VINÍCIUS LEMOS
DA REDAÇÃO
Uma gerente de loja, de 31 anos, morreu, na noite de quarta-feira (8), após extrair o dente do siso em uma clínica particular de Várzea Grande. Segundo a família, Jucilene França apresentou quadro de infecção generalizada e não resistiu.
A extração de dente foi realizada no sábado (4), no Centro Odontológico do Povo (COP), em Várzea Grande. Segundo os familiares da mulher, após o procedimento, a bochecha de Jucilene inchou e ela passou o final de semana sentindo fortes dores na boca.
Na segunda-feira (6), a vítima teria ido ao COP para cobrar explicações sobre o mal-estar. Um dentista do local teria afirmado que ela havia sofrido uma reação alérgica à extração do dente.

"Ela sempre foi saudável, nunca teve nada. Por isso, estranhamos as dores que ela estava sentindo"
Conforme a cunhada de Jucilene, Tatiane Magalhães, a mulher não possuía problemas de saúde.
“Ela sempre foi saudável, nunca teve nada. Por isso, estranhamos as dores que ela estava sentindo”, disse.
As dores permaneceram e, na terça-feira (7), Jucilene foi ao médico, que constatou uma inflamação na traqueia. A vítima então, começou a tomar antibióticos.
“Ela gastou mais de R$ 700 com os antibióticos que o médico receitou, por causa da inflamação”, relatou a cunhada.
De acordo com a família, as dores da paciente não cessaram e ela começou a sentir falta de ar.
Na quarta-feira (8), Jucilene foi novamente ao COP e relatou o problema. A clínica, então, teria afirmado que ela poderia ter problemas na glândula tireóide e a encaminharam para um hospital particular e, às 18h, ela seguiu para a Santa Casa da Capital.
“Às 20h ela teve uma infecção generalizada e às 23h, faleceu”, lamentou Tatiana.

"No primeiro instante, viraram as costas. Quando resolveram ajudar, era tarde demais"
Demora no atendimentoO marido de Jucilene, Célio Magalhães, afirmou ao
MidiaNews que acredita que a demora para o atendimento correto intensificou o quadro de saúde da gerente.
“Eles [funcionários do COP] não passaram o medicamento certo no primeiro momento, deixaram a ‘Deus dará’ e viraram as costas”, disse.
Magalhães lamentou o caso e a postura da clínica odontológica.
“No primeiro instante, viraram as costas. Quando resolveram ajudar, era tarde demais”, afirmou.
Jucilene era mãe de dois filhos, um adolescente de 16 anos e uma garota de 6 anos.
Outro ladoEm comunicado enviado à imprensa, o COP relatou que a extração do dente de Jucilene ocorreu dentro da normalidade e que, ao fim do procedimento, ela foi orientada sobre o pós-operatório.
Reprodução Facebook
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Jucilene França deixou dois filhos: um garoto de 16 anos e uma menina de 6 anos
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A empresa alegou que a paciente, após ter voltado para relatar o problema na segunda-feira (6), não compareceu ao local no dia seguinte, como deveria ter sido feito.
Em nota, o COP se colocou à disposição para qualquer tipo de assistência sobre o caso. A clínica afirmou estar aguardando resultado da necrópsia para avaliar o motivo da morte.
Veja a íntegra da nota enviada pela Clínica Odontológica do Povo, de Várzea Grande:"A paciente Jucilene França deu entrada na clínica Centro Odontológico do povo, de Várzea Grande, na data de 03/07, onde foi feita uma radiografia periapical do dente 48. Em seguida, foi realizada a exodontia simples do mesmo, pela Dra Cristiane Rosse Gentilin, portadora do Cro 4947. Transcorreu tudo dentro da normalidade, ao fim da cirurgia a paciente foi orientada quanto às condutas pôs cirúrgicas e foi passada uma receita pela Dra Cristiane de medicamentos, que deveriam ser tomados em seguida pela paciente, por um período de 5 dias.
Porém a paciente procurou novamente a clínica na segunda feira, dia 06/07, relatando um edema na região do mento, onde a mesma foi atendida novamente pela Dra Cristiane, que complementou sua prescrição com mais um medicamento e orientou a paciente que, se não tivesse melhora nas próximas 24 horas, voltasse imediatamente na clínica, para que a mesma pudesse ser encaminhada para um pronto atendimento médico. Porém, a paciente voltou apenas na quarta (8), relatando que teria ido na terça-feira no pronto atendimento da Unimed Fácil por conta própria. Logo, a paciente então na quarta feira de manhã foi atendida pela Dra Cristiane e pelo Dr Francisco Jorge Neto, portador do Cro 4945, que passou um atestado para fins trabalhistas e a mesma foi encaminhada diretamente para a Unimed Fácil pronto atendimento, para avaliação médica e exames. Ao fim da tarde, a paciente foi direcionada à santa casa, onde foi feita sua internação para acompanhamento médico. Ao anoitecer foi colocada na UTI, onde veio a óbito.
Informamos que a empresa está se colocando à disposição para qualquer tipo de assistência e aguardando o resultado da necrópcia para avaliarmos o real motivo do obtido da paciente".