O depoimento da funcionária B.F.A, que liberou a entrada de dois ladrões no Edifício Premiato, em Cuiabá, revelou que, apesar da falha, ela seguia os procedimentos padrões orientados pela empresa de segurança.
A conclusão é do delegado Guilherme Bertoli, titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf), que investiga o crime.
A dupla, com aparência de adolescentes, invadiu o apartamento da fisioterapeuta D.R.V e furtou mais de meio milhão em bens, no dia 8 de julho passado.
Segundo o delegado, até o momento não há indícios que liguem a funcionária ao crime, que ganhou repercussão pela atuação dos bandidos. Com muita tranquilidade, os ladrões entraram e saíram como se fossem moradores.
"Teve uma falha de segurança, inclusive da portaria, mas essa falha, até o presente momento, não é relevante para confirmar a participação de alguma forma dessa funcionária na prática do crime”, afirmou Bertoli.
Conforme o delegado, o depoimento de B.F.A, que foi demitida do cargo após três meses do crime, foi tranquilo e revelou informações importantes sobre os procedimentos de segurança seguidos ou não pela porteira.
“No dia dos fatos, apesar de não se lembrar muito bem, pois existe um fluxo muito grande de entrada e saída de pessoas, provavelmente tenha confundido a adolescente com alguma moradora do condomínio, por isso não exigiu nenhum tipo de identificação no momento", disse a ex-funcionária, no depoimeto.
"Em relação ao segundo [ladrão] que entrou no condomínio, este utilizou da entrada de serviço, já que é comum que os moradores, pela parte interna, acionem a abertura e consequentemente, não sejam identificados”.
Em outro trecho, B.F.A revela que registros computadorizados eram feitos apenas com prestadores de serviços. Portanto, a entrada e saída de moradores e visitantes não eram registradas.
Reprodução
Dupla de ladrões saindo de prédio com bens da vítima
“O procedimento de identificação documental, que é inserir os dados no computador, só é realizado com prestadores de serviço. Quanto aos moradores, é comum e corriqueiro a entrada por ambos os lados, não havendo um procedimento formal de segurança no local, e os visitantes, geralmente, são autorizados a adentrar no condomínio via interfone pelo próprio morador, não sendo colocada identificação no programa”, diz outro trecho do documento.
A então funcionária afirmou ainda que “o programa de cadastro de pessoas que entram no condomínio é fornecido pela empresa MK e quem faz a parte burocrática do condomínio”.
A orientação de cadastrar apenas prestadores de serviço, segundo o depoimento, seria um modo de operação seguido em praticamente todos os condomínios nos quais B.F.A já trabalhou.
Ela alegou não reconhecer, pelas filmagens apresentadas, as duas pessoas que entraram no prédio naquele dia.
B.F.A. trabalhava em uma empresa terceirizada há 10 anos e prestava serviços na portaria do Edifício Premiato havia um ano e oito meses.
Rumo das investigações
Conforme Bertoli, o que se sabe até o momento é que a dupla de criminosos é de fora de Cuiabá e recebeu, além de informações privilegiadas sobre o funcionamento do prédio e o alvo do crime, suporte logístico.
Durante as investigações, foi possível constatar que um veículo foi usado para auxiliar na fuga da dupla.
Uma quadrilha, que cometia crimes similares ao registrado no Edifício Premiato em em vários estados do País, foi presa em São Paulo.
A Polícia disse acreditar que se trata do mesmo bando, conforme as informações trocadas e a constatação de semelhanças no modus operandi.
No dia do furto, os dois assaltantes arrombaram a porta do apartamento, reviraram os cômodos e levaram pelo menos uma centenas de itens, como jóias feitas em ouro, brilhantes, pérolas e cristais.
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2 Comentário(s).
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jociney lemes 24.11.21 16h02 | ||||
Indubitavelmente que, o condominio e a empresa falharam na obrigação de proteger a moradora. PAgamos um absurdo de taxas para morar em condominio exatamente pela segurança. Ferro no condominio e na empresa de seguranca. | ||||
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Fernando 24.11.21 15h26 | ||||
Isso aí tá fácil de resolver, coloca o condomínio e a empresa que liberou o acesso para pagar. Má gestão da nisso! | ||||
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