Cuiabá, Sábado, 19 de Julho de 2025
"COMO UM PÁSSARO"
21.04.2025 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Piloto de paramotor compartilha descobertas e belezas de MT

Morador de Campo Novo do Parecis, Felipe Gomes pratica a atividade há menos de um ano

Reprodução

Cachoeira Salto das Nuvens, filmada por Felipe Gomes (em detalhe) durante voo de paramotor

Cachoeira Salto das Nuvens, filmada por Felipe Gomes (em detalhe) durante voo de paramotor

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

Com um motor acoplado às costas, Filipe Gomes sobrevoa nuvens, plantações e cachoeiras, explorando aldeias, florestas e lugares remotos de Campo Novo do Parecis (a 402 km de Cuiabá). A viagens são realizadas em seu paramotor, também conhecido como parafly, uma prática cada vez mais comum entre os brasileiros.

 

O paramotor te dá liberdade para voar para qualquer lugar

Natural de Rondônia, Filipe mora na cidade mato-grossense há 18 anos, mas conheceu o esporte radical há menos de um ano, quando participou de um curso ministrado por um instrutor do Rio de Janeiro.

 

“Eu sempre tive esse fascínio pela aviação, por avião e outras coisas [que voam]. Mas surgiu essa oportunidade do paramotor e eu acabei entrando”, diz.

 

Desde então, adquiriu seu próprio equipamento e passou a viajar com os colegas do curso pelos arredores do município, observando do alto lugares de difícil acesso.

 

Apesar de inusitada, de acordo com Filipe, a prática lhe proporciona uma sensação única.

 

“O paramotor te dá liberdade para voar para qualquer lugar. Como um pássaro, você pode virar para cá, para lá, explorar o lugar. Já sobrevoei aldeias que nunca tinha visitado, cheguei a locais onde não seria possível chegar de carro ou a pé, por conta da mata fechada. Uma vez encontrei uma cachoeira entre pedras e uma montanha inacessível. É uma oportunidade de ter uma visão que poucas pessoas têm”, diz.

 

 

A cachoeira em questão foi encontrada por Filipe no momento em que sobrevoava a serra de Tapirapuã, entre os municípios de Tangará da Serra (252 km de Cuiabá) e Nova Olímpia (215 km).

 

Com o tempo e a experiência, Filipe passou a registrar os voos e publicá-los no Instagram (@voartop) e no YouTube (@Filipeparamotor). Apesar de ter “apenas” 370 seguidores, seus vídeos acumulam milhares de visualizações com registros aéreos da região.

 

“Quando comecei a me sentir mais confiante, tive a liberdade de tirar o celular do bolso, gravar, pegar a câmera e apertar para filmar”.

 

Entre os registros está uma imagem aérea da aldeia Quatro Cachoeiras. Durante o vídeo, Filipe agradece pela oportunidade de ver os cenários por cima das nuvens e, em seguida, pousa na aldeia, onde se encontra com outros praticantes do paramotor.

 

Voos altos

 

 

O paramotor é uma prática comum entre fãs de esportes radicais em todo o Mundo. Trata-se de uma adaptação do voo de parapente, com um motor acoplado às costas do piloto.

 

A altura atingida pode variar bastante. Em 23 de dezembro de 2023, o paraquedista Carlos Peña quebrou o recorde mundial ao alcançar cerca de 6 mil metros de altitude.

  

Além da emoção do voo, a experiência também oferece momentos de contemplação e tranquilidade.

 

“Quando veio a confiança, passei a prestar mais atenção nas coisas de fato. Antes, o foco era todo no equipamento. Depois, isso se torna automático, e a gente começa a observar melhor a natureza”

 

Cuidados e perrengues

 

 

O paramotor é composto por um motor de dois tempos, hélice, tanque de combustível e os mesmos componentes de um parapente tradicional. O investimento varia entre R$ 16 mil e R$ 50 mil, exigindo revisões periódicas e criteriosas.

 

“É preciso ter um cuidado muito especial. Marcamos a quantidade de horas voadas para fazer as revisões. Não dá para esperar dar problema, como em um carro. Nosso equipamento não pode falhar no ar, ainda mais se estivermos sobrevoando mata fechada ou montanhas”, ensina.

 

Apesar dos cuidados, imprevistos acontecem com frequência entre os pilotos, que precisam estar em alerta.  

 

“Não acontece só comigo. De vez em quando algo sai do controle. Uma vez, o motor desligou no meio do voo. Consegui pousar e meus amigos ligaram para o pessoal me buscar de carro, porque o motor não ligava mais”.

 

“Mesmo com revisões em dia, o motor de dois tempos tem suas limitações. É um projeto antigo, mas ainda é o mais leve. Não podemos carregar muito peso e, ao mesmo tempo, precisamos de potência para decolar, já que o motor vai nas nossas costas”.

 

Não importa o perrengue ou o custo com manutenção. Felipe diz que encontrou no paramotor uma sensação de liberdade única.

 

“É uma sensação que não dá pra comparar com nenhuma outra coisa que eu já tenha feito. É uma liberdade enorme... Você tá no ar, com controle, pode ir pra qualquer lugar. É diferente de estar numa estrada em uma pista”, finaliza.

 

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2 Comentário(s).

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Ali França   27.04.25 08h49
Alguém pode informar onde faz esse curso em Mato Grosso..
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LEANDRO WERLANG MALHEIROS  21.04.25 19h44
Esse é Meu Parceiro de voo Felipe,Gente Boa Demais, eu tenho Apenas 6 Messes de esporte e Quase tudo que aprendi ele que Me Instruiu...show de Bola.
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