O show da banda Guns N’ Roses em Cuiabá, marcado para 31 de outubro, só foi possível após uma negociação relâmpago liderada pelo empresário Elson Ramos, um dos produtores do evento.
A turnê "Because What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things" inclui cinco cidades brasileiras, mas Cuiabá quase ficou de fora.
Nesta semana Ramos concedeu uma entrevista exclusiva ao MidiaNews e deu detalhes sobre as negociações. "Foi muito rápido. O Guns já não era mais pra acontecer aqui", afirma.
Conforme Ramos, um produtor local havia iniciado as conversas com as empresas Mercury Concerts (Curitiba) e Like Entretenimento (São Paulo), responsáveis pela turnê, mas não cumpriu os termos do contrato, o que quase inviabilizou a apresentação. "Isso deixou os caras lá muito chateados", recorda.
A salvação veio por meio de um contato inesperado. "Essas pessoas me procuraram através do empresário do [cantor] Luan Santana e de um fundo de investimento", revela Ramos. O convite foi direto: "Estou precisando muito de você. Uma pessoa procurou lá, mas não conseguiu cumprir. Você não quer assumir?", perguntaram os produtores nacionais.
Em quatro dias, os representantes das produtoras estavam em Cuiabá. "Eles perguntaram: 'Quais eventos você fez?'. Mostrei o borderô [relatório financeiro] e disse qual era a expectativa de receita. Mostrei e na hora eles já ficaram animados", conta.
A confiança no potencial do público local foi crucial. "Eles falaram: 'Cuiabá, por esse embróglio, atrapalhou muito, mas com você na linha de frente, tem tudo para dar certo’".
O acordo foi fechado em 15 dias, mas a turnê já estava em planejamento há sete meses. Originalmente, Cuiabá seria a única cidade do Centro-Oeste a receber o show, mas, após o problema inicial, Brasília foi mantida.
Conforme o produtor, 40 mil ingressos já foram vendidos.
"Desses 40 mil, pelo incrível que pareça, 20 mil pessoas são de fora de Cuiabá. Temos um sistema de etiqueteiro. Quando a pessoa, por exemplo, lá em Mato Grosso do Sul compra o ingresso, fica o endereço, tudo registrado e da onde pagou. Então você imagina o tanto de gente que a gente vai estar recebendo em Cuiabá nesse período", comemora.
Guns em Chapada?
O produtor trabalha em um plano especial para que os integrantes do Guns N' Roses possam vivenciar Mato Grosso antes do show. "Estamos tentando negociar para que a banda chegue dois dias antes da apresentação", revela.
"Queremos levá-los para conhecer Cuiabá e a Chapada dos Guimarães, mostrar nossa cultura e nossas belezas naturais, levar para comer um cabeça do pacu”, brinca o empresário.
A iniciativa, segundo Ramos, seria uma oportunidade única de apresentar o estado aos astros do rock.
Expectativa de faturamento
A produção espera arrecadar entre R$ 13 milhões e R$ 14 milhões com o show.
"Estamos confiantes que vamos alcançar a meta", afirma Ramos. Os ingressos podem ser adquiridos através da Bilheteria Digital.
Segundo o, empresário a adequação da Arena Pantanal aos padrões internacionais foi fator decisivo para a realização do evento em Cuiabá.
"A Arena Pantanal é padrão Fifa, o que facilitou muito nossa negociação," ressalta. "O estádio já atende todos os requisitos de infraestrutura e segurança que um show deste porte exige".
A logística para a construção do palco envolve uma operação cronometrada e mão de obra especializada. O empresário explica o tempo para a montagem do espetáculo. "São seis dias, o dia e a noite toda de instalações. São mais de 120 pessoas trabalhando em cada detalhe".
Fãs Mirins
Ramos anunciou as condições especiais para a participação de crianças no show. "Conseguimos uma decisão com uma juíza para que menores de 12 anos possam ir acompanhados dos pais. A gente já tinha uma decisão para menores de 16. Fomos lá conversamos e conseguimos baixar para 12".
"Eu queria que fosse até menos. Se você for no Rock in Rio, vê bebês de colo vivendo aquele momento. Eu, por exemplo, tenho uma filha de 6 anos e queria levá-la, pois o Guns não deve voltar em Cuiabá. Vai ser um momento histórico".
A turnê no Brasil inclui ainda Florianópolis, São Paulo, Curitiba e Brasília.
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