Cuiabá, Domingo, 6 de Julho de 2025
BECO ALTO
28.01.2019 | 08h18 Tamanho do texto A- A+

Arquiteto critica suposto abandono de obra no Centro Histórico

Obra de restauração, atualmente estimada em R$ 300 mil, completou um ano; previsão de entrega é em fevereiro

Marcelo Epaminondas

Escadaria do Beco Alto: arquiteto criticou piso instalado no local

Escadaria do Beco Alto: arquiteto criticou piso instalado no local

BRUNA BARBOSA
DA REDAÇÃO

O arquiteto Marcelo Epaminondas usou as redes sociais para criticar a situação atual da obra de restauração da Escadaria do Beco Alto, no Centro Histórico de Cuiabá. Piso não apropriado, falta de tapumes e sinalização na obra aparentemente abandonada foram alguns pontos citados por ele.

 

“Andava pelo Centro Histórico e observei algumas obras abandonadas quando passei pela escadaria. Não existe placa de obra, nome de responsável, qual o prazo e quando será inaugurada. Além das árvores que foram retiradas do local”, disse.

 

Em janeiro deste ano, a obra de restauração da escadaria completou um ano. Anteriormente avaliada em R$ 202 mil, no ano passado a obra chegou a ficar parada por três meses.

 

Epaminondas afirmou não ser contra a restauração da escadaria, devido sua importância histórica. Mas, de acordo com ele, a preocupação é que a obra não seja concluída.

Não existe placa de obra, nome de responsável, qual o prazo e quando será inaugurada. Além das árvores que foram retiradas do local

 

O arquiteto ainda fez críticas ao piso instalado no local, explicando que, por não colocado sob uma massa rígida, ele tende a se soltar com mudanças de temperatura. Ele apontou que o mesmo piso foi utilizado na restauração da Praça Ipiranga, no Centro de Cuiabá, e já se despregou em diversos pontos.

 

“O piso de cerâmica escolhido não serve para locais públicos, pois ele se solta conforme o tráfego de pessoa e mudança de temperatura”, explicou.

 

Para Epaminondas, também é importante que o local tenha pisos táteis, auxiliando na mobilidade de pessoas com deficiência visual.

 

Outra preocupação do arquiteto é de que o local fique abandonado, apagando anos de história da Capital.  

 

“O local está sem iluminação e segue sendo apenas mais uma obra abandonada que será utilizada por usuários de drogas que vivem no Centro Histórico”, criticou.

 

O arquiteto contou que, por muito tempo, a escadaria era a única ligação entre a Rua Pedro Celestino e Ricardo Franco.  

 

“São marcos importantes do Centro Histórico de Cuiabá, porque era a única ligação para sair da rua do meio e chegar até a Rua Ricardo Franco. Na época, muitos negros passavam por ali para ir até a Igreja de São Benedito”, contou. 

 

Marcelo Epaminondas

ESCADARIA 4

Segundo Epaminondas, piso escolhido para a obra não é o adequado e se solta com facilidade

Estágio da obra

 

A Prefeitura de Cuiabá estima que, atualmente, o valor atualizado da obra ficará em torno de R$ 300 mil. A conclusão da restauração deve acontecer em fevereiro deste ano. De acordo com o Município, a obra está com 80% da execução concluída e deve ser entregue em fevereiro.

 

Por meio da assessoria, a Prefeitura informou, ainda, que a obra está na fase de acabamento, sendo um dos procedimentos a instalação do piso. A próxima etapa será a instalação de corrimãos e pintura no local.

 

Na época, a Prefeitura informou que a obra foi uma parceria entre as secretarias municipais de Serviços Urbanos e Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e recebeu um investimento de R$ 311 mil. 

 

PAC Cidades Históricas

 

A restauração da Escadaria do Beco Alto foi contemplada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, que começou pela Praça Senhor dos Passos e Praça Doutor Alberto Novis, também localizadas no Centro Histórico da capital.

 

Arqueólogos que trabalhavam nas escavações descobriram a existência de um piso de quartzo branco do século XVIII no local. O destino da pedra, porém, gerou polêmica. Na época, a Prefeitura pretendia aterrar o quartzo histórico sobre o novo revestimento de concreto.

 

Segundo a assessoria, a ideia foi deixada de lado, já que o piso do século XVIII deverá ficar exposto sob uma redoma de vidro no local. 

 

De acordo com a Prefeitura, o piso de quartzo deve ficar exposto sob uma estrutura de vidro que será instalada no local. 

 

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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Carlos  28.01.19 22h51
Uma vergonha o que fazem com dinheiro público. Mas... Ficará por isso mesmo, pois não há nem fiscalização, nem punição... Sigamos com o enterro do Brasil.
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Geraldo Andrade  28.01.19 15h39
Só ai é o abandono??? Não né?...E só olhar para os lados que verás que ão.
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Fernando De Lamonica   28.01.19 10h17
Uma pena que mais um ponto histórico da cidade vai acabar esquecido. O exemplo está na casa de Bembem. Com relação ao piso, a Zprefeityra deveria utilizar o tijolo ecológico nas praças, que, se bem colocado, dura muito. O piso cerâmico quebra e solta. Dinheiro público que vai para o ralo.
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Ode  28.01.19 10h05
TÁ NA HORA dos obreiros começarem a conhecer os produtos.
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Yaiza  28.01.19 09h05
Yaiza, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas