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BRAÇO POLÍTICO
07.04.2010 | 14h20 Tamanho do texto A- A+

"Aloprado do dossiê" e ligado ao PT é preso em operação

Valdebran Padilha é considerado um dos caixas do partido em MT

Reprodução/TV Globo

Valdebran Padilha, ao ser preso em 2006, quando tentava comprar um dossiê contra o PSDB

Valdebran Padilha, ao ser preso em 2006, quando tentava comprar um dossiê contra o PSDB

DA REDAÇÃO

Considerado um dos caixas do PT em Mato Grosso, o empresário Valdebran Padilha foi preso na manhã desta quarta-feira (7) pela Polícia Federal, durante a Operação Hygeia.

Ele é acusado de receber dinheiro público para obras e não executá-las. O esquema envolve a Prefeitura Municipal de Santo Antonio de Leverger (27 km ao Sul de Cuiabá). Padilha está recolhido ao xadrez da Polinter.

O empresário é um dos principais personagens envolvidos na tentativa de compra de um dossiê contra tucanos nas eleições de 2006. O caso ficou conhecido como "Escândalo dos Aloprados", em 2006.

No escândalo do dossiê tucano, Padilha chegou a ficar preso em Cuiabá, mas foi solto poucos dias depois. Ele acabou expulso do PT. Ele teria ligações com o presidente do PT de Mato Grosso, Carlos Abicalil.

Ele e o irmão, o empresário Waldemir Padilha, proprietário da empresa Engesan Engenharia, foram presos temporariamente hoje pela manhã. O advogado Luiz Antônio Lourenço, que representa os dois irmãos, disse que os empresários negam o envolvimento no esquema, e classificou a prisão de “absurda”.

- A empresa [Engesan] realiza obras no Estado, mas eles negam qualquer envolvimento no esquema, e negam também a acusação de lavagem de dinheiro.

Valdebran ficou conhecido após ser preso com dinheiro em um quatro de hotel, em 2006. Ele e o então assessor da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gedimar Passos, disseram que o dinheiro seria usado para comprar um dossiê sobre corrupção contra os tucanos, material que seria usado por petistas. À época, o caso foi intitulado de "escândalo dos aloprados".

Além de Valdebran e do irmão, a PF já havia prendido outras 20 pessoas até o início da tarde na Operação Hygeia. O objetivo da ação é cumprir 35 mandados de prisão temporária – sendo 17 contra servidores públicos – nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Goiás, além do Distrito Federal.

De acordo com a PF, auditorias da CGU (Controladoria Geral da União) revelaram a existência de um esquema de desvio de dinheiro público que resultou em prejuízos estimados em R$ 51 milhões. A polícia estima, porém, que os valores podem ser ainda maiores e passem de R$ 200 milhões.

Outro lado

Em nota encaminhada à Redação, por meio de sua Assessoria de Imprensa, o presidente regional do PT, deputado Carlos Abicalil, negou que Valdebran Padilha seja seu assessor.

Para o parlamentar, a suposta ligação do seu nome com o engenheiro preso pela PF, hoje de manhã, "tem conotação político-partidária".

Confira a íntegra da nota do deputado Carlos Abicalil:

"Em função de notícias veiculadas em diversos sítios e veículos de informação de Mato Grosso, neste dia 07.04, concernente a Operação Hygeia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nos Estados de Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, o deputado federal Carlos Abicalil (PT), mesmo desconhecendo a abrangência da Operação, apóia e confia irrestritamente na apuração dos fatos levantados pela Controladoria Geral da União e encaminhados à Polícia Federal, dando continuidade ao trabalhado iniciado pelo governo Lula em 2003, no permanente combate a corrupção.

O deputado esclarece - uma vez mais -  que o senhor Valdebran Padilha, jamais foi seu assessor parlamentar. Rechaça, portanto, as ilações sobre possível ligação de seu nome aos atos atribuídos ao engenheiro Padilha. As insinuações e afirmações em outro sentido têm nítida conotação político-eleitoral, tendo em vista as eleições internas do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso, no próximo dia 18/04.

Por fim, nos colocamos à disposição para apresentar os esclarecimentos que se façam necessários para restituir a verdade.

Cuiabá-MT, 07 de abril 2010.

Assessoria do deputado federal Carlos Abicalil (PT)"

Com informações do R7

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2 Comentário(s).

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José Tubai Naves  08.04.10 01h34
Pois então, o município em questão foi Santo Antônio do Leverger, mas imaginem só um município como Vale de São Domingos (região oeste) com menos de 3 mil habitantes receber mais de 8 milhões de reais de emendas de uma única parlamentar , é no mínimo curioso vc ñ acha?! Investiga só quem é a parlamentar e a quem está ligada as empreiteiras, só ñ vê quem ñ quer... "Sorte" dos moradores de lá... Para finalizar, quem abonou a ficha de Valdebran Padilha foi Vera Araújo e seu marido Afrânio Araújo, com certeza eles não vão negar. Mas o Jairo e o Abicalil estão certos, o Padilha ñ é mais filiado ao PT.
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luiz carlos  07.04.10 16h15
Pesso a vocês jornalistas que fatos como esse nao deve ser abafados vcs tem que colocar na televisão no radio na internet.Para que a sociedade tenha uma resposta e o judiciario nosso cumpra a lei. e que ela seja feito nao so para os pobres e sim para toda a classe social, confiamos em vcs.
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