Cuiabá, Sábado, 12 de Julho de 2025
MORTE A TIROS
06.02.2023 | 09h03 Tamanho do texto A- A+

Chefe da PM lamenta, mas critica crise de autoridade e bebedeiras

Diego Kalininski, de 25 anos, foi atingido durante uma abordagem policial na madrugada de domingo

Christiano Antonucci

O comandante Alexandre Corrêa Mendes cometou a morte de Diego Kalininski

O comandante Alexandre Corrêa Mendes cometou a morte de Diego Kalininski

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, lamentou a morte de Diego Kalininski, de 25 anos, atingido por quatro disparos durante uma abordagem policial na madrugada de domingo (5) no Município de Vera (a 458 quilômetros de Cuiabá).

 

O comandante afirmou que é sim preciso falar sobre a ação policial, que já é investigada em um inquérito em andamento, mas também sobre a “crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido”, afirmou.

 

O militar alegou que é preciso colocar em pauta “o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso”. Além da necessidade de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos, segundo ele, o “verdadeiro combustível para a quebra da ordem”.

 

“Diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo ‘certo’ ou ‘errado’, colocando em xeque quem chega para resolver”, afirmou.

 

Ele alegou que todas medidas já foram ou estão sendo tomadas e ainda alfinetou a imprensa, que cobriu incisivamente o caso.

 

“A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal midiático”.

 

No entanto, conforme o militar, “convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera”, disse.

 

O caso

 

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que Diego estava acompanhado de uns amigos em uma das ruas do Município quando é abordado pela Polícia. Em determinado momento, os militares tentam colocá-lo em um camburão, mas ele reage.

 

Há tumulto na rua e, evitando o pior, populares tentam interferir na situação.

 

Ainda conforme as imagens, os policiais tentam colocar Diego novamente no carro, momento em que ele é puxado por um amigo e cai. Quando se levanta, parte para cima dos agentes, que atiram para o alto para acalmar os ânimos.

 

Com o que aparenta ser um cassetete dos policiais, o jovem vai para cima de um deles, que dispara contra o jovem.

 

Ele cai na calçada e, novamente, é atingido por mais um tiro. Ao todo, Diego foi alvejado quatro vezes. Ele morreu no local.

 

Na gravação é possível ver também que o amigo de Diego vai para cima dele, desesperado. A multidão fica em silêncio por uns segundos, até que começam a gritar assustados.

 

Veja:

 

 

Veja a nota na íntegra:


Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera.

Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso.

Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem.

Poucos sabem mas não é apenas a PM a deter o "poder de polícia" para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial ali --- e evitam tragédias.

Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo "certo" ou "errado", colocando em xeque quem chega para resolver.

Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar.

Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver --- porque assim a vida pede.

A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal mídiatico.

Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.

Alexandre Corrêa Mendes - Cel PM
Comandante-Geral da PMMT

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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Orivaldo   07.02.23 00h51
Deveria ser proibido esses carros com som alto e apreendido e som alto com lei mais rígida proibindo.falt de respeito com a autoridade policial foi tremenda, que sociedade vivemos.
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Lindon Johnson ridolfi  06.02.23 15h55
Mais uma vida ceifada de forma brutal, de um lado um jovem alterado e de outro o policial cumprindo o seu dever....qual a soluçao nesse caso?? Qual a melhor maneira de lidar com essa situaçao?? Que medidas tomarem para que nao ocorram mais fatos iguais a esse? Fica aqui minha pergunta.
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Jorge  06.02.23 10h12
Jorge, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
alexandre  06.02.23 10h02
não se respeita mais a polícia. querem enfrentar quem está representando o estado. e mesmo se a polícia estiver errada, no momento da ocorrência ela é o lado mais forte. não adianta bater boca nesse momento, é pedir para ir o quanto antes à presença da autoridade da polícia civil que será quem dará a solução ao caso.
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Simonetto  06.02.23 09h20
Devido a minha profissão viajo muito pelo estado do MT e é normal a gente ver nas avenidas principais dessas cidades do interior jovens com a caçamba de caminhonetes abertas e o som rolando no alto e rodadas de cerveja ao lado, sem contar que ainda deixam tudo jogado pelas ruas e avenidas quando chega segunda feira é só lixo pra todo lado, gostaria de dizer a esses jovens que nem todos gostam e são obrigados a ouvir suas musicas em alto volume, tem pessoas que moram ao lado e querem ouvir um noticiário ou assistir um filme e não são obrigados a aguentar tamanha bagunça, se quiserem ouvir um som em alto volume que comprem um fone de ouvido e podem ficar á vontade, acho que deveria ser proibido esse tipo de conduta pelas ruas das cidades.
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