A Prefeitura de Cuiabá negou, por meio de nota, as acusações feitas pela Santa Casa de Misericórdia - que anunciou a paralisação dos serviços hospitalares nesta segunda-feira (11) por falta de recursos - e acusou a instituição de dever R$ 24,8 milhões ao Município.
Em nota, a Procuradoria Geral do Município afirma que o montante devido refere-se a cirurgias eleitvas não executadas (R$ 10,5 milhões), exames de diagnósticos eletivos não cumpridos (R$ 2,9 milhões) e leitos de retaguarda pagos indevidamente (R$ 4,5 milhões).
Também são citadas emendas pagas sem contrato (R$ 3,3 milhões) e irrgularidades apontadas por uma auditoria do Sistema Único de Saúde (R$ 467 mil).
Ontem, a diretoria da Santa Casa afirmou que a paralisação dos serviços seria necessária diante do não repasse, por parte da Prefeitura, de R$ 3,6 milhões para custear despesas emergenciais, segundo um acordo que teria sido firmado com a instituição.
Conforme o Município, o valor acordado seria mais um repasse feito em antecipação por serviços prestados, mas o Município foi notificado pela Controladoria-Geral do Estado - por solicitação da Delegacia Fazendária (Defaz) - a ter cautela pois a Santa Casa estaria sendo investigada tanto pela Polícia Civil quanto pelo Ministério Público Estadual.
"A Controladoria Geral do Estado notificou o Município de Cuiabá do resultado da auditoria efetivada na Santa Casa por solicitação da Delegacia Fazendária, alertando para cautela em repasses antecipados ou empréstimos, pois a mesma está sendo objeto de investigação por parte do Ministério Público Estadual e da Delegacia Fazendária", diz trecho da nota.
Ainda segundo a nota, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) está em fora da Capital e teria solicitado mais informações, a fim de tomar as decisões cabíveis ao retornar ao Município.
Dívida
Conforme a Prefeitura de Cuiabá, o total do valor devido pela Santa Casa ao Município é de R$ 24.866.260.
"Deste montante, R$ 10.542.596 referentes à Cirurgias Eletivas não executadas. O valor foi repactuado no Conselho Municipal de Saúde, mas a Santa Casa não está cumprindo o cronograma. No momento está em processo no Ministério Público Estadual (MPE)", diz trecho da nota.
Ainda segundo o Município, outros R$ 2.900.000 seriam referentes a exames de diagnósticos eletivos. "O hospital não iniciou o cronograma previsto e não abriu nenhuma agenda, descumprindo o contrato", afirmou a Procuradoria.
Mais R$ 4.560.528,75 seriam referentes aos leitos de retaguarda. Conforme a Prefeitura, um relatório de uma auditoria realizada na unidade teria constatado e recomentado a devolução do recurso, que teria sido pago indevidamente.
"Deve ainda R$ 3.363.136 referentes a emendas pagas sem pactuação e/ou sem contrato, que encontra-se em processo de auditoria por não ter realizado nenhum procedimento hospitalar", diz outro trecho da nota.
Além disso, o restante, num total de R$ 497 mil, seria resultado de um acordo com a auditoria do Ministério da Saúde sobre Oncologia.
"A Auditoria do nacional do SUS está aguardando a justificativa das irregularidades encontradas", afirmou o Município.
Na nota, a Prefeitura ainda anexou a capa do relatório da auditoria feita na Santa Casa (clique AQUI) e o despacho feito pela Controladoria-Geral do Estado (veja AQUI).
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4 Comentário(s).
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Luiz Antonio Abrantes 12.03.19 12h03 | ||||
Muito estranha essa dívida da Santa Casa com a prefeitura. Pelos serviços prestados à anos a população há uma dívida impagável dos órgãos públicos com essa instituição. A Santa Casa precisa ser olhada com respeito. | ||||
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HEITOR PTACEK 12.03.19 10h05 | ||||
quando que esses governantes vão olhar para a saude, se todo o politico fosse obrigado a usar o sistema publico de saude, de transporte de escola provavelmente não seria esse caos. | ||||
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Juliano Almeida 12.03.19 09h35 | ||||
Mensalmente existem reuniões dos hospitais prestadores de serviços SUS para prestarem contas de seus atendimentos para então liberar repasse, se cumpriram as metas e tudo, até onde sei é muito cobrado do hospital prestador serviços efetivamente realizados, o que é certo. Como foi possível pagar para a Santa Casa por serviços não realizados? Baseado em que os pagamentos foram feitos? Quem autorizou esses repasses? Mais de 10 milhões por cirurgias não executadas é muito dinheiro desperdiçado. Não basta simplesmente dizer que a Santa Casa deve esse montante, quem autorizou o pagamento a Santa Casa? | ||||
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José Carlos 12.03.19 08h45 | ||||
Se a Santa casa deve pra prefeitura,essa deve pleitear o ressarcimento junto a justiça.nao sacrificar a população que precisa do hospital.coloque o hospital pra funcionar.cadê o pronto socorro.que não funciona. Esse secretário e o prefeito,tem plano de saúde. Se precisassem, jamais faria isso. | ||||
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