Mulher de 58 anos morre de meningite em Cuiabá

A agente de saúde Darcy Glória Garcia, 58, morreu, na tarde de terça-feira (10), no Pronto-Socorro de Cuiabá, por suspeita de da meningite. O caso está sendo investigado pela Secretaria Estadual de Saúde.

A servidora começou a passar mal no fim de semana e procurou a Policlínica do bairro Planalto. De acordo com familiares, ela foi medicada e liberada logo em seguida para repousar e tomar os remédios em casa.

“Ela estava gripada e sentia dores. Aí, a levamos até a policlínica porque ela não estava se sentindo bem. Estava com dor de cabeça e suava. O médico atendeu e, depois, ela foi tomar o medicamento. Ela não foi internada, foi liberada, para tomar os remédios e chazinhos em casa”, disse a irmã de Darci, Maria Lenita, em entrevista à TVCA.

O quadro de meningite só foi diagnosticado mais tarde, quando a agente, ainda sentindo mal, procurou o Pronto-Socorro da Capital. Ela foi internada, mas não resistiu e acabou falecendo 12 horas depois de ter sido atendida no PSC.

No laudo médico do PSC, consta que a causa da morte de Darci foi meningite, doença altamente contagiosa.

Familiares temem ter sido contaminados, já que não sabiam que a agente estava com a doença.

“Estou com medo, sim. Tenho três filhos para criar e eu tive contato direto com ela, que chegou a vomitar. Quero saber se fomos contaminados”, disse a irmã da vítima.

Investigação

A Secretaria Estadual de Saúde está investigando o caso, para comprovar se a morte foi causada ou não pela meningite. O laudo deve sair no final da tarde desta quinta-feira (12).

Mesmo sem a confirmação da possível infecção pela bactéria, os parentes de Darci, que tiveram contato com ela, receberam medicação de bloqueio, para evitar que a doença se desenvolva.

Segundo dados da Secretaria de Saúde, entre os meses de janeiro a junho deste ano, foram registrados 96 casos de meningite em todo o Estado. Sete pessoas morreram em decorrência da doença.

A doença

A meningite é uma infecção dos tecidos que envolvem o cérebro e a medula espinhal, também chamados de meninges. Existem vários tipos da doença.

As que preocupam a Saúde Pública são as que provocam risco maior à saúde humana e podem até levar à morte.

As meningites meningocócicas e haemophilus, que podem ser transmitidas em contato de pessoa a pessoa por meio de saliva, respiração, tosse, beijos e até pelo simples ato de falar.

A meningite viral não é transmissível. É uma infecção viral podendo ser causada pelos vírus do sarampo, da caxumba e até do herpes comum. Geralmente nas meningites virais a evolução é benigna, havendo melhora do quadro.

As pessoas em contato íntimo com pacientes portadores da meningite viral não precisam fazer uso de antibióticos para a prevenção, mas devem lavar as mãos com frequência, com água e sabão.

Alertas

A Vigilância Epidemiológica alerta que a meningite se manifesta durante todo o ano, mas aumenta em períodos de inverno e chuvoso, quando as pessoas costumam ficar em ambientes fechados, o que facilita a transmissão da doença.

Os principais sintomas são: febre alta, vômitos, dor de cabeça intensa, rigidez de nuca, convulsão e manifestação hemorrágica. Todos esses sintomas devem ser observados ao mesmo tempo.

A recomendação é que, sempre que forem identificados esses sintomas, a família deve procurar a Unidade de Saúde mais próxima para avaliação de um profissional de saúde.

Vacinas

A principal medida de prevenção recomendada aos pais é a manutenção do calendário de vacinação das crianças atualizado.

A vacina BCG protege as crianças das formas graves da tuberculose, como a meningite por tuberculose.

A vacina tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e haemophilus influenza B), evita que se tenha meningite por haemophilus influenza B e a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), confere a proteção contra a principal complicação da caxumba que é a meningite. A vacina pneumocócica 10V protege contra meningites causadas por este agente.

Para crianças acima de um ano, adolescentes, jovens e os adultos os métodos de prevenção incluem evitar aglomerações, manter as casas e outros locais frequentados (escolas, creches, salas de reuniões, dentre outros) sempre bem ventilados e ensolarados e manter medidas de higiene pessoal (lavando constantemente as mãos, especialmente ao usar o banheiro e antes de se alimentar) e higiene do lar.