Cuiabá, Sexta-Feira, 20 de Junho de 2025
EDUCAÇÃO
27.01.2020 | 16h09 Tamanho do texto A- A+

Pedagogia Waldorf é cada vez mais procurada como alternativa à formação tradicional

Método cresceu 200% nos últimos dez anos no país. Em Cuiabá, pode ser acessado no Colégio Brasilis

Divulgação

Pedagogia Waldorf passou a se expandir no Brasil nas últimas duas décadas

Pedagogia Waldorf passou a se expandir no Brasil nas últimas duas décadas

DA ASSESSORIA

Cada vez mais os pais estão entendendo que, quando uma criança apresenta dificuldades de adaptação e aprendizado na escola, a dificuldade pode não ser com a criança, mas com a metodologia de aprendizado em que ela está inserida.

 

Seguindo este caminho, cresce no Brasil a busca por outras formas de ensinar e aprender que vão além do ensino tradicional conhecido pela maioria. Uma destas opções é a Pedagogia Waldorf.

Embora tenha completado 100 anos em 2019, a Pedagogia Waldorf passou a se expandir no Brasil nas últimas duas décadas, com pais em busca de uma educação acadêmica diferenciada e holística para os filhos.

 

Segundo a Federação das Escolas Waldorf, nos últimos dez anos o número de unidades que segue o método cresceu 200%. O Brasil tem aproximadamente 90 escolas filiadas, reunindo mais de 16 mil alunos e cerca de 1,7 mil professores. Já existem inclusive escolas públicas praticando o método no país.

Em Cuiabá, a pedagogia pode ser conhecida no Colégio Waldorf Brasilis, que fica no bairro Parque Residencial Dom Bosco, em funcionamento há 14 anos.

O método foi idealizado e desenvolvido pelo educador, filósofo e artista austríaco Rudolf Steiner (1861 – 1925), em Stuttgart, na Alemanha. A metodologia procura integrar de maneira holística o desenvolvimento físico, espiritual, intelectual, emocional e artístico dos alunos. O objetivo é desenvolver indivíduos livres, integrados, socialmente competentes e moralmente responsáveis.

A pedagogia foi concebida para conciliar dois aspectos distintos, pautados na imagem do ser humano, na evolução cultural e social da humanidade e na adequação dos conteúdos de ensino com os princípios do desenvolvimento humano. “A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres, que sejam capazes de, por si mesmos, encontrar propósito e direção para suas vidas”, disse Rudolf Steiner.

O currículo inclui todo o conteúdo exigido pela legislação brasileira e ministrado nas escolas consideradas tradicionais, mas é desenvolvido e trabalhado de uma forma lúdica, leve, integrada, em que a participação da família é indispensável. Na Pedagogia Waldorf não existe avaliação através de provas.

“A criança é levada a aprender pelo interesse em aprender e não em busca de compensação ou por medo de castigos, que podem vir em função das notas que tiram nas provas. Ela não tem que lutar por nota, ela aprende a gostar de aprender”, explica o professor Cássio Ceregatti do Colégio Waldorf Brasilis.

Os alunos são acompanhados por um único professor, chamado de professor de classe, do 1º até o 8º ano. Muda no 9º ano com a adição de outras disciplinas. Durante todo esse período o professor de classe será o responsável pelas disciplinas básicas: matemática, português, ciências naturais, história e geografia, ensinando de uma forma em que as disciplinas se inter-relacionem, proporcionando vivências e correlações com conteúdo vistos nos anos anteriores. A teoria é formulada de forma integrada entre os alunos e o professor após uma vivência prática.

O professor de classe, no entanto, vai além de ser responsável pelo conteúdo, ao longo das oito séries em que acompanhará a sala ele irá criar um vínculo com o aluno e sua família, acompanhando o desenvolvimento dos estudantes ano a ano, procurando as melhores ações para seus alunos, individualmente e como grupo.

 

“O método exige muito mais do professor, um professor mais capacitado. Faz com que ele precise se preparar constantemente, estar sempre atento ao aluno, ao grupo. Ele não é um mero repassador de conteúdo”, destaca o professor Cássio.

Na Pedagogia Waldorf a arte é fundamental, pois é ela quem trabalha a sensibilidade. Teatro, pintura, artesanato, música e idiomas fazem parte da rotina de aprendizado.

 

“A arte ajuda a trabalhar a sensibilidade. A repetição proporcionada por atividades como pintura, desenhos e trabalhos manuais ajudam o aluno a gostar de aprender e a internalizar o que é estudado, fortalecendo a vontade de fazer coisas no futuro”, explica o educador. E sem muito perceber, a criança vai preenchendo sua alma de autoconhecimento e de respostas do mundo.

No colégio não são permitidos aparelhos eletrônicos, como celulares, para que o contato entre todos seja real e não virtual, também não são permitidos lanches e alimentos industrializados; as salas não têm carteiras enfileiradas e os cadernos não têm pautas, cada aluno vai construindo o seu da sua forma. O espaço físico é integrado com a natureza, com árvores, chão de terra e até animais.

 

As crianças são estimuladas a brincar e aproveitar ao máximo o espaço oferecido. “Há regras sim, obrigações, tarefas, trabalhos e prazos a serem cumpridos, mas de uma forma mais tranquila e menos pesada”, conta Cássio Ceregatti.

O colégio recebe alunos desde um ano de meio de idade, para a educação infantil, até alunos que já estejam nos últimos anos do ensino fundamental, mas a alfabetização só começa aos 7 anos, quando se entende que as crianças já adquiriram maturidade.

 

“Temos muitos alunos que, no ensino tradicional, não se adaptavam, não se sentiam confortáveis com a forma impositiva do dia a dia e, quando chegam ao colégio, se descobrem, desabrocham, passam a ter um outro comportamento, gostando de aprender”, finaliza o educador.

Em 2020, as aulas no Colégio Brasilis começam no dia 3 de fevereiro. Para mais informações, entre em contato pelo 3644-7531.

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Dani  28.01.20 01h47
Realmente o Colégio Brasilis é um lugar incrível, as crianças tem a possibilidade de desenvolver a sua capacidade intelectual, mental e espiritual de forma única. A pedagogia Waldorf é algo além desse tempo e com certeza será cada vez mais procurada.
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