A promotora chilena Carolina Fuentes revelou a dinâmica que antecedeu a morte da modelo cuiabana Nayara Vit, e as provas que refutaram a versão da defesa do empresário Rodrigo del Valle Mijac, preso suspeito de ter cometido o crime.
Nayara morreu no dia 7 de julho de 2021 ao cair do 12º andar do prédio onde morava em Santiago, no Chile.
“Havia dois grupos grandes de lesões. Um grupo de lesões foi provocado pela queda e outro que, claramente, aconteceu antes da queda”, disse a promotora em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record.
A defesa do advogado insistiu, no entanto, na tese de que a modelo havia se suicidado, alegando que ela estava sob efeito de álcool e de derivados de anfetamina.
“Depois nós conseguimos, provamos que se ela tivesse se jogado, em nenhuma circunstância ela cairia onde caiu”, afirmou a promotora.
Conforme as investigações, o casal teve uma discussão em um restaurante e os dois foram embora separados. Rodrigo chegou primeiro em casa e depois Nayara.
Conforme a investigação, o casal discutiu e ali teriam tido início as agressões físicas contra a modelo.
A hipótese apresentada pela Promotoria diz que Nayara teve um dos dedos da mão da mão esquerda fraturado durante a briga. A modelo começou a gritar pedindo socorro e os vizinhos chamaram a Polícia.
Com os gritos, segundo as investigações, Rodrigo teria tampado a boca de Nayara com uma das mãos e, com a outra, tentado sufocá-la, pressionando o seu pescoço.
Depois disso, diz a promotora, a modelo teria sido arremessada ainda com vida do 12° andar do edifício de alto padrão no Bairro Las Condes.
“Foi chocante, foi terrível saber que ele jogou ela com vida e que ela ainda tentou se agarrar nas malhas do apartamento de baixo para tentar se salvar”, disse Eliane Vit, mãe de Nayara.
Tentaram manchar imagem
A defesa do empresário, conforme a Promotoria, tentou desde o começo criar uma imagem negativa da modelo, responsabilizando-a pela sua própria morte.
Em áudios divulgados pelo Domingo Espetacular, a defesa do empresário apresentou uma narrativa bastante diferente sobre a dinâmica.
“Nayara entra, vai ao banheiro, sai do banheiro, o Sr. Rodrigo Del Valle diz que estava preocupado, pergunta o que havia acontecido, porque ela estava chegando àquela hora e a Sra. Nayara não lhe dá resposta, caminha em direção ao terraço e cai do décimo segundo andar”.
Em outro áudio, a advogada prossegue: “A senhora Nayara estava com 1,55 gramas de álcool por litro de sangue e também sob a influência de substâncias com cafeína e também derivados de anfetamina”, disse a advogada do empresário.
Conforme a Promotoria, essas foram somente artimanhas da defesa para criar uma imagem negativa de Nayara.
“A defesa desde o começo usou elementos para construir uma imagem negativa da vítima, responsabilizando ela por tudo que aconteceu”, disse a promotora.
No início, havia três linhas de investigação: de suicídio, queda acidental e feminicídio.
Após a análise de câmeras de segurança, escutas telefônicas, oitivas de testemunhas - além das lesões na vítima que não eram condizentes apenas com a queda -, as duas primeiras hipóteses teriam sido excluídas.
A Justiça chilena manteve a prisão preventiva do empresário que, se condenado, pode pegar prisão perpétua pelo crime.
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