Cuiabá, Quarta-Feira, 9 de Julho de 2025
ACADEMIA NO CPA
07.10.2024 | 17h34 Tamanho do texto A- A+

Professor de taekwondo é acusado de estuprar aluna em Cuiabá

Mãe relata abusos físicos e psicológicos; Polícia Civil investiga denúncias

Reprodução

Viatura da Polícia Civil, onde o caso foi registrado

Viatura da Polícia Civil, onde o caso foi registrado

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

A Polícia Civil está investigando o professor de taekwondo Fernando Henrique Sena, de 36 anos, acusado de estuprar uma aluna de 14 anos na Associação Puma de Taekwondo, no Bairro CPA 1, em Cuiabá.

 

O boletim de ocorrência foi registrado na última terça-feira (1). Após o caso vir à tona, outras denúncias contra o professor chegaram à Polícia. 

 

O caso está sob investigação na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), que não divulgou detalhes da apuração por envolver vítimas menores de idade.

 

Em entrevista ao MidiaNews, a mãe de um dos atletas, que preferiu não se identificar, contou que o caso veio a público após a última viagem que Fernando fez com três atletas para uma competição em Salvador (BA).

 

“Estamos perplexos, não esperávamos isso dele”, afirmou a mãe. Ela contou que seu filho, de 15 anos, frequentava a academia de artes marciais há pelo menos quatro anos e que nunca havia suspeitado de abusos físicos e psicológicos. 

 

O jovem passava até nove horas por dia na academia e era muito rigoroso com a alimentação. “Achávamos estranho ele não querer mais socializar com ninguém. Era casa, escola e academia”, disse.

 

“Se tinha festa em família, ele nunca queria ir. Era uma obsessão por não comer, porque tinha que se manter no peso, senão o professor brigava. Não tinha amizade com ninguém. Achávamos que ele era apenas disciplinado, víamos por esse lado”, completou.

 

A descoberta

 

Entre os dias 10 e 17 de setembro, Fernando viajou para uma competição em Salvador com três menores da academia, sendo dois meninos de 15 anos e uma menina de 11. Ao menos três vítimas teriam registrado boletins de ocorrência contra o professor. 

Meu filho tomou seis Ices e mais um ou dois copos de whisky. Eles apagaram e não sabem se, depois que dormiram, o professor passou a mão neles ou não

 

“Como sempre achávamos que ele era uma pessoa correta, os pais davam autorização para ele andar com as crianças na cidade, se hospedar em hotéis e competir. Dessa vez, ele ofereceu bebida alcoólica às crianças”, relatou.

 

A mãe disse que seu filho fez uma chamada de vídeo durante a viagem, pedindo autorização para beber uma "Ice". Ela negou o pedido e notou que o jovem olhava para alguém no cômodo. Quando os menores retornaram, disseram que tudo havia ocorrido normalmente.

 

Dias depois, a menina de 11 anos contou a uma amiga que havia sido abusada durante a viagem. A história chegou aos pais da vítima. 

 

Um dos adolescentes confirmou que o professor dormiu no mesmo quarto que a menor todos os dias e que ofereceu bebidas alcoólicas aos menores antes de supostamente cometer o crime.

 

“Meu filho tomou seis Ices e mais um ou dois copos de uísque. Eles apagaram e não sabem se, depois que dormiram, o professor passou a mão neles ou não”, disse a mãe.

 

Ainda segundo o relato, Fernando teria tirado a roupa da menina e tocado suas partes íntimas, alegando que faria uma massagem. “Ele a beijou e cheirou seu corpo. A menina pediu ajuda, mas os meninos estavam bêbados e não conseguiram reagir”. 

 

Uma semana antes de o caso vir à tona, um dos adolescentes pediu para sair da academia.

 

“Meu filho me disse: ‘Mãe, por favor, me tira dessa academia. Eu não quero mais ver o professor’. Eu não entendi por que ele não queria mais ir”, contou a mãe.

 

O jovem justificou que estava cansado da dieta e que não aguentava mais, pedindo para sair.

 

Outras denúncias

 

Além dos abusos sexuais, a mãe denunciou agressões físicas e psicológicas que descobriu a partir de conversas com outros pais em um grupo de WhatsApp.

 

No grupo, um dos alunos relatou que o professor tocava as partes íntimas dos meninos, alisava suas barrigas e "brincava de beijar o rosto". Ele dizia que os alunos eram “como filhos” para ele.

 

“Descobrimos que ele humilhava muito as crianças. Não deixava beberem água, dizia que eram moles e os xingava, além de proibi-los de comer.”

 

“Meu filho já voltou duas vezes machucado, e eu não sabia que ele tinha desmaiado outras duas vezes por fraqueza. O professor não deixava meu filho beber água. Era só treino, treino, treino. Estamos assustados e com medo. Ele sabe onde moramos”, concluiu.

  

A reportagem tentou contato com a academia que, segundo relatos, está fechada desde a última terça-feira (1), quando o caso foi denunciado.

 

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3 Comentário(s).

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Graci O Miranda  08.10.24 15h40
DEDDICA PUNIR COM SERIEDADE. CRIANÇA MERECE SER FELIZ.
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alexandre  08.10.24 07h50
antes de mais nada, gostaria de externar minha profunda revolta com a atitude desse cidadão que usou do taekwondo para dar vazão à sua perversidade, lascívia e mal caráter. as artes marciais são disciplinas justamente voltadas para preparar a pessoa para um bom convívio social e aqui vimos o oposto. de toda sorte, há um número gigante de academias que ensinam artes marciais e, diante disso, o percentual de ocorrências dessa natureza é pequeno se comparado ao número de praticantes. é importante que os pais acompanhem o ambiente, conversem com os filhos sobre a atividade que estão fazendo, se estão gostando e fiquem vigilantes. não só nas artes marciais isso pode acontecer, todos os ambientes fora do lar estão sujeitos a ter pessoas de má índole e prontas para abusar dos incapazes. e que o cidadão responda integralmente pelo mal que cometeu!!!
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Paulo   08.10.24 06h29
Tem que investigar! Em sendo verdade, tem que punir exemplarmente. Isso é nojento!
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