Cuiabá, Quinta-Feira, 7 de Agosto de 2025
TRAGÉDIA NA OBRA
04.03.2012 | 19h32 Tamanho do texto A- A+

Ministério notifica fabricante de elevador que caiu e matou 3

Três operários morreram quando elevador de prédio em construção caiu de uma altura de 18 metros

Katiana Pereira/MidiaNews

Ministério do Trabalho quer explicações sobre queda do elevador que matou 3 em obra em Cuiabá

Ministério do Trabalho quer explicações sobre queda do elevador que matou 3 em obra em Cuiabá

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) notificou a empresa fabricante do elevador do edifício em construção Amazon Business, para prestar esclarecimentos sobre o equipamento que despencou de uma altura de 18 metros, mantando três operários que estavam no equipamento.

O acidente ocorreu no dia 5 de janeiro. O canteiro de obras está localizado na Avenida Ipiranga, no bairro Quilombo, e é de responsabilidade Construtora Pactual, de Cuiabá. A chefe do Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalho, Aline Aparecida Roberto Amoras, disse ao MidiaNews que a empresa é do Rio Grande do Sul e foi notificada via Correios, para prestar esclarecimentos sobre a instalação do equipamento e as especificações técnicas.

“A empresa tem algumas responsabilidades, além da venda. Os processos de responsabilização quanto a elevadores são complexos, porque, em geral, temos uma empresa que fabrica, uma empresa que monta, uma empresa que testa, uma empresa que dá manutenção... e são todas distintas. No caso de um acidente, as causas podem ser provenientes de falhas em qualquer destes pontos”, informou.

A SRTE quer saber também se existem outros elevadores, fabricados pela mesma empresa, sendo usado em outras construções no Estado. A intenção é fazer uma vistoria preventivamente.

Quanto ao elevador do Edifício Amazon Business, Aline Amoras confirmou que o equipamento está desativado desde o dia do acidente. “O elevador da obra do Amazon foi totalmente inutilizado. Também houve a interdição de andares altos, principalmente, em função da falta de proteção coletiva contra queda de trabalhadores. Parte do tambor e guincho, do elevador que caiu, foram levados para a Politec”, disse.

Aline informou que a obra continua sendo fiscalizada e que ainda não há um tempo previsto para entregar o relatório final. Ela apontou que estão sendo fiscalizadas as condições gerais da obra, além do elevador. Trabalhadores puderam voltar a trabalhar em alguns andares.

“As irregularidades que foram encontradas foram sanadas e a interdição está suspensa há aproximadamente uma semana. A interdição foi feita em alguns andares, que estavam sem proteção, e os trabalhos puderam ser continuados em outros andares que não ofereciam risco. Temos que deixar claro que o fato de algumas situações terem sido regularizadas não afasta os autos de infração pelas irregularidades que foram”, informou.

O acidente

O acidente ocorreu por volta das 7h30, do dia 5 de janeiro deste ano, quando o elevador despencou de uma altura de 18 metros, matando no local o mestre de obras Agnaldo Alves dos Santos, 40, e o responsável pelo próprio equipamento, Eurico de Jesus Ferreira, 38. Fernando da Silva Conceição, 27, morreu dois dias após o acidente.

Uma das suspeitas é de que o cabo de aço rompeu, causando o acidente, mas o Instituto de Criminalística (IC) enviou peritos especializados para o trabalho de local. São engenheiros aprovados no último concurso. O laudo vai determinar as causas da queda.

O engenheiro responsável pela obra, Herli Lavour, alegou que não existe nenhuma irregularidade na construção do edifício e acredita em fatalidade.

"Nossa obra está tudo em ordem. O próprio Ministério do Trabalho fiscalizou os elevadores, item por item, e os liberou sem problema algum", garantiu.

Investigação

O Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, abriu uma investigação para apurar se são verdadeiros os laudos entregues pela Pactual Construtora, em novembro do ano passado.

O procurador Thiago Gurjão esteve no local do acidente, para acompanhar a visita do Núcleo do Trabalho e também da Politec.  O procurador disse que o papel do Ministério Público do Trabalho será de analisar os laudos que serão concluídos e tomar as providências cabíveis.

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