Cuiabá, Terça-Feira, 7 de Outubro de 2025
CAOS NA SAÚDE
07.10.2009 | 06h35 Tamanho do texto A- A+

Médicos acusam prefeito WS de não cumprir promessa

Ao todos, 43 médicos deixaram de atender no Pronto-Socorro; WS é acusado de gastar em propaganda

MidiaNews

Luiz Alvarenga e diretores do Sindmed: prefeito gasta com propaganda, mas não investe em Saúde

Luiz Alvarenga e diretores do Sindmed: prefeito gasta com propaganda, mas não investe em Saúde

ANTONIELLE COSTA
DA REDAÇÃO

Após 23 médicos cirurgiões do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá deixarem de atender, 20 pediatras dos 28 lotados no Pronto-Atendimento deixaram de prestar serviços à população a partir das 19h de terça-feira (6).

As informações foram repassadas pelo presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Luiz Carlos Alvarenga, em entrevista coletiva. Ao todo, 43 médicos deixaram de atender na unidade, e a solução ainda não foi apresentada pelo prefeito Wilson Santos (PSDB).

Alvarenga afirmou que ontem foram protocolados, na Prefeitura Municipal, mais 14 pedidos de demissão. Desse total, um cirurgião, 10 anestesistas e três ortopedistas. Além disso, 27 pediatras da UTI Neonatal e quatro visitadores irão se reunir, nesta quarta-feira (7), para deliberar se vão continuar atendendo.

O presidente do sindicato afirmou que a categoria está aberta à negociação e que o prefeito acredita que seria um blefe da categoria, mas as demissões estão acontecendo e o problema está sendo agravado.

"Até o momento, a prefeitura não se manifestou por escrito sobre as reivindicações da categoria, no que diz respeito a salários e melhores condições de trabalho. As propostas de boca não têm valor. Além disso, vamos solicitar que as negociações sejam feitas perante a Justiça, uma vez que, em paralisações anteriores, o prefeito não cumpriu nem acordo escrito", explicou o médico.

Alvarenga disse lamentar o fato de o prefeito Wilson Santos ter "judicializado" o problema, que, em seu ponto de vista, se trata de questões administrativas, que poderiam ser resolvidas pela própria Administração Municipal.

Terrorismo e propaganda

"O prefeito está fazendo terrorismo com a população, que precisa do atendimento. Trata-se de um problema de gestão, onde precisam ser apresentados propostas concretas à categoria. Mas, o prefeito foge de sua responsabilidade e vai recorrer à Justiça", esclareceu.

Alvarenga disse não acreditar que a prefeitura não tenha recursos para aumentar o salário base dos médicos, que hoje varia de R$ 600 a 800, destacando que o prefeito "tem para gastar com publicidade".

"O que a prefeitura gasta com publicidade falsa dava para construir um hospital, investir em medicamentos, materiais, garantindo as condições de trabalho da categoria. Mas, é mais fácil fazer propaganda inverídica do que concretizar propostas", observou o sindicalista.

Questionado sobre o número de médicos que prestam serviços no município, Alvarenga não soube precisar, pois, segundo ele, existem profissionais sem contratos, com contratos vencidos ou que são contratados, mas não atuam.

"Há 15 dias solicitei ao secretário de Saúde, Luiz Soares, o lotacionograma, para que possamos saber ao certo quantos médicos atuam na rede municipalde, mas, até o momento, não fomos atendidos", disse.

Reforma do Pronto-Socorro

Sobre a reforma do Pronto-Socorro, como alternativa para solucionar os problemas de condições de trabalho, o presidente do Sindimed afirmou que tem suas dúvidas a respeito. Segundo ele, outras reformas foram feitas na atual gestão e não solucionaram o problema.

Outro lado

O prefeito Wilson Santos não atendeu às seguidas ligações do MidiaNews. Sua assessoria, como tem sido praxe, prometeu retornar oportunamente. Mas, até a edição desta matéria, não houve nenhum contato. O mesmo ocorreu em relação à assessoria do secretário municipal de Saúde, Luiz Soares.

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Rose Maria  07.10.09 13h18
O prefeito está certo em não negociar com a máfia de branco. Eles ganham R$ 3,8 mil por dois plantões semanais e querem R$ 8,2 mil, é brincadeira. Quem faz terrorismo é o sindimed, que está colocando em risco a vida da população. Que se demitam, ninguém é obrigado a trabalhar na rede pública, aliás, boa parte dos médicos atende muito mal o cidadão...
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rodrigo  07.10.09 12h38
Wilson não cumpre nada do que promete, na epoca da campnha pelo segundo mandato, espalhou pela cidade inúmeras placas de obras, das quais nem 10% foram realizadas. Cade a ETA tijucal, e a av das Torres que ele disse que entregará em dezembro pronta, inclusive iluminada, rsrs. A arquimedes Pereira Lima tem a placa até hoje da duplicação, só a placa mesmo. Como disse o colega acima,PINÓQUIO!!!
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GILBERTOI FLORES PANIAGUA  07.10.09 11h14
Mais um exemplo da incompetencia da política brasileira e tambem, da passividade da classe médica em geral em agir eficientemente por melhores condições de trabalho, salarios dignos e fundamentalmente por mostrar nossa coragem e força de nossa classe ainda desconhecida pela maioria.
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Pedro Henrique  07.10.09 10h50
E o pinóquio cumpre alguma coisa???
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Marcelo Frare  07.10.09 10h08
Independente de quem está certo ou quem está errado, quem acaba pagando por isso é a população mais carente. Se o profissional não está sendo remunerado de acordo com o que vale ou acha que vale, é lógico que ele tem direito a procurar formas alternativas para resolver o problema. O que não é justo é que as pessoas economomicamente menos favorecidas sejam as maiores prejudicadas por isto.
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