Cuiabá, Quarta-Feira, 17 de Dezembro de 2025
ADVOGADA MORTA
17.12.2025 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Família espalha outdoors e espera laudo: “Não fizeram nada”

Dez cartazes foram espalhados pela Capital para chamar atenção da população e cobrar Poder Público

Yasmin Silva/MidiaNews

Outdoor pedindo justiça por Viviane Fidelis, na Av. Joao Eugênio Gonçalves Pinheiro

Outdoor pedindo justiça por Viviane Fidelis, na Av. Joao Eugênio Gonçalves Pinheiro

LARISSA AZEVEDO
DA REDAÇÃO

A família da advogada Viviane de Souza Fidelis, de 30 anos, encontrada morta em seu apartamento na noite de 17 de setembro, espalhou outdoors por Cuiabá e pede por justiça. A mãe dela, Sheyla Regina Barros de Souza, de 52 anos, espera o resultado do laudo de um novo exame de necropsia solicitado pelo Ministério Público Estadual (MPE). 

 

Foi tratado assim com desleixo. E aí a gente começa a duvidar de suicídio. Nós não estamos acusando ninguém

A família acusa ter ocorrido uma conclusão precipitada da perícia na cena do crime após a retirada do corpo. Eles afirmam que, por os exames não terem sido realizados corretamente, a dúvida sobre se a morte foi realmente suicídio persiste. 

 

De acordo com Sheyla Regina Barros de Souza, que também é advogada, a família tem a intenção de expor o caso e pedir ajuda da população na busca por justiça. Foi criada uma conta no instagram (@Casoviviane) com informações sobre o caso. 

 

“A gente quer que a população nos ajude a cobrar essas investigações. E que a Justiça tome providências com relação a esses erros cometidos. Porque esses erros têm que ser penalizados. Nenhuma investigação pode ser tratada dessa forma", disse ela ao MidiaNews.

 

“Eles não coletaram as digitais dos objetos que estavam no local, porque eles concluíram, de antemão, que era suicídio, sem nenhuma investigação. E, por conta disso, não coletaram nada”, acrescentou. 

 

Segundo Sheyla Regina, a perícia não coletou coisas básicas como exame ungueal, ou de objetos

 

“Coisas básicas que eles deveriam ter feito, não levaram os objetos para análise, por exemplo. O cinto, não levaram, ficou no local. [...] Eles não fizeram nada. Não fizeram nem o básico”, afirmou. 

 

“Foi tratado assim com desleixo. E aí a gente começa a duvidar de suicídio. Nós não estamos acusando ninguém. Não temos prova de nada. O que temos é evidência de que não foi feito nada do jeito que teria que ser feito”, informou Sheyla Regina. 

 

Novo exame de necropsia

 

O Ministério Público Estadual aceitou o pedido da família para um novo exame de necropsia e a mãe da vítima afirmou que dois dos três laudos já estão prontos. A necropsia foi acompanhada por um perito indicado pela família e realizada de forma minuciosa. 

 

Os familiares e amigos de Viviane esperam descobrir a real causa da morte da advogada, mesmo que seja, de fato, suicídio. Eles querem que a perícia descarte todas as outras possibilidades possíveis antes de constatar o suicídio. 

Se realmente foi por enforcamento, se o enforcamento foi feito por ela, ou se foi feito por outra pessoa. Porque o que não estamos aguentando é essa dúvida

“Se realmente foi por enforcamento, se o enforcamento foi feito por ela, ou se foi feito por outra pessoa. Porque o que não estamos aguentando é essa dúvida. Porque além da dúvida, nós temos os procedimentos todos errados, que nos fazem duvidar ainda mais da realidade, do que eles falam que é real. Nós precisamos ter certeza que realmente isso foi um suicídio”, afirmou. 

 

O caso 

 

No boletim de ocorrência, registrado na manhã de 18 de setembro, os policiais relataram que encontraram a vítima caída no banheiro do apartamento, com um cinto tracionado no pescoço e a outra extremidade amarrada a uma maçaneta. 

 

À equipe, o namorado afirmou que o casal vivia um “período de término” e que Viviane não aceitava o fim do relacionamento, apontando essa situação como a possível causa do suicídio.

 

Uma vizinha contou à Polícia que foi acionada pelo rapaz, ainda na portaria do prédio. Ele afirmou que queria apenas saber se a jovem estava bem. Com a senha repassada por ele, ela entrou no apartamento e encontrou Viviane enforcada na porta do banheiro. 

 

Segundo o depoimento, após o acesso ser liberado, o namorado entrou no local e mexeu no corpo da vítima, o que gerou suspeitas à família, que também comentou sobre o relacionamento conturbado que Viviane tinha com ele, cheio de ciúmes por parte dele e discussões. 

 

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