O Ministério Público de São Paulo deve começar a ouvir, nesta sexta-feira (2), depoimentos de pessoas envolvidas no acidente que resultou na morte da adolescente Gabriela Mishimura, de 14 anos, no parque Hopi Hari, no último dia 24. A ordem dos testemunhos, porém, não foi informada pela promotora Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira, responsável pelo caso.
Na quinta-feira (1º), a promotora informou que a cadeira do brinquedo La Tour Eiffel nunca mais será usada. A afirmação foi feita por ela, no final da tarde, durante a assinatura entre o Ministério Público e representantes do parque em Vinhedo, a 79 km de São Paulo, de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).
- Jamais deveria ter sido usada [a cadeira em que a adolescente estava] e o parque falhou quando não mostrou que esse assento não poderia estar funcionando.
A assinatura do TAC ocorreu no Fórum de Vinhedo uma semana após uma adolescente de 14 anos morrer ao cair de uma altura de cerca de 25 m quando estava no brinquedo. Segundo a promotora Ana Beatriz, o parque de diversões ficará fechado por dez dias corridos, contados a partir desta sexta-feira (2).
Durante o período de fechamento, uma equipe chefiada pelo Ministério Público - e com representantes do IC (Instituto de Criminalística), Corpo de Bombeiros e Crea (Conselho de Engenharia e Arquitetura) - irá trabalhar no local. As atividades do grupo começarão na próxima segunda-feira (5). Nesses três dias até lá, o parque deverá reunir os documentos dos brinquedos.
O prazo de dez dias pode ser prorrogado por mais dez, caso o Ministério Público julgue necessário. Já o brinquedo La Tour Eiffel ficará fechado por prazo indeterminado, até que o parque apresente um plano de incremento da segurança para a atração com itens como sinalização sonora que comprove que todas as travas estão fechadas antes de o brinquedo começar a funcionar.
O Ministério Público informou que, caso o Hopi Hari descumpra qualquer um dos termos do TAC, será multado em R$ 95 mil diários. A promotora Ana Beatriz disse que pretende também abrir uma ação indenizatória contra o parque por ferir os direitos do consumidor.
Segundo acidente da história
Ainda de acordo com a promotora Ana Beatriz, a empresa fabricante do brinquedo La Tour Eiffel, a suíça Itamin, tem 40 equipamentos iguais ao do Hopi Hari em parques temáticos espalhados pelo mundo. O primeiro acidente que envolve um desses equipamentos aconteceu em 1999 nos Estados Unidos. Por causa desse acidente, a empresa decidiu incrementar o brinquedo com cintos de segurança. A morte da adolescente Gabriela Mishimura é o segundo acidente da história do brinquedo no mundo.