O secretário estadual de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, acredita que o suposto grupo de extermínio preso na Operação Mercenários, nesta terça-feira (26), esteja por trás de 40% dos assassinatos em Várzea Grande nos últimos três anos.
A declaração foi dada em entrevista coletiva na tarde de hoje, sobre a ação que resultou na prisão de 17 pessoas, entre elas seis policiais militares.
Segundo o secretário, a operação está em fase inicial e, por se tratar de uma investigação complexa, os números ainda devem chegar a um resultado bem maior do que foi apresentado. Os suspeitos já vinham sendo investigados desde 2013.
“Todos presos são mercenários que recebiam para matar qualquer tipo de pessoa que fosse necessário. Seja por uma questão relacionada ao tráfico de drogas, roubos, ou até mesmo um amante, por exemplo. Foi uma ação que não se iniciou agora. Desde 2013 já havia suspeitas, não da forma que se configura hoje. Mas algumas pessoas que o integram já agiam dessa maneira” afirmou.
“Ninguém está acima da lei”
Jarbas ainda afirmou ainda que a operação mostra que ninguém está acima da lei.
“Nós estamos aqui hoje para demonstrar que ninguém está acima da lei. As pessoas que foram presas hoje não retratam a Segurança Pública de Mato Grosso. Eles não refletem a dignidade dos nossos profissionais da Segurança Pública”, ressaltou, referindo-se aos seis policiais.
“O que aconteceu foi uma ação excepcional. São pessoas que se perderam no caminho e partiram para o mundo do crime. A resposta que o Estado de Mato Grosso dá para isso é a prisão”, explicou.
Para o delegado geral da Polícia Civil, Adriano Peralta, esta é a terceira maior operação realizada em 15 anos por autoridades estaduais.
“Durante os últimos 15 anos, essa é a terceira operação mais importante já realizada em Mato Grosso. A primeira foi a ‘Arca de Noé’. A segunda foi a ‘Sodoma’. E essa é a terceira, em nossa avaliação.
Conforme o delegado, há uma força-tarefa em andamento no Estado para combater esse grupo de extermínio. Ele afirma que a ação está evitando muitas mortes com a prisão dessas pessoas.
Marcus Mesquita/MidiaNews
O delegado geral da Polícia Civil, Adriano Peralta: uma das operações mais importantes dos últimos anos
Mercenários
A Operação Mercenários foi desencadeada na manhã desta terça-feira (26), pela Secretaria de Estado de Segurança Pública. A ação prendeu 17 acusados de fazer parte de um grupo de extermínio que atuava em Cuiabá e Várzea Grande.
O grupo é apontado como o responsável pela chacina ocorrida no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, no último dia 13 de abril.
Na ocasião, três jovens foram mortos.
Eles ainda são acusados de outros quatro homicídios nos últimos meses, ocorridos nos dias 3, 13 e 20 de março e no dia 5 de abril.
Além dos seis policiais militares, foram presos seis funucionários de empresas de vigilância, dois informantes, dois mandantes e um gerente de uma empresa.
Com os suspeitos foram apreendidas armas (espingardas calibre 12, pistolas 9 milímetros, revólveres) e munição, além balaclavas, coletes balísticos, placas de veículos, luvas, roupas camufladas e uniformes da PM.
Confira a lista dos presos na operação:
Uelinton Lopes Rodrigues (policial militar)
Pablo Plínio Mosqueiro (policial militar)
Vagner Dias Chagas (policial militar)
Claudemir Maia Monteiro (policial militar)
Jonathan Teodoro de Carvalho (policial militar)
Heubert de França Silva (policial militar)
José Francisco de Carvalho Pereira
José Edmilson Pires dos Santos
Fernando Marques Boabaid
Jeferson de Fátima da Silva
Claudiomar Garcia de Carvalho
Marcos Augusto Ferreira
Roni José Batista
Diego Santos da Silva
Deivison Soares de Amarantes
Francisnilton Deivison
Edervaldo Freire
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3 Comentário(s).
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Manoel 27.04.16 09h22 | ||||
William, então você acha certo um homem morrer simplesmente porque ele tinha uma amante? Ele não era bandido!! Está certo também sair matando todo mundo por vantagem financeira? Meu Deus em que mundo nós estamos! | ||||
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willian 26.04.16 20h33 | ||||
A população que se prepare, pois agora vai começar a bandidagem solta. Deixem suas bolsas, mochilas, celulares, pertences de valores em casa, que "a mulecada" vai tá solta nas ruas. | ||||
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willian 26.04.16 20h31 | ||||
Realmente, como diz o sr secretário "As pessoas que foram presas hoje não retratam a Segurança Pública", até porque a Seg. Pública tem deixado, muito, mais muito mesmo a desejar, haja vista o exorbitante número de roubos, assassinatos entre tantos. Já o grupo, acabava com alguns desses bandidos. Pode não ser "legal", porém, moral aos olhos do povo realmente INOCENTE que sofre todos os dias. | ||||
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