Cuiabá, Quarta-Feira, 6 de Agosto de 2025
TORTURA FILMADA
06.08.2025 | 10h25 Tamanho do texto A- A+

Seduc: escola de MT que tem “facção mirim” será militarizada

Anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (6) pelo secretário Estadual de Educação, Alan Porto

Victor Ostetti/MidiaNews

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, que comunicou a mudança na escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, que comunicou a mudança na escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia

ANGÉLICA CALLEJAS E LARISSA AZEVEDO
DA REDAÇÃO

O secretário estadual de Educação, Alan Porto, anunciou, nesta quarta-feira (6), que a Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, vai se tornar uma unidade cívico-militar. A decisão foi tomada após a repercussão do vídeo de uma aluna de 12 anos sendo torturada por quatro colegas nas dependências da unidade.

 

Conversei hoje cedo com a diretora [...] Ela concorda 100% que a gente faça essa transformação, para que ali tenha um ambiente mais adequado às regras, uma disciplina

As agressões, conforme a Polícia Civil, ocorreram na segunda-feira (4), e foram cometidas por outras quatro adolescentes, de idades entre 11 e 14 anos, também estudantes da escola.

 

Na terça-feira (5), a Justiça de Mato Grosso determinou a internação de três das quatro envolvidas na sessão de tortura, que serão encaminhadas para uma unidade socioeducativa. A mais nova, de 11 anos, não pode ser internada de acordo com o ECA (Estatuta da Criança e do Adolescente).

 

"Nós determinamos que aquela unidade escolar Carlos Hugueney será transformada em uma unidade cívico-militar. Já estamos fazendo recrutamento dos policiais da reserva para que a gente possa atuar naquele ambiente", disse o secretário.

 

"Conversei hoje cedo com a diretora, prestei todas as informações, informei para ela dessa medida. Ela concorda 100% que a gente faça essa transformação, para que ali tenha um ambiente mais adequado às regras, uma disciplina".

 

"Então, a gente vai continuar avançando forte nessas intervenções, e não vamos permitir que nenhuma escola do estado de Mato Grosso tenha qualquer tipo de organização nesse sentido", completou.

 

Investigação

No vídeo divulgado nas redes sociais na segunda-feira, a vítima aparece ajoelhada, enquanto é agredida com socos, chutes, puxões de cabelo e atingida com golpes de um pedaço de madeira. Durante as agressões, a menina permaneceu imóvel.

 

Segundo revelado pelo delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pela investigação, as adolescentes que aparecem nas filmagens pertenciam a um grupo semelhante a uma facção criminosa, que era composto por cerca de 20 meninas, com idades entre 12 e 14 anos.

 

Na organização, as jovens seguiam normas parecidas com as de facções, aplicando os chamados “salves”, composto por castigos físicos como forma de disciplina entre si. Entre as envolvidas, a Polícia Civil identificou que uma das menores tinha apenas 11 anos de idade. 

  

Ainda de acordo com o delegado, o fato de a vítima não ter reagido às agressões pode estar relacionado a uma das regras do grupo, que proíbe isso. A aluna estaria sendo "castigada" após descumprir alguma das regras. Durante a sessão de castigo, a vítima ainda não poderia chorar, caso contrário, aumentariam as agressões.

 

Na apuração dos fatos, foram ouvidas cerca de 10 pessoas, entre elas as menores envolvidas, os pais, a diretoria da escola e a vítima. As menores que participaram do ato confessaram as agressões contra a adolescente e também que agrediram outras quatro colegas que descumpriram as regras impostas pelo grupo.

 

Nos aparelhos celulares das menores foram encontrados vídeos das outras agressões praticadas por elas. Nas apurações, também foi realizado o levantamento do histórico de familiares das adolescentes, sendo constatado em algumas famílias a presença de integrantes de facção criminosa, o que pode influenciado atuação das menores.

 

“Durante as oitivas, foi possível verificar que algumas das menores envolvidas tentavam reproduzir no ambiente escolar, aquilo que presenciavam dentro de casa”, disse o delegado.

 

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Bella  06.08.25 11h17
Parabéns sr. Secretario, pela decisão!! Eu fui aluna dessa escola a alguns anos atras ((década de 80))...e não tinha nada dessas barbaridades....e simmm, existia muitas regras e disciplina na escola e todas eram cumpridas pelos alunos sem questionamentos e acima de tudo muitoooo respeito pelos professores e colegas de aula. Espero que as mães dessas alunas deem um bom corretivo pra aprender que escola é lugar de aprendizado e não de baderna ou violência!!!! Amo minha Alto Araguaia!!!
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