Cuiabá, Quarta-Feira, 9 de Julho de 2025
ACUSOU MESTRE DE TAEKWONDO
08.10.2024 | 15h35 Tamanho do texto A- A+

"Ele tocou minhas partes íntimas e disse que iria fazer massagem"

Meninas acusam Fernando Sena, professor de taekwondo, de abusos físicos e psicológicos em Cuiabá

Victor Ostetti/MidiaNews

Polícia Civil recebeu denúncia e investiga o caso

Polícia Civil recebeu denúncia e investiga o caso

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

Uma jovem de 16 anos, que afirma ser uma das vítimas do professor de taekwondo Fernando Henrique Sena, de 36 anos, relatou uma série de abusos físicos e psicológicos que teria sofrido quando era aluna da Associação Puma de Taekwondo, no Bairro CPA 1, em Cuiabá, onde ele atua.

Ele falava para mim sobre coisas íntimas entre ele e a mulher, e chegou a tocar minhas partes íntimas, dizendo que iria fazer uma ‘massagem’

 

O professor está sendo investigado pela Polícia Civil desde a última terça-feira (1º), quando a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) recebeu a primeira denúncia de estupro de vulnerável contra uma aluna de 14 anos.

 

A adolescente, que não será identificada, disse ter frequentado a academia por aproximadamente um ano e meio.

 

Ela deixou a unidade no início deste ano, afirmando que não aguentava mais os abusos. “Quando eu saí da academia, nunca mais pisei lá”, disse.

 

“Ele fazia muitos jogos psicológicos, principalmente sobre o nosso peso para os campeonatos. Ele me forçava a descer para 52 kg, mas meu corpo só suportava até 54 kg. Por causa disso, cheguei a desmaiar diversas vezes em competições”.

 

A jovem relata uma rotina de treinos “exaustivos”, com duração de mais de quatro horas diárias, associada à privação de comida.

 

“Ele nos fazia ficar sem comer, só à base de água e café, por causa dos campeonatos”, afirma.

 

Após algum tempo como aluna da academia, a jovem disse que começou a notar comportamentos ainda mais estranhos.

 

“Ele falava para mim sobre coisas íntimas entre ele e a mulher, e chegou a tocar minhas partes íntimas, dizendo que iria fazer uma ‘massagem’”, conta.

 

Fernando, segundo a jovem, interferia também em suas relações pessoais, o que levou ao término de um namoro.

 

“Eu estava namorando um menino da academia, e ele fez um inferno em nossas vidas quando descobriu. Dizia que o garoto não tinha futuro e que estava atrapalhando meu treino. Ele manipulou minha mãe para me obrigar a terminar”, relatou.

 

Me senti nojenta quando tudo isso aconteceu. Entrei em estado de depressão e ansiedade, fiquei tomando remédios fortes por três meses

Ela conta ainda que, durante os campeonatos, o professor restringia o contato com pessoas de fora, e que, caso a regra fosse desrespeitada, ele "pegava muito mais pesado nos treinos".

 

Além disso, Fernando passava os treinos sem supervisionar os alunos. “Ele ia para casa e só voltava quando queria”, diz a jovem.

 

“Uma vez eu estava treinando, e ele chegou gritando: ‘Isso tá uma bosta. Se não quer treinar, não vem’. Ele vivia falando mal de outras academias, dizia que era o melhor técnico de Mato Grosso e que ninguém conseguiria ganhar da Puma Team.”

 

A jovem afirma que saiu da academia por conta dos assédios que sofreu. Após sua saída, o professor teria espalhado difamações sobre ela. “Ele fez um inferno na academia e chegou a me chamar de ‘puta’ para as pessoas de lá”.

 

"Me senti nojenta"

 

A jovem disse que não contou aos pais sobre os abusos inicialmente e só teve coragem de relatar os acontecimentos após o caso se tornar público.

 

“Me senti nojenta quando tudo isso aconteceu. Entrei em estado de depressão e ansiedade, fiquei tomando remédios fortes por três meses. Quando o caso da menina, que já era minha amiga, veio à tona, contei para minha mãe”.

 

A vítima recebeu o apoio da família e também registrou um boletim de ocorrência sobre o caso.

 

“Me sinto muito mal porque se eu tivesse falado com minha mãe desde o início teria evitado tudo isso”.

 

“Que a justiça exerça o papel dela agora e que eles prendam ele o mais rápido possível. Enquanto ele estiver solto pode fazer a mesma coisa com outras meninas”, disse.

 

Outro lado

 

A reportagem tentou vários contatos com o professor acusado, não obtendo retorno. O espaço segue à disposição para a sua versão sobre as acusações.

 

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Professor de taekwondo é acusado de estuprar aluna em Cuiabá

 

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