o dinheiro desviado | ||||
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