Os pais do pequeno Gabriel Amaral Gonçalves Pequeno, de apenas 5 anos, estão em uma corrida contra o tempo para encontrar pessoas que estejam com zika vírus para ajudar no tratamento do tumor cerebral de seu filho.
A Jeanne Amaral Gonçalves Silva conta que a família recebeu o diagnóstico em março de 2020 e rapidamente Gabriel já foi submetido a uma cirurgia para retirada do tumor.
Mesmo com apenas 4 anos na época, o menino também passou por tratamentos de radio e quimioterapia com a esperança de eliminar por completo o câncer.
Após a série de medidas médicas, os pais esperavam que Grabriel voltasse a viver sua infância normal, brincando e alegre como sempre foi. No entanto, em janeiro desse ano tiveram novamente uma desagradável surpresa.
“Ele teve uma convulsão e a gente descobriu que o tumor tinha voltado. O médico falou que não tinha mais tratamento, porque o tumor não estava respondendo ao tratamento”, relembra.
Desesperada, Jeane e o marido começaram a pesquisar os médicos que pudessem, de alguma forma, melhorar o quadro de seu filho. Já que, sem tratamento, o tumor só iria evoluir e poderia causar a morte da criança.
Após um exame com um médico, a família conseguiu descobrir que o câncer do filho tinha quatro níveis e já estava no mais avançado.
Eles seguiram fazendo tratamentos paliativos para tratar, mas ainda buscavam alguma alternativa que desse a esperança de cura.
Foi quando, há um mês, Jeanne descobriu um tratamento experimental, tanto no Brasil quanto no exterior, desenvolvido pelas pesquisadoras Carolini Kaid e Mayana Zatz, do Instituto de Genoma da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa iniciou em 2017 e já possui resultados impressionantes em testes realizados em camundongos e cães. Com diversos artigos publicados, inclusive em revistas especialistas em oncologia, o tratamento alternativo foi como uma luz no fim do túnel para a família.
Jeanne explica que nessa pesquisa foi descoberto que o vírus da Zika é eficaz para tratar tumores no cérebro. No entanto, a fase clínica com testes em humanos, que seria desenvolvida pelo Instituto Butantan, está paralisada desde o inicio da pandemia.
“Eu entrei em contato, entrei na fila e tudo, mas agora está parado. Para mim é a única esperança, porque a medicação vai demorar e ele não tem como esperar, a doença já está avançando”, explica.
Hoje Gabriel já perdeu todos os movimentos e, apesar de seu quadro clínico ser estável, já não reage e respira com ajuda de um ventilador mecânico e vive em home care em sua casa.
Por esses agravantes, agora os pais de Gabriel tentam encontrar alguém que esteja infectado pelo Zika vírus para poder transmitir a doença com a esperança de que o tumor possa regredir.
Apesar de não ser o medicamento em si, Jeanne diz que as pesquisadoras já tiveram relatos de pacientes em tratamentos paliativos que conseguiram melhorar após contraírem o vírus.
“Acredito que se ele pegar [o vírus] algum benefício vai ter. Não sei se vai curar totalmente, mas boa parte dele tenho certeza que sim”, afirma.
Caso alguém esteja com Zika vírus e queira tentar ajudar a família pode entrar em contato com Jeanne pelo número: (65) 99929-2260.
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