A empresária Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe da adolescente de 14 anos morta com um tiro no último domingo (12), em Cuiabá, ingressou com pedido na Justiça para elevar a fiança arbitrada pela Polícia Civil contra o empresário Marcelo Martins Cestari.
Ele é pai da adolescente, também de 14 anos, que matou acidentalmente a amiga com disparo de arma de fogo, no condomínio Alphaville I.
Marcelo chegou a ser preso na noite do crime por posse ilegal de arma, mas saiu após pagar fiança de R$ 1 mil. Duas das sete armas encontradas na residência onde ocorreu a tragédia estavam sem registro.
Para o advogado Helio Nishiyama, contratado pela família da vítima, o valor atribuído pelo delegado como fiança é "ínfimo" perto da gravidade do que ocorreu. E por isso pede o valor seja elevado para R$ 1 milhão.
“Não se trata de mero crime de posse irregular de arma de fogo sem gravidade concreta. Muito pelo contrário, trata-se de crime que, embora punido com pena de apenas três anos de detenção, o que no plano abstrato revelaria ínfima gravidade, no caso concreto teve grave consequência, a morte da jovem de apenas 14 anos de idade", argumentou o advogado.
Lamborghini
Outro argumento utilizado pela defesa é quanto à situação financeira da família de Marcelo Cestari.
"Em resumo, excelência, a autoridade policial arbitrou valor mínimo legal de fiança para uma pessoa que reside no condomínio mais luxuoso de Cuiabá, possui um veículo Lamborghini e aeronave própria, e é sócio/administrador de uma empresa de mais de R$ 10 milhões, cujo crime imputado no auto de prisão em flagrante teve como consequência a morte de uma jovem de apenas 14 anos".
O recurso foi encaminhado para a 10º Vara Criminal de Cuiabá na manhã terça-feira (14).
O caso
De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu na casa da amiga da vítima. O corpo da garota foi encontrado no banheiro, já sem vida.
Em entrevista ao MidiaNews, o advogado Rodrigo Pouso Miranda, que defende a família da jovem que atirou, deu detalhes sobre o episódio.
Segundo ele, tudo começou quando ela atendeu ao pedido do pai para guardar um case - espécie de maleta - com duas armas, no andar de cima da casa.
O pai da adolescente e a filha praticam tiro esportivo.
Ela estava no andar de baixo e a amiga vítima do disparo estava na parte de cima, no banheiro de um dos quartos.
“Ela foi guardar a arma, que estava no case, e assim que subiu foi chamar a amiga, que estava no banheiro. Neste momento que ela entrou, entre o banheiro e o closet, a maleta caiu, abriu e a arma ficou para fora do case. Ela se abaixou, pegou a arma e, quando tentava colocá-la de volta, ela disparou. Essa é a única verdade que existe”, explicou.
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