Cuiabá, Segunda-Feira, 29 de Dezembro de 2025
SOCOS EM CASAL DE MT; VEJA
29.12.2025 | 17h00 Tamanho do texto A- A+

Agressores negam homofobia e dizem que “revidaram ataque”

Empresário de MT foi agredido por mais de 30 barraqueiros nas areais da praia de Porto de Galinhas

Reprodução

Vídeo publicado mostra barraqueiros contando sua versão do episódio de agressão contra os empresários de Mato Grosso

Vídeo publicado mostra barraqueiros contando sua versão do episódio de agressão contra os empresários de Mato Grosso

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

Os barraqueiros envolvidos na agressão aos empresários de Tangará da Serra Jhonny Andrade e Cleiton Zanatta, ocorrida no último sábado (27), na praia de Porto de Galinhas (PE), negaram que o caso tenha sido motivado por homofobia. 

 

Ele me agrediu. Deu um mata-leão em mim. Aí estava apagado no chão e os meninos me socorreram

Segundo as vítimas, a confusão aconteceu depois que eles se recusaram a pagar um valor superior ao previamente acordado durante o aluguel de cadeiras na praia. Assim, houve uma confusão generalizada, com um grupo de barraqueiros agredindo o casal até a chegada de agentes de segurança.

 

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram Jhonny já ferido, principalmente no rosto, com sangramento pelo nariz e o olho esquerdo com hematoma. Até o momento, 14 pessoas foram identificadas e serão indiciadas pela Polícia Civil, segundo o Governo de Pernambuco.

 

Um vídeo divulgado pelo Portal G1, nesta segunda-feira (29), mostra os barraqueiros contando a versão deles. Segundo eles, os empresários teriam agredido primeiro, aplicando um mata-leão em um dos vendedores.

 

“Primeiro, queria deixar claro que não existe cunho algum sobre homofobia. Não foi um caso de homofobia. Os caras estão tentando atrelar isso à história e não foi isso”, disse um homem que parece ser o líder dos ambulantes.

 

“Esse aqui é o companheiro Eduardo, foi ele que abordou o cara lá de cima, explicando que o aluguel da estrutura custava R$ 80, tinha que comer e tal. Aparentemente, os caras estavam embriagados. Estavam com dois litros de uísque”, acrescentou.

 

Ainda segundo o homem, quando um outro colega ambulante se aproximou do casal com o cardápio para mostrar os valores das bebidas e alimentos, um dos empresários teria se recusado a pagar o valor e iniciado as agressões.

 

“Ele me agrediu. Deu um mata-leão em mim”, disse o rapaz que foi supostamente agredido. “Aí eu estava apagado no chão, os meninos foram e me socorreram”.

 

30 contra um

 

Segundo os relatos do casal, eles estavam na praia e foram abordados por um vendedor oferecendo cadeiras para alugar. Um valor foi combinado, mas, no momento do pagamento, foi cobrado quase o dobro do acordado, o que configura cobrança abusiva.

 

Jhonny afirmou que, ao questionar o valor e se recusar a pagar a mais, o vendedor partiu para a agressão, atingindo-o com uma cadeira. Neste momento, segundo ele, várias outras pessoas entraram na briga, todas agredindo Johnny com objetos, socos e chutes. 

 

Quando me dei conta, não eram um, dois, mas tinham uns 10, 15 em cima, batendo na gente. Olha a situação que está meu rosto

“Quando me dei conta, não eram um, dois, mas tinham uns 10, 15 em cima, batendo na gente. Olha a situação que está meu rosto, meu rosto está completamente danificado, toda a lateral do meu corpo aqui está machucada, porque eles bateram muito em mim”, disse a vítima. 

 

Cleiton conseguiu fugir e avistar um salva-vidas, que chamou apoio do Corpo de Bombeiros. Neste momento, o parceiro afirmou que já era agredido por mais de 30 pessoas. 

 

“Enfim, consegui sair correndo pedindo ajuda, gritando, entrando entre as barracas pedindo ajuda. Ninguém nos ajudou, todo mundo filmando, mas ninguém nos ajudou. Até que o Corpo de Bombeiros colocou a gente em cima do carro deles. Eles, não contentes, continuaram agredindo a gente, batendo na gente, subindo em cima do carro”, disse. 

 

Por fim, o casal foi salvo pelo salva-vidas e pelos bombeiros. “Até que a gente, graças a Deus, graças também ao salva-vidas, quero que também humildemente agradecer a eles, porque se não fossem eles, nessa hora a gente estaria morto. Porque realmente foi um massacre, foi um massacre”, afirmou

 

Jhonny e Cleiton relataram que não havia policiais próximos ao local da confusão e que a cidade não possui estrutura adequada para receber turistas.

 

“A cidade não tem estrutura para receber turistas. Isso não foi a primeira vez que aconteceu. Recebemos vários relatos de pessoas que passaram pela mesma situação. Então fica aqui a nossa indignação”, relataram.

 

O que diz a lei

 

A prática de venda casada e exigência de vantagem excessiva são proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor. 

  

O descumprimento das normas de proteção ao consumidor sujeita estabelecimentos e comerciantes a sanções administrativas previstas no Decreto nº 2.181/1997. As penalidades incluem multas, cassação de licença e até interdição da atividade comercial.

 

Em nota, a Prefeitura de Ipojuca, onde fica localizado o distrito de Porto de Galinhas, repudiou o ocorrido e declarou que o fato é “incompatível com os valores de respeito, acolhimento e hospitalidade” do município, e que apura a identidade dos envolvidos para adotar as medidas cabíveis.

 

Veja o vídeo:

 

 

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