Cuiabá, Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025
DESCASO E OMISSÃO
19.05.2011 | 06h45 Tamanho do texto A- A+

Cliente vai à Justiça contra Atacadão por humilhação

Esposa de vendedor foi atingida por um saco de feijão na cabeça; funcionários riram e não ajudaram

MidiaNews

No destaque, Jocilei, que foi atingida por saco de feijão, Victor e sua filha

No destaque, Jocilei, que foi atingida por saco de feijão, Victor e sua filha

ISA SOUSA
DA REDAÇÃO

O vendedor Victor Leonardo Paoliello, de 33 anos, entrou com uma ação na Justiça contra o supermercado Atacadão, que fica no bairro Porto, em Cuiabá, por danos morais. Ele alega que sofreu constrangimento e cerceamento do direito de ir e vir. A decisão de acionar a Justiça aconteceu após um saco de feijão, de dez quilos, cair de uma prateleira na cabeça de sua esposa, Jocilei Hart, no dia 7 de abril passado.

Ao MidiaNews, Victor afirmou que na ocasião, ao invés de prestarem assistência, os funcionários que estavam no corredor começaram a rir e sequer perguntaram se Jocilei precisava de ajuda. Conforme Victor, a altura entre a estante e o chão era de, aproximadamente, quatro metros.

"Sete funcionários começaram a rir. Minha esposa ficou sem graça, quase chorando, o pescoço estava doendo por conta do impacto e eles começaram a rir. Estava com minha filha de um ano e nove meses no colo e pedi para que parassem, que se não fossem ajudar, ao menos não tumultuassem. Alguns saíram, mas três continuaram e um que cuidava do estoque, falou 'vem me fazer parar de rir'. Eu não acreditei no que ele falou e ainda completou com 'sai daqui que é pior para você'", relembrou.

As ameaças do funcionário do Atacadão, segundo Victor, o deixaram surpreendido. Diante do estado de sua esposa e a reação do estoquista, os dois homens chegaram a se agredir fisicamente. A briga foi separada por clientes do supermercado.

"O que parecia é que ele queria nos humilhar, o mercado estava lotado, já que era início do mês. O que ficou claro é que os funcionários não estavam preparados, desde o início do acontecimento, com uma situação dessas", disse.

Voz de prisão

De acordo com o vendedor, após serem separados, o gerente da unidade foi chamado. Segundo o relato de Victor, surpreendentemente, o gerente "deu voz de prisão" ao cliente, dizendo que ele responderia pelo que havia feito e que deveria esperar a Polícia chegar no local.

"Eu não esperei, minha esposa estava passando mal, precisava levá-la ao hospital. Fui até meu carro, seguido por seguranças, o gerente gritou na frente de todos os clientes para anotar a placa. O que parecia é que eu tinha roubado. Fomos ao hospital e em seguida eu fiz um Boletim de Ocorrência", afirmou.

A ação

Conforme o advogado de defesa de Victor e Jocilei, Francisco Pinho, a ação contra o Atacadão foi protocolada na semana passada, na Justiça comum. Agora, eles aguardam a intimação para uma audiência de conciliação, ainda sem data prevista para ocorrer.

Segundo o advogado, além das alegações feitas, Victor também foi vítima de omissão de socorro, já que o supermercado, em nenhum momento, perguntou se a mulher havia se machucado. Mas tal fato não entrou na ação.

"Protocolamos a ação na esfera cível sobre danos morais, mas não houve documentos comprobatórios necessários para alegar a omissão. O que estamos analisando é se vamos entrar na parte criminal, já que há indícios de cárcere privado", analisou o advogado.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Atacadão, porém o supermercado afirmou que, neste momento, não irá se pronunciar sobre o caso.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
41 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Clodoaldo  20.05.11 14h33
Então você está no corredor, é quase morto, sai no braço com engraçadinhos encrenqueiros de plantão, chamam a polícia pra você... ufa... só em Cuiabá mesmo pra aceitar certar coisas. Como diria meu amigo Boris Casoy: ISTO É UMA VERGONHA!
1
0
Silbene Missawa  20.05.11 11h03
Engraçado mesmo é que após relatos e mais relatos, acões e mais ações descritas aqui, a justiça nada faz. O mercado não se pronuncia (é só ficar na moita que o povão esquece), as ações se acumulam... na próxima semana ninguém fala mais nisso, e os cuiabanos voltam a ser tratadados com o respeito que se dão, ou a falta dele.
0
1
Marcos  20.05.11 10h08
Fui professor dessa menina e posso afirmar que é uma pessoa de muito boa índole. Sou ou pelo menos era cliente do Atacadão e realmente esse fato causa muita indignação a todos. É lamentável que uma empresa desse porte tenha funcionários com comportamentos tão desumanos. No mínimo a diretoria, que acredito deve ser séria, tem que mandar embora por justa causa todos os funcionários envolvidos nesse lamentável episódio.
0
0
JO MUNARO  20.05.11 00h26
A primeira vez que fui a este "mercado", após pagar, foram "conferir" os itens do carrinho. No comprovante constava um guardanapo que havia sido pago, mas não estava ali, claro pois eu não o tinha comprado. Foi um horror, vieram 5 pessoas que conferiam e nada resolviam. Pedi que me liberassem, eu ja tinha pago mesmo, mas não concordaram. Sugeri pegar o tal guardanapo,nada. Que me devolvessem o valor cobrado indevidamente, também não teve acordo. Então, deixei o carrinho na porta, fui até o caixa onde havia pago e exigi meu dinheiro de volta, com os valores das mesmas notas que havia pago. Ameaçaram apelar e eu disse que chamaria a policia. Nunca mais voltei, pois ali é uma nojeira, o povo que trabalha lá...sem comentarios, eles não têm noção do significado da palavra CLIENTE.
0
1
Lavínia Vivi  19.05.11 23h39
Nós consumidores, temos que usar + a justiça para buscar nossos direitos ,,,Afinal de contas,, o cliente tem sempre a razão....Recado pro Atacadão: vocês precisam selecionar melhor seus funcionários,,,Isso que aconteceu é uma prova de MAL ADMINISTRAÇÃO..
0
1