O cuiabano Vinícius Alexandre Fortes de Barros, de 27 anos, disse estar preparado para começar a atuar como Procurador da República. Esse é o terceiro cargo que ele assume, após ser aprovado nos concursos para juiz estadual e defensor público federal.
A trajetória, que hoje pode ser considerada de sucesso, não foi fácil. Para isso, ele precisou abdicar de vários momentos em família e ao lado dos amigos, bem como algumas reprovações. Mas, depois da tempestade vem a bonança.
Vinícius conversou com o MidiaNews e contou um pouco da sua trajetória, que inclui a aprovação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e na Universidade de Brasília (UNB) aos 16 anos.
“Eu estudei o Ensino Médio no colégio Isaac Newton (CIN) e lá me formei com 15 anos. Depois, passei em Direito na UFMT com 16 anos, mesmo ano em que eu passei para Relações Internacionais da UNB”, lembrou.
Até então, o sonho que ele almejava era em se tornar um diplomata. Por isso, a carreira nas Relações Internacionais era a mais certa. “Mas meus pais não me deixaram ir morar sozinho em Brasília, com 16 anos”.
Foi aí que ele entrou na UFMT. “Comecei o curso, mas ainda focado na carreira de diplomata. Fui atrás de estudar francês – eu já falava inglês -, geopolítica, economia e outros temas – até que um professor de Direito Internacional disse que eu atuaria melhor como juiz ou procurador da república”.
Foi a partir do segundo ano que ele mudou o foco e começou a almejar um cargo na Justiça Federal. “Fui viver a UFMT, sou apaixonado pela universidade. Fiz o curso de Letras. Mas, ainda assim, como estudante universitário, não parava para estudar para concurso público”.
Novos rumos
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Em um ano, Vinícius foi aprovado em três concursos
Vinícius se formou em dezembro de 2010, mesmo ano em que ele havia passado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT). Ao lado do pai, que é advogado, acabou exercendo um cargo de advogado redator no escritório.
“Depois de dois anos atuando como advogado participei de um processo seletivo para ser assessor no Ministério Público Federal (PRF) e fui aprovado para entrar no gabinete da procuradora da república Bianca Britto de Araújo”, contou.
Foi lá que ele tomou gosto pelas funções desenvolvidas pelo Ministério Público Federal (MPF), vivenciando o dia-a-dia ao lado de Bianca e dos demais membros da equipe.
“Ela hoje é uma das minhas melhores amigas, e me motivou bastante a estudar e a continuar. Mas, nesse tempo eu não fui aprovado em alguns concursos, fui muito mal, péssimo”.
Ele começou a rever o que estava fazendo. Tanto é que, quando prestou o concurso para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, chegou até Bianca para dizer que sairia do cargo e que se dedicaria só aos estudos.
Semanas depois, acabou sendo aprovado para juiz estadual. Em seguida, foi aprovado na Defensoria Pública da União (DPU) e, por fim, passou no MPF.
“Foi um ano muito louco. Foram três concursos, para juiz estadual, defensor público federal e procurador da república”. Desses, ele acabou tomando posse como juiz e foi mandado para a cidade de Colniza (1.065 km a Noroeste de Cuiabá).
“Colniza foi considerada a cidade mais perigosa de MT em 2008, mas quando eu cheguei lá, não foi nada disso. O pessoal é muito educado e solícito. Eu era o único juiz da cidade, então, pegava de tudo. Um dia julgava estupro de vulnerável, outro era direito de família. São casos que eu nunca imaginei e me ajudaram a amadurecer muito”.
No cargo com apenas 26 anos, Vinícius conta que não teve problema pela idade. “O pessoal tinha uma admiração, um respeito. Sabiam que apesar de jovem, eu tinha algo a oferecer. Quis quebrar essa ideia de que, quando se é juiz e novo, o pessoal pensa que você é autoritário, mas não”.
E apesar da pouca experiência na área, ele acrescenta que o que adquiriu na vivência do dia a dia, bem como na faculdade e em viagens, o prepararam para atuar.
“Mas não para tudo, como por exemplo, um júri com a família do réu. É difícil ter que ler a condenação na frente de 40 pessoas de uma família e esse foi meu primeiro caso”, recorda.
Não desistir e persistir
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Para Vinícius, desistir no meio do processo não foi uma opção
A mãe é enfermeira da rede pública municipal e, ao lado do pai, deram todo o apoio necessário para que Vinícius de dedicasse aos estudos.
A dica para quem quer seguir a carreira, segundo ele, é ter foco e não desistir. “Vão ter diais que a gente acha que não vai aguentar, mas não desista, tiveram pessoas que falavam que seria difícil, mas não pode desistir. Acho que é fundamental ter perseverança”.
Considerando estar preparado para o cargo, ele acredita que além de zelar pela ordem – como propõe o MPF – Vinícius quer fazer diferente, considerando as mudanças sociais.
“Sou apaixonado por trabalhos com comunidades tradicionais e direitos humanos, e o MPF trabalha muito com isso e eu me encantei. Pela minha personalidade, acho que isso será essencial para o trabalho que poderei fazer para melhorar a nossa sociedade, em especial em Mato Grosso”, finalizou.
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33 Comentário(s).
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Agnaldo 02.12.16 09h44 | ||||
Muito motivador mesmo, Parabéns! | ||||
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PAULO ROBERTO DA SILVA 07.11.16 22h51 | ||||
Parabéns ao Vinicius e a gloriosa UFMT e também O CIN, onde estudei e ME preparei para a vida. | ||||
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patricia reiners 07.11.16 20h06 | ||||
Fico radiante quando vejo uma matéria tão motivadora dessas, esses exemplos é que os jovens devem seguir. Persistência e estudo. Abdicar de algumas coisas da vida por um período de tempo mas o resultado é esse. Animador. Parabéns ao Vinícius e aos pais dele pelo sucesso alcançado. | ||||
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Natalia Ferreira 07.11.16 18h34 | ||||
Parabéns, Vinícius!!! Que orgulho de você!! Com certeza o MPF ganhou um membro e tanto na luta pela Justiça em nosso país. Sucesso sempre e volte pro CeC!! | ||||
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GASPAR JACOBINA TURIBIO 07.11.16 17h13 | ||||
Parabéns e muitos Parabéns! Como é bom ver um jovem que vence na vida sem(.......),fico orgulhoso de ser brasileiro quando vejo pessoas vencerem pelos próprios esforços. | ||||
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