Palácio do Comércio

O Palácio do Comércio, na área central de Cuiabá, voltou a chamar à atenção das autoridades em segurança nesta semana. Tudo porque o prédio foi totalmente evacuado devido a um princípio de incêndio.
O incidente levantou dúvidas se realmente o edifício teria estrutura para estar em funcionamento.
Em uma sentença de 2014, a Justiça de Mato Grosso já havia determinado a interdição do estabelecimento, após diversas intimações para que fossem sanadas as irregularidades constatadas pelo Ministério Público do Estado.
No entanto, o condomínio entrou com recurso de apelação no Tribunal de Justiça pedindo a revogação da sentença. O recuso não foi julgado até hoje.
O processo se arrasta desde 2004, quando foi proferida a primeira liminar autorizando a interdição do condomínio.
Prédio antigo
O Palácio do Comércio é um dos mais antigos edifícios de Cuiabá. Foi inaugurado em 1975. Conta com 64 salas comerciais e cinco lojas no térreo.
A reportagem foi até o local nesta semana.
Marcus Mesquita/MidiaNews
O edifício é um dos mais antigos de Cuiabá. Foi inaugurado em 1975. Conta com 64 salas comerciais e cinco lojas no térreo
Por dentro, o prédio tem boa aparência. O local é limpo, as paredes contam com pintura nova e em todos os andares há extintores de incêndio e portas corta-fogo.
No entanto, quando visto pelo lado de fora, a aparência é de descuido, com rachaduras e pintura totalmente descascada. A fiação nos fundos aparenta estar solta nos andares.
As pessoas que trabalham no imóvel, porém, não acreditam que o prédio esteja em situação crítica.
“Eu trabalho aqui há mais de 30 anos. Nunca tivemos problemas algum. O prédio é antigo, foi construído na época em que as obras eram feitas sem roubalheira e tudo era bem feito, com firmeza”, disse uma funcionária.
“Eu estou aqui desde 2009 e nunca tive problema nenhum. Muito pelo contrário: prefiro aqui do que esses prédios novos que não tem consistência nenhuma. Já tive muitos problemas em outros, aqui nunca”, disse um advogado, que preferiu não revelar o nome.
O MidiaNews entrou em contato com o coordenador da Defesa Civil de Cuiabá, José Pedro Zanetti, que afirmou que a situação do imóvel já é conhecida por todos.
“A última fiscalização feita no imóvel aconteceu em janeiro de 2015. Na época foram constadas várias irregularidades, mas o dono tomou as providências”, disse.
Marcus Mesquita/MidiaNews
A última fiscalização feita no imóvel aconteceu em janeiro de 2015 e na época foram constadas várias irregularidades
O coordenador chama à atenção para um dos problemas do prédio: a ausência das saídas de emergência.
“Um dos problemas que nos deixa bastante preocupados é o fato de não existir saída de emergência. Isso coloca em risco a vida das pessoas e é um problema. Mas só existe um prédio na Capital que tem saída de emergência digna. O resto não tem”, informou.
Segundo Zanetti, o único prédio que tem saída de emergência é o do INSS, que, por sinal, pegou fogo no ano de 2008.
Para resolver essa questão no Palácio do Comércio, segundo o coordenador, teriam que corrigir primeiramente as estruturas. Ele não descarta a possibilidade de ter que demolir o prédio.
“É difícil falar se há possibilidade de ser demolido, porque é um prédio muito grande, onde existem várias salas alugadas e de proprietários. É uma situação complicada. Teriam que fazer obras estruturais, que é difícil, porque são caras, além de não haver espaço. Existe uma série de condições”, afirmou.
“Também teria que ser feita uma saída de emergência externa, mas não há espaço pra isso. Seria necessário comprar um terreno vizinho para talvez realizar essa obra. Outra questão é que os proprietários têm que analisar essa possibilidade, para saber se compensa fazer ou se realmente é necessário demolir e construir um prédio novo. Soluções técnicas existem”.
Princípio de incêndio
Na última quarta-feira (18), um princípio de incêndio fez com que o prédio fosse evacuado às pressas.
MidiaNews
Na última quarta-feira (18), um princípio de incêndio fez com que o prédio do Palácio do Comércio fosse evacuado
O Corpo de Bombeiros disse que um chamado foi recebido após os funcionários do local se assustarem com uma fumaça que começou a tomar conta do térreo, 1º e 2º andares.
Uma vistoria identificou um curto-circuito na fiação elétrica existente no subsolo, o que originou uma explosão. Apesar do susto, ninguém se feriu.
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