Empresários lamentam “efeito dominó” após fechamento de hotel

No último ano não houve palavra que marcasse mais presença na boca de todos os brasileiros do que a tão reclamada “crise”.

Comerciantes da Avenida do CPA, por exemplo, têm sofrido com o “efeito dominó” após o fechamento do antigo Hotel Slaviero, que esta semana pôs à venda todos os seus móveis e eletrodomésticos.

Com o fim do empreendimento, empresários da região lamentam a situação e preveem que 2017 ainda será um ano de recessão.

De acordo com Marco Mangoni, que tem um restaurante ao lado do antigo hotel, o impacto negativo será de, no mínimo, 40% na arrecadação do seu negócio (veja vídeo com depoimento do empresário abaixo).

“Nós estamos assustados com essa situação, tá fechando muita coisa aqui na região. Todo mundo está sentindo essa crise e o problema está virando uma bola de neve”, disse Mangoni.

Todo mundo está sentindo essa crise e o problema está virando uma bola de neve

Em 2016, somente na AV. do CPA estabelecimentos tradicionais como o restaurante Ducas’7, a loja Repri Kids, a Amilcar Veículos e a Drogaria Rosário também fecharam as portas.

Com o fechamento do Slaviero, que funcionou por aproximadamente um ano, cerca de 50 funcionários perderam seus empregos.

“Os funcionários deste hotel, por exemplo, comiam todos os dias no meu restaurante. Agora que eles fecharam, eu perdi clientes diretos e também os indiretos, que eram os clientes do hotel”, lamentou.

Em entrevista ao MidiaNews, o proprietário do antigo Hotel Slaviero, Silverio Maehler, afirmou que se viu obrigado a fechar as portas para “se livrar” dos impostos.

“Fiquei um ano enchendo o bolso dos políticos. A gente trabalhava só para pagar o que eles querem e nunca recebemos nenhum incentivo para continuar atuando”, criticou.

Marcus Mesquita/MidiaNews

Após fechar as portas, proprietário do Hotel Slaviero põe à venda móveis e utensílios

Enquanto Maehler se desfazia dos seus móveis, a empresária Thaíssa Borges escolhia alguns itens e lamentava o fim de mais um negócio na Capital mato-grossense.

“Eu vim por curiosidade, achei algumas coisas aqui mais baratas do que nas lojas e estão em bom estado de conversação. Mas eu acho essa situação uma tristeza”.

Outra empresária que estava no local, Cristiane Lopes, compartilhava da mesma opinião.

“É uma judiação uma estrutura dessas ter que fechar as portas. Nós somos empresários também e está cada dia mais difícil continuar trabalhando aqui em Mato Grosso”.

Crise hoteleira

Em menos de um ano, além do Slaviero, outros dois hotéis tiveram que fechar as portas na Grande Cuiabá devido à crise econômica.

Na semana passada, a Rede de Hotéis Mato Grosso anunciou o encerramento das atividades do Global Garden Hotel, situado na Avenida Miguel Sutil, após oito anos de atuação em Cuiabá.

Em 2016, o Hotel Mangabeiras, em Várzea Grande, também fechou as portas.

Além da crise econômica, o setor atribui a queda nos rendimentos ao aumento na quantidade de leitos, em razão da Copa do Mundo de 2014.

Restaurantes e lojas

No final do ano passado, o restaurante Tom Choppin não resistiu à crise e também fechou suas portas, após 18 anos de funcionamento na Capital.

Marcus Mesquita/MidiaNews

O restaurante Duca’s 7, um dos mais tradicionais de Cuiabá, também fechou as portas em 2016

O Duca’s 7, um dos mais tradicionais de Cuiabá, também encerrou suas atividades após 29 anos de atuação no mercado.

Segundo os antigos proprietários, a queda do faturamento de 2014 para 2015 foi de 30%. Já de 2015 para 2016, a situação se agravou ainda mais, chegando a 40%.

Após mais de 30 anos, a Loja Gabriela Calçados da Avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá, encerrou suas atividades em setembro.

O Strike Boliche, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá, também fechou as portas definitivamente no mês de setembro, após 17 anos de funcionamento. O motivo: a crise econômica.

Confira o depoimento do empresário Marco Mangoni, que teve perda de 40% nos lucros de seu restaurante após o fechamento de estabelecimentos na região da Av. do CPA:

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