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DEU NA "VEJA"
08.10.2015 | 17h55 Tamanho do texto A- A+

Em seu 3º CD, violeira de MT é destaque em revista nacional

Com mais de 10 mil cópias vendidas em um mês, Bruna Viola quer resgatar antigas modas de viola

Divulgação

Bruna Viola ficou famosa quando decidiu seguir carreira de cantora sertaneja

Bruna Viola ficou famosa quando decidiu seguir carreira de cantora sertaneja

JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO

A cantora mato-grossense Bruna Kamphorst, que aderiu ao nome artístico de “Bruna Viola”, nascida em Cuiabá, ficou famosa quando decidiu largar o curso de veterinária para seguir a carreira de cantora sertaneja no showbiz caipira.

 

Com apenas 22 anos, Bruna lança seu 3º CD, "Sem Fronteiras", já vendeu mais de 10 mil cópias em apenas um mês e foi destaque nacional nesta semana ao contar a sua história no espaço "Música", da revista Veja.

 

A cantora, que foge do ritmo sertanejo universitário, busca a aceitação do público jovem para suas músicas que puxam para o sertanejo de raiz.

 

Na reportagem, a violeira conta como a paxão pelo instrumento que é seu segundo nome ultrapassa gerações em sua família e promete trazer de volta ao cenário musical os “antigos modões de viola".

 

Clique AQUI ou leia abaixo a íntegra da entrevista de Bruna Viola para a Veja:

 

"Viola, minha viola

por Sérgio Martins

 

Quatro anos atrás, a mato-grossense Bruna Kamphorst teve uma conversa séria com o coordenador de seu curso de medicina veterinária. Ela vinha faltando à faculdade para cuidar de uma ascendente carreira de cantora sertaneja e desejava saber se ainda era possível recuperar as aulas perdidas.

 

Para a surpresa dela e da mãe, que a acompanhava naquele dia, o professor a dissuadiu de continuar os estudos. “Ele me disse: ‘Trabalha na música, fica rica e contrata um veterinário para cuidar dos teus bois’ ”, lembra. Hoje, aos 22 anos, com o nome artístico ditado pelo instrumento de sua predileção, Bruna Viola tem uma carreira respeitável no showbiz caipira.

 

Sua destreza na viola lhe rendeu elogios de nomes tradicionais como Almir Sater e Inezita Barroso (1925- 2015). Mas a cantora e violeira busca aceitação no mercado jovem, atualmente dominado pelo sertanejo universitário.

 

"Sem Fronteiras", o terceiro disco de Bruna e o primeiro pela multinacional Universal Music, equilibra as modas de seu repertório com baladas que poderiam figurar num disco pop.

 

Em pouco mais de um mês, já contabiliza 10 000 unidades vendidas, número respeitável para o mercado atual. Sem Fronteiras foi gravado em duas semanas. Embora o lado pop desse trabalho inclua faixas que lembram baladas dos anos 1980 (caso de Espero Mais e Nossas Almas), o CD chama atenção por evitar temas comuns à vertente universitária.


Não há, por exemplo, menção a baladas, namoricos ou bebedeiras. “Eu canto esse tipo de música quando saio com as minhas amigas, mas não queria que canções assim fizessem parte do disco”, diz. “É muito especial ver uma menina como ela defender o sertanejo de raiz”, elogia César Menotti, que divide os vocais com Bruna e com o irmão e companheiro de dupla Fabiano em Se Você Voltar. Nos meios violeiros, há quem acredite que a bela mato-grossense esteja despertando uma geração
de fãs do instrumento. “Em 2001, quando eu a conheci, não havia tantas garotas tocando viola. Hoje, tem um monte de menina dedicando-se ao instrumento”, comemora Ricardo Vignini, violeiro do grupo Matuto Moderno.


Na família de Bruna, a paixão pela viola caipira ultrapassa gerações. O bisavô Publio Villas Bôas (os irmãos Villas Bôas, célebres sertanistas e indigenistas, são aparentados) tinha o costume de abrigar o violeiro Tião Carreiro (1934-1993) em sua fazenda. O avô Benedito Villas Bôas gostava de lembrar o dia em que participou de uma roda de violeiros ao lado de Inezita Barroso numa fazenda em Mato Grosso.

 

Os pais de Bruna, no entanto, não seguiram a música: o pai atua no ramo do agronegócio; a mãe cuida da casa e hoje virou empresária da filha. “Mas ela canta muito bem”, diz a jovem instrumentista. Bruna ganhou a primeira viola quando tinha 10 anos. No ano seguinte, já participava de encontros de violeiros, para tocar modas tradicionais e ouvir conselhos de músicos mais experientes. Um deles foi Valdomiro Neres Ferreira (1960-2014), o Goiano da dupla Goiano & Paranaense. “Ele me ensinou muita coisa. Pedia que eu tocasse e ensinava quais variações e escalas eu poderia experimentar”, diz. Inezita é outra sertaneja da qual não se cansa de falar. “Fui várias vezes ao programa dela, e essas participações ajudaram a vender meu show.” Mas a devoção maior de Bruna é ao amigo de seu bisavô — Tião Carreiro, criador de uma batida de viola chamada pagode (nada a ver com o estilo de samba que
leva o mesmo nome).

 

A paixão é tanta que Bruna traz o nome e a estampa de Tião tatuados no braço esquerdo. Aliás, ela pretende fazer mais duas tatuagens: uma de Nossa Senhora Aparecida (cuja figura já aparece em itens do vestuário, como o cinto) e a outra de uma égua. Moça de aperto de mão forte (“Eu pego firme”, gosta de dizer), Bruna se acostumou a ser cortejada pelos shows que faz Brasil afora. “A gurizada chama a minha mãe de sogra”, brinca. Mas namoro, por enquanto, não faz parte dos seus planos. “Não quero ninguém ligando e perguntando onde estou. Minha mãe é quem faz isso, e olhe lá.”


Bruna mudou-se de Cuiabá para Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, base mais apropriada para quem precisa se deslocar pelo interior do país fazendo shows. Nos raros momentos em que tem folga, vai se divertir na fazenda de 180 alqueires, a quarenta minutos da capital mato-grossense, que comprou com o cachê de suas apresentações. Ali, relaxa andando a cavalo. Em tempo: quem cuida dos animais é um ex-companheiro de classe da violeira. O professor tinha razão."

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3 Comentário(s).

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jamari frança  11.10.15 14h53
Sou do rock'n'roll mas me encantei com a Bruna pelo virtuosismo na viola e pela autenticidade, por falar das coisas da terra como Almir Sater e Renato Teixeira, que admiro. Torço por ela.
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Regis Santana  09.10.15 07h50
A revista Veja perdeu a credibilidade quando quis interferir na disputa presidencial e vem apresentando um jornalismo capenga. Quanto a Bruna, Parabéns pelo sucesso, porque ela merece pelo seu talento.
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Jota Alves  09.10.15 06h32
Sugestão à matéria: Natal com Bruna Viola. Já estou enviando o ultimo CD de Bruna para amigos no exterior. Na prática, colaborando com o sucesso de nossa conterrânea.
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