Cuiabá, Segunda-Feira, 22 de Dezembro de 2025
INQUÉRITO POLICIAL
22.12.2025 | 11h33 Tamanho do texto A- A+

As conexões da falida Buritirama com banqueiro Daniel Vorcaro

O inquérito foi aberto a partir de uma denúncia de Tini, que acusa o filho de ocultar e dissimular uma operação de crédito com a Zion Capital no valor de R$ 87 milhões em junho de 2019

Reprodução/Facebook

Daniel Vorcaro

Daniel Vorcaro

MARIANA BARBOSA
COLUNISTA DO UOL

Um inquérito policial instaurado em 2022 apura um possível crime de lavagem de dinheiro praticado pelo empresário João Araújo, filho do bilionário Silvio Tini e controlador da mineradora Buritirama, com a gestora Zion Capital, de Vicente Conte Neto. Na época, ela tinha o banqueiro Daniel Vorcaro como sócio.

 

O inquérito foi aberto a partir de uma denúncia de Tini, que acusa o filho de ocultar e dissimular uma operação de crédito com a Zion Capital no valor de R$ 87 milhões em junho de 2019.

 

Como mostrou reportagem do UOL, pai e filho estão rompidos há mais de sete anos e o pai tenta interditar parcialmente o filho na Justiça.

 

Em 2021, o Banco BV tentou executar o contrato de mútuo firmado com a Zion para reaver R$ 26,7 milhões relativos a um empréstimo feito com a Buritirama em 2019 e que não havia sido pago.

 

Na ação de execução, João diz que a dívida foi quitada em julho de 2020. Ele apresenta um comprovante de R$ 39,2 milhões e diz que o restante foi perdoado.

 

Segundo o inquérito, João teria um crédito de R$ 86,942 milhões contra a Zion. O crédito foi quitado em 2021, mas sem que houvesse uma comprovação de entrada de capital.

 

Naquele ano, o patrimônio declarado de João encolheu R$ 102 milhões, encerrando o exercício em R$ 513 milhões.

 

As informações constam de uma ação de interdição parcial, na qual Silvio Tini tenta, por meio das filhas, assumir a gestão das finanças de João, conforme revelou o UOL.

 

A Zion é a gestora que controla o fundo CARE11, um fundo que investe em cemitérios e funerárias. O fundo foi citado na operação Compliance Zero. Vorcaro se associou à Zion em 2017, adquirindo 33% das ações e se tornando sócio de Vicente Conte Neto.

 

No mês passado, o gestor de uma funerária investida do fundo CARE11 foi multado em R$ 2 milhões pela CVM por operações realizadas em 2022 e que levaram a um aumento artificial do valor das cotas do fundo.

 

O filho declara ter dívidas na pessoa física de mais de R$ 3 milhões com o pai. O pai cobra ainda o pagamento pelo controle da Buritirama, mineradora que o filho comprou do pai em 2018, em uma operação que marcou ainda a saída de João dos demais negócios do pai.

 

A Buritirama, que já foi a maior mineradora de manganês do país, entrou em crise em 2021, quando diversos bancos e prestadores de serviço iniciaram execuções de cobrança de dívidas.

 

A falência foi decretada em 2023, com uma dívida de R$ 1,4 bilhão.

 

A crise aconteceu cerca de dois anos após João assumir o negócio —antes controlado pelo pai— com uma estratégia de crescimento agressivo. Antes da empresa entrar em dificuldades, João distribuiu para si, em 2019 e 2020, mais de R$ 400 milhões em dividendos.

 

Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/mariana-barbosa/2025/12/22/as-conexoes-da-falida-buritirama-com-banqueiro-daniel-vorcaro.htm

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