Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, na manhã desta sexta-feira (10), nas investigações que apuram crimes de corrupção cometidos por servidores do Instituto de Terra de Mato Grosso (Intermat).
A ação faz parte da Operação "Karcharias", deflagrada pela Polícia Civil e que visa ao combate a crimes de corrupção contra a administração pública e tributários.
A operação denominada "Protocolo" iniciou com a prisão em flagrante do servidor Donizete Sena Rodrigues, 51 anos, no dia 2 de julho, por crimes de peculato, extravio de documentos públicos e advocacia administrativa.
Ele está há 27 anos de serviço público e, além do inquérito criminal, responde a procedimento administrativo instaurado pelo órgão.
Segundo as informações, na ocasião, o servidor foi encontrado com sete processos desaparecidos do órgão.
Ele trabalhava no Protocolo, mas, em função de denúncias anteriores, foi transferido para o setor de Recursos Humanos do Intermat, onde os processos foram encontrados debaixo da mesa dele.
No interior do veículo do servidor, os policiais apreenderam também uma mochila, que ele levava todos os dias para o trabalho.
A mochila continha documentos do Intermat, como etiquetas de protocolos de processos, anotações avulsas com números de protocolos e nome de interessados, processos inteiros para serem protocolados no órgão, documentos originais exclusivos no órgão, como carta de anuência, certidão de domínio e georeferenciamentos, dentre outros.
"Ficou confirmado ainda o envolvimento de Donizete com outros servidores do Intermat e interessados em processos que lá tramitavam como advogados, procuradores e proprietários de empresas de Georeferenciamento, licenciamento ambiental e topografia", informou a delegada Alexandra Fachone.
Segundo ela, as investigações prosseguem até a desarticulação de todo o esquema de corrupção que estaria montado dentro do Intermat e identificar todos os envolvidos, para apresentar o resultado final do investigação.
Os mandados foram cumpridos em residências de servidores e ex-servidores.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Vara Especializada de Crimes Contra a Administração Pública, Ordem Tributária e Crime Organizado da Capital.
A operação levou o nome de "Protocolo", por se referir ao modo de como os servidores envolvidos em corrupção dentro do Intermat se comunicavam com os interessados nesses processos, os quais lhe enviavam os números dos protocolos de seus processos para que tivessem algum tipo de benefício em detrimento aos demais.
Participaram da operação quatro delegados de Polícia e doze investigadores.
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