Preso canta funk em vídeo gravado dentro da penitenciária

Um vídeo de funk de quase seis minutos, gravado pela câmera de um celular no pátio interno da Penitenciária Central do Estado (PCE), no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá e postado na rede social Youtube, ganhou repercussão nas redes sociais.

O ato demonstrou, mais uma vez, a fragilidade do sistema prisional de Mato Grosso e o desrespeito dos presos para com as autoridades do setor de Segurança Pública do Estado.

No vídeo, um reeducando, que se identifica apenas como “MC Boladão”, faz menções à sigla de facções criminosas - se diz parte do "Comando Vermelho" (CV) de Cuiabá - e de bairros da Capital conhecidos por seus altos índices de violência.

O vídeo foi gravado no pátio da PCE, enquanto outros reeducandos jogavam futebol. O dono do celular também é filmado pelo “cantor” e nenhum dos rapazes mostra preocupação em aparecer no vídeo.

Considerada uma das unidades prisionais mais seguras da Capital, a PCE abriga mais de dois mil presos e não dispõe de bloqueados de sinal de celulares – razão pela qual, ainda na semana passada, presos usavam uma conta do Facebook para postarem fotos e interagirem com outros usuários.

Na ocasião, os presos mostravam ter acesso a mordomias nas celas, como internet e videogame, em um claro ato de afronta ao aparelho estadual de Segurança (leia mais AQUI).

O problema, ao que parece, é crônico. Em 2012, revistas feitas às celas dos presos da PCE resultaram na apreensão de 443 aparelhos celulares.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) afirmou, por meio de assessoria, que já tem conhecimento do vídeo e que "todas as providências cabíveis já foram tomadas".

A pasta, porém, não quis detalhar quais ações estariam sendo realizadas na unidade prisional, se limitando a informar que os resultados serão anunciados à sociedade "em breve".

Quando da polêmica causada pelas manutenção de uma conta no Facebook por um preso condenado por envolvimento em um duplo homicídio na Capital, em 2009, a Sejudhj afirmou que, após a identificação de todos os envolvidos, procedimentos disciplinares em desfavor de cada reeducando seriam instaurados.

Além disso, a pasta informou que já está realizando estudos para a realização de uma licitação para aquisição de tecnologia de bloqueio de sinal de celulares nas áreas internas das penitenciárias.

A possibilidade de adoção de cães farejadores treinados para identificação de drogas e celulares para participarem de revistas nas celas da unidade prisional também estaria sendo analisada.

Assista ao vídeo: