Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
ÀS TRAÇAS; VEJA
21.05.2023 | 10h00 Tamanho do texto A- A+

Lojistas e usuários reclamam de abandono de Calçadão em Cuiabá

São inúmeros relatos de quedas por buracos e desníveis na pavimentação

Liz Brunetto/MidiaNews

Calçadão Antônio Maria, alvo de queixas

Calçadão Antônio Maria, alvo de queixas

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

Tombado como Patrimônio Histórico e localizado no coração do Centro comercial da Capital, o Calçadão Antônio Maria está largado às traças, causando prejuízo aos lojistas e transtornos a quem passa.

Passo de vez em quando pelo calçadão, já torci o pé e minha mãe já caiu e quebrou o dela

 

A subida íngreme é intercalada entre buracos, ladrilhos em desnível, lixo e matagal, um verdadeiro “teste” para o equilíbrio e as articulações dos pedestres.

 

Para a agente administrativa Ana Silva, de 43 anos, o calçadão que deveria ser uma representação de Cuiabá agora só representa um risco.  

 

“Passo de vez em quando pelo calçadão, já torci o pé e minha mãe já caiu e quebrou o dela. O desnível da rua dificulta tanto para descer quanto a subir e quando chove é horrível, escorrega muito”, reclama.

 

Não são poucos os relatos de lojistas que presenciaram quedas de pedestres, em especial idosos, além da falta de acessibilidade para quem tem algum tipo de deficiência.

 

“Muita gente cai, direto temos que acudir um ou outro, eles se machucam. Cadeirantes que poderiam passar aqui por ser um calçadão não podem, está cheio de buraco”, afirma a empresária Vivian, de 48anos, do salão Fashion Hair.

 

As quedas, no entanto, não se restringem a quem tem mais idade, qualquer um pode ser vítima no Calçadão Antônio Maria.

 

“Uma senhora de idade caiu aí semana passada. Ela ralou um pouco o joelho e saiu reclamando. Isso é bastante corriqueiro e não é só com idosos, tem gente nova que cai também”, diz Alexandre Cardozo, de 35 anos, lojista há 2 no calçadão.

Liz Brunetto/MidiaNews

Calçadão Antônio Maria

Banco no Calçadão Antônio Maria deteriorado

 

Segundo o comerciante Blendo Wasley, de 25 anos, há 10 trabalhando no Antônio Maria, as depressões na via impactam não só no bem estar do público, mas também nas vendas.

 

“Atrapalha as vendas e muito. Cansamos de ver pessoas falando que é muita buraqueira. Esses dias passou um cadeirante, senhor de idade, e caiu. Já vi isso acontecer várias vezes”, relata.

 

Em frente à loja de Blendo há um desnível bastante acentuado, que por conservar os ladrilhos, não ficando tão aparente, é quase que uma “armadilha” para quem não conhece bem o calçadão.

 

“Os clientes reclamam que a infraestrutura é terrível, não tem estacionamento, não tem segurança no Centro e ainda um calçadão cheio de buracos. As vendas em si já estão fracas e os clientes desistem de subir o calçadão, preferem ir para o shopping”, afirma Vivian.

 

Problema antigo

 

Vivian trabalha há 20 anos no calçadão e já esteve em três distintos pontos ao longo da via. Ela garante que os problemas de infraestrutura são bem antigos.

 

“Esse calçadão sempre teve problemas, desde o começo. Tinha um esgoto que corria a céu aberto dia e noite; vieram, arrumaram, agora começou um novo, que vaza de vez em quando”.

 

Segundo Blendo, a última “reforma” no calçadão foi financiada pelos lojistas com funcionários cedidos Pela prefeitura, a cerca de 4 anos.

 

“Gastamos com cimento, com tinta, todos os lojistas fizeram uma arrecadação aqui para ajeitar. Na época deu uma boa melhorada, deu outra cara para o calçadão. Só que hoje está um descaso, um abandono, a gente procura vereadores, procura a Prefeitura e ninguém dá um retorno”, afirma Blendo.

 

“Tentamos atrair mais público, atrair pessoas, porque isso deveria ser turístico também, não só comercial, por ser um patrimônio histórico”, diz o comerciante.

Muita gente cai aqui, direto temos que acudir um ou outro, eles se machucam

 

Como o calçadão faz parte do conjunto de propriedades tombadas, os comerciantes não podem mexer na estrutura, fachada ou pavimentação em frente aos empreendimentos sem a autorização, ficando, assim, de mãos atadas.

 

“A Prefeitura deveria ajudar os lojistas a cuidar, porque a gente procura, tenta mexer, só que sozinhos não podemos”, afirma Blendo.

 

Segundo o lojista Luiz Carlos Nunes da Silva, 43 anos, além do abandono estrutural, há também falta de fiscalização.

 

“O carrinho do senhor que vende raiz aqui na esquina, por exemplo, está fora do padrão que a Prefeitura adequou. Ele junta entulhos e acaba ficando uma coisa feia. Ali tem até rato que entra direto na loja da gente”, lamenta.

 

“Sem falar dos carros que não poderiam, mas sobem o calçadão”.

 

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Calçadão Antônio Maria

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Silva  22.05.23 08h45
Gente, esse centro Historico esta abandonado a decadas. A ultima Revitalização foi no Governo do Blairo. O resto so foi ensaio e gambiarra. Culpa de todos os órgãos, IPHAN, Secel, Prefeitura. Esse centro de fato foi o cartão postal da cidade, o calçadão era limpo, as pedras eram lavadas, hoje encontra-se sujo, cheio de buraco. As plaças já não atraem ninguem, não tem projetos para festivais como acontecia decadas passada. O Palácio da Instrução, meu Deus, nem se fala. Esta feio cheio de gambiarras, sujo, sem manutenção, o imovel esta com rachadura, e agora com varios canos subindo pela parede lado externo , fazendo com que o Histórico predio perca a sua identidade como o mais bonito e importante imóvel da sociedade. Esse imovel esta sendo judiado. Torço para que alguém deixe o nosso governador a par doque vem acontecendo.
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Antônio   22.05.23 00h47
Vamos olhar com mais carinho o centro de Cuiabá senhores , a prefeitura e o governo do estado, porque faz parte da história dos cuiabanos e de Mato Grosso e é responsabilidade de todos cuidar e preservar a história.
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Silva  21.05.23 12h10
Aplausos para os comerciantes lojistas e a todos os transeuntes que são obrigados a passar ali todos os dias. O calçadão, a Praça Alencastro, a Praça da Republica foi cartao postal da cidade e a decadas foi jogada as traças, lixos, fezes etc. É uma pena ver o calçadão com suas casas tombadas esquecidas pelo Estado, Prefeitura e IPHAN que fecham os olhos para a identidade do povo cuiabano. Essa geração se cair é melhor , não fazem parte da nossa Identidade. Saudades de Dr.Lenine, Prof. Maria das Graças e saudade de Blairo Maggi que mesmo não sendo raiz, deu valor para todos os imóveis tombados da Capita e todas as cidades do estado. Outro imóvel que pede socorro é o nosso Palácio da Instrução, uma identidade que não podemos perder e esta completamente sem visibilidade para ser aquele cartão postal que todos nos tinhamos orgulho. Espero e torço para o Senhor governador Mauro Mendes, que de uma atenção para os nossos imóveis tombado , pois eles também deve ter feito parte da sua vida, da sua identidade,já que a sua infância foi aqiui.
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