Mesmo com várias operações de "limpeza" nos presídios, e uso de aparelhos de raio-x para evitar que drogas e celulares entrem nas unidades, presos continuam usando as redes sociais na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
A denúncia é de uma agente prisional - que preferiu não se identificar - enviou à reportagem,
na semana passada,
várias fotos de presos nas celas.
“Essas fotos estão sendo compartilhadas desde o começo da semana, nas rede sociais”, diz trecho da denúncia.
A maioria das fotos é de um preso que posa só de cueca e ouvindo músicas no celular, o que é proibido nas cadeias e penitenciárias do Brasil.
Ainda de acordo com a denúncia, os presos usam os aparelhos livremente, dentro da Penitenciária Central.
A agente diz que teve acesso às fotos em um das centenas de telefones celulares apreendidos com um preso, durante operação interna, na PCE, nesta semana, e copiou as imagens.
"Indignação total. Eles usam os aparelhos livremente, dentro da unidade. Quando o Governo vai dar condições para nós, agentes, trabalharmos e mudar essa realidade?", disse a agente.
A reportagem tentou contato com o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso, mas o presidente, João Batista, não atendeu aos telefonemas, durante toda a sexta-feira (19).
Na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que cuida do Sistema Penitenciário do Estado, a assessoria de imprensa informou que o setor de Inteligência Penitenciário está investigando o caso e, na próxima semana, deve ter alguma resposta sobre o caso.
RotinaNesta semana, agentes do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), da Sejudh), apreenderam 105 celulares, além de centenas de trouxinhas de entorpecentes – entre cocaína e maconha –, durante uma revista nas celas do Raio 3, da Penitenciária Central do Estado.
Foram apreendidos, ainda, 136 chips, carregadores, fones de ouvido, 4 kg de pasta base de cocaína e maconha, fermento, livros de anotações (conhecido como livro caixa), e um livro de direito Vade Mecum, que continha um celular em um fundo falso.
As apreensões ocorrem um dia após os agentes localizarem um túnel de cerca de nove metros, que estava sendo escavado em cinco celas do Raio 4.
A quantidade de drogas e celulares surpreendeu os agentes prisionais plantonistas.
O que chamou a atenção é que parte dos celulares é composta de smartphones – celulares com acesso à internet.
Por meio desse equipamentos, os presos acessavam e atualizavam as páginas de redes sociais, como o Facebook.
Leia mais sobre o assunto:Agentes apreendem 105 celulares e trouxas de cocaína na prisão