Publicação de Caroline Fernandes
A biomédica Caroline Fernandes, de 24 anos, questionou o laudo emitido pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que atestou que seu padrasto, o engenheiro agrônomo Daniel Bennemann Frasson, pode ser considerado inimputável em razão de um quadro depressivo. “Às vezes parece uma piada de muito mau gosto”, disse ela em sua rede social.

Daniel é acusado de matar, com múltiplas facadas, a esposa — mãe da jovem —, a empresária Gleici Keli Geraldo de Souza, e de tentar matar a filha do casal, de apenas sete anos. O caso aconteceu na manhã de 24 de junho, em Lucas do Rio Verde, enquanto as vítimas dormiam ao seu lado.
A inimputabilidade significa que uma pessoa não pode ser punida criminalmente porque, no momento do crime, não tinha a capacidade de entender a ilicitude do ato que cometia.
Caroline, que já havia afirmado em publicações anteriores não acreditar que o padrasto tenha matado a mãe e ferido a irmã durante um surto psicótico, voltou a se manifestar, desta vez questionando o laudo e trazendo exemplos cotidianos que, segundo ela, contradizem a suposta insanidade.
“Como alguém que se formou, que trabalhava, que já teve carteira assinada, que tem um CNPJ (ou tinha até então), que já tirou passaporte, que dirigia, que fazia todas as atividades rotineiras possíveis, pode ser dito como ‘mentalmente insano’?”, questionou.
“‘Estava com depressão’, ‘tomava remédios’, ‘surto psicótico’, ‘aplicou ozempic’ (essa é ótima). Às vezes parece uma piada de muito mau gosto”, completou.
Reprodução
Gleici Keli e o marido, Daniel Frasson, acusado de matá-la
Caroline citou diversos exemplos da vida do casal que vão, segundo ela, de maldade à inveja. Situações cotidianas como festas, discussões, controle rígido de gastos, sabotagem de datas importantes e falta de apoio emocional, demonstrava, segundo ela, suas “plenas faculdades mentais”.
“Maldade, crueldade, egoísmo, inveja. Não são doenças. São escolhas. Como alguém ‘incapaz de compreender o que estava fazendo no momento dos fatos’, abraça a própria filha pedindo desculpas por ter assassinado a mãe dela, enquanto ela dormia ao lado, e a apunhala com 4 facadas nas costas, deita ela e defere mais 4 no peito?”, voltou a questionar.
Outro exemplo citado pela jovem foi o fato de Daniel ter mandado mensagens ao irmão contando o que fez.
“Silêncio em depoimento não é surto. É autodefesa. Não banalizo saúde mental de forma alguma, mas usá-la como saída (porque sabe que talvez seja a única) para justificar um crime tão cruel, é, no mínimo, um insulto”.
A irmã da jovem, que sobreviveu a quatro perfurações, sendo uma delas no peito, vive hoje com traumas profundos após o ataque. Medo de dormir sozinha, depende de cuidados constantes e tratamento multidisciplinar, usa medicação controlada e carrega cicatrizes físicas e emocionais.
“Eu ainda não perdi a fé. Não perdi a esperança na Justiça. O mínimo que minha mãe merece é que o assassino pague pelo que ele fez, já que não há mais nada que possa ser feito. [...] Isso não acabou”, declarou.
O caso
Mãe e filha foram esfaqueadas em casa enquanto dormiam, em uma residência na Avenida das Acácias, no bairro Bandeirantes.
A menor foi atingida por ao menos sete facadas, sendo quatro nas costas e três na parte da frente.
Daniel, conforme apurou a reportagem com amigos da família, apresentava, desde abril, um quadro inicialmente diagnosticado como burnout. Antes de cometer o crime, ele teria, por diversas vezes, tentado tirar a própria vida.
Após o ataque, Daniel também tentou suicídio. Ele já recebeu alta e está preso na Cadeia Pública de Sorriso.
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